Créditos da imagem: Juliana Flister/Light Press/Cruzeiro
Jogo tenso.
Mata-mata.
Pau-a-pau.
Minuto 37.
Cobrança de falta em frente ao gol.
Três na bola.
A defesa se recompõe no centro da área.
“Vai que ele cruza”, pensa o zagueiro-brucutu.
“Vai que dá rebote”, cogita o centroavante mais desavisado.
O goleiro arma sua barreira: “Vai que ele bate”.
Nas arquibancadas, a torcida pede: “põe na forquilha, põe lá onde a coruja dorme”.
Todos de olho.
Cruzar ou bater?
Canto direito ou esquerdo?
Concentração.
O juiz apita.
O silêncio.
A surpresa.
A jogada que ninguém esperava.
A bola vai de leve, por cima da barreira.
Cai no pé do Camisa 10, livre, pra invadir a área e fuzilar.
Classificação garantida.
No ensaio, ninguém faltou.
Na execução, ninguém desafinou.
A torcida explode.
Uma pintura! Muito melhor do que esperávamos!
Seria bom se fosse mais frequente.
Jogada ensaiada no Brasil é um oásis em terra devastada.
Ótimo texto, Jorge Freitas! Realmente, dá gosto ver jogadas assim! Uma surpresa dessas pode garantir uma classificação, como garantiu ontem, por exemplo. Poucos treinadores exploram isso como se deve, e apesar do gol de ontem (com o dedo do Mano), quem mais me vem à mente por isso é o Cuca .)
Penso também no Cuca, Gabriel Rostey. Contra o Coritiba, o time executou uma jogada de maneira sensacional. 2×1, 3 pontos fundamentais, assim como a vitoria de ontem. É preciso repensar o uso (e o abuso) dessas jogadas ensaiadas.