Créditos da imagem: armchairgeneral.com
Embora o No Ângulo – como o próprio nome sugere – seja um site fundamentalmente sobre futebol (e assim continuará sendo), entendemos que qualquer esporte tem a sua relevância, de maneira que pedimos licença ao leitor para eventualmente tratarmos de esportes distintos.
Isto posto, tratemos de uma modalidade que vem chamando a atenção no Brasil e que a cada dia vem ganhando milhares de adeptos e praticantes: o rugby.
Se você é um analfabeto nessa modalidade esportiva, seja bem-vindo ao meu time.
Confesso que minha memória do rugby aponta para imagens de jogadores grandões, embarrados, disputando a bola em campeonatos nos Estados Unidos ou na Austrália, ou de relance em algum filme. Mas a realidade é outra e o rugby vem crescendo e se organizando no Brasil. Fui atrás de informações e descobri um novo panorama se consolidando no país.
Segundo o Coordenador de Desenvolvimento da Confederação Brasileira de rugby, Lucas Toniazzo, a modalidade volta ao cenário olímpico na “Rio 2016” com o chamado “Rugby Seven”, que nada mais é que um jogo composto por sete jogadores em cada time, com dois tempos de sete minutos, porém, no mesmo campo que o “Rugby 15” (dimensões 100 x 70). “Para nós, do rugby, será um ano especial, pois teremos o esporte vivenciado por todos aqueles que estiverem presentes no Rio de Janeiro e também aqueles que estarão assistindo na TV as Olimpíadas”, comemora.
Em ascensão no Brasil, o rugby conta com 350 atletas treinando todas as semanas em seis academias de alto rendimento espalhadas pelo país. O sistema foi implementado para detectar e desenvolver talentos da modalidade. Os 100 melhores jogadores serão monitorados diariamente, com tecnologia de ponta, e receberão bolsa-auxílio para que mantenham o desempenho caso atinjam as metas, como em fatores físicos e técnicos. O sistema de avaliação é meritocrático.
Segundo consta, o rugby surgiu em 1823 com William Webb Ellis, estudante da “Escola de Rugby”, na Inglaterra, que teria pego a bola de futebol com as mãos e seguido com ela até a linha de fundo adversária. Na época, cada escola inglesa jogava a sua própria forma de futebol (football) e a primeira a ter suas regras escritas foi o futebol de rugby, em 1845. Desde então, o rugby football, ou simplesmente rugby, se difundiu por todo o mundo. Hoje, o International Rugby Board possui nada menos que 120 países membros e o esporte é praticado por pelo menos 6,6 milhões de pessoas em todo o mundo. Em países como Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Argentina, França, Reino Unido, Irlanda, Itália e Japão, o rugby é seguido avidamente por milhões de torcedores, que lotam os estádios dos torneios de seleções, como o Six Nations e o Rugby Championship, e de clubes, como a Rugby Champions Cup e o Super rugby.
Por aqui, nos últimos anos, as Seleções Brasileiras masculina e feminina alcançaram bons resultados. Os times participam das principais competições internacionais, como o Circuito Mundial, e conquistaram resultados importantes, como a medalha de bronze do time feminino nos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015.
As regras do rugby
- Cada partida de rugby tem duração de 80 minutos, sendo esses divididos em dois tempos de 40 minutos, excluindo prorrogações e outros prolongamentos;
- No jogo de rugby há três ou quatro árbitros. Entretanto, cabe a apenas um conduzir o jogo;
- Só é permitido passar a bola com as mãos para os lados ou para trás. Para conduzir a bola para frente, os jogadores devem usar apenas os pés;
- É permitido agarrar o jogador que tem a posse da bola para roubá-la. Esse golpe é chamado tackle;
- É permitido que dois ou mais jogadores se unam para bloquear o jogador adversário que tenha a posse da bola e tomá-la. Essa tática é chamada de maul;
- As formas de se cobrar penalidades são: o punt, que consiste em um chute para frente, o scrum, que consiste no confronto entre os jogadores de ambas as linhas avançadas, o run, que consiste na corrida com a bola, e o pênalti;
- No rugby, existem dois tipos de cartões: o amarelo, que expulsa o jogador por 10 minutos, e o vermelho, que expulsa o jogador definitivamente da partida;
- A equipe vencedora é aquela que conseguir marcar mais pontos.
A versão mais tradicional do rugby é o “15-a-side”, ou simplesmente “Rugby 15”. O número faz referência à quantidade de jogadores em cada equipe. Outras modalidades como o “Rugby 7”, “Tag” e o “Beach Rugby” vêm crescendo rapidamente nos últimos anos.
Principalmente o “Rugby 7”, uma modalidade dinâmica e rápida do esporte com apenas sete jogadores em cada equipe, vem chamando a atenção de muitos torcedores e atraindo novos praticantes em todo mundo depois de sua volta às Olimpíadas. Uma curiosidade: a quadra de rugby pode ser tanto aberta quanto fechada.
É um esporte conhecido por ser de extrema interação física e apresenta grandes semelhanças com o futebol americano. O objeto usado para a prática de rugby é uma bola oval, porém, também é importante que os jogadores usem equipamentos de segurança como chuteiras, ombreiras, boqueiras e capacetes denominados scrum caps.
Apostando na formação e na base
Lucas Toniazzo conta que o rugby no Brasil é centenário, porém pouco difundido fora de São Paulo. O esporte foi mantido vivo pela colonização inglesa e francesa e só depois foram surgindo os demais clubes com o rugby ganhando mais adeptos em outros estados do Brasil. No Rio Grande do Sul o esporte é praticado há pouco mais de 10 anos e, embora não exista ranking específico, o Estado já se destaca no cenário nacional pela sua organização e estruturação. O RS possui competições bem definidas de 1ª e 2ª divisões, além de uma divisão de desenvolvimento para núcleos e clubes em formação. Possui também atenção às categorias de base e também ao rugby feminino.
Aliás, ele revela que a modalidade feminina tem uma procura interessante e quando formada praticamente se autogere. Ele descarta a imagem de violência no esporte e frisa que os treinamentos são de desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas para contato e busca por espaço. “A força das meninas se equivale, tornando o jogo viável e saudável para todas”. A proposta realizada dentro do rugby é de ter atividades organizadas e que proporcionem continuidade e não apenas participação temporal. Talvez esteja aí a diferença para o futebol feminino, pondera.
Ele considera o público do rugby muito apaixonado pelo esporte e busca fazer valer a cultura difundida pela modalidade no mundo todo, de ser fiel aos seus valores e com espaço para todos aqueles que querem praticar. “Mesmo em desenvolvimento no país, a Confederação Brasileira de rugby atua fortemente na formação de pessoas e processos justamente para evitar que tenhamos um futuro em que a sustentabilidade não exista e que o esporte venha a ser prejudicado de alguma forma. Trabalhar base praticamente é o carro chefe da área de desenvolvimento junto com o crescimento sustentável de clubes e federações”, acredita.
Em que pese esse cenário positivo, a profissionalização está distante de acontecer no âmbito de clubes (mesmo havendo algumas iniciativas). Hoje a preocupação está muito mais na contratação de pessoas para trabalharem na estruturação de Clubes e Federações do que propriamente dentro de campo.
No Rio Grande do Sul, os clubes da 1ª divisão têm destaque, porém, o “Farrapos”, de Bento Gonçalves, é, segundo o dirigente que atua em conjunto com a Federação Gaúcha de rugby, o time com maior visibilidade, pelo fato de estar na 1ª divisão da competição nacional e também por ter um trabalho organizado e um apoio municipal muito interessante, que possibilita um desenvolvimento muito maior do que os demais clubes do Estado.
Gostou? Isso foi só um aperitivo, tem bastante informação disponível sobre o esporte no Rugby Ready (http://www.irbrugbyready.com). Confira!
E viva a diversidade e a prática de esportes!
Sou de São Paulo e testemunho o crescimento exponencial desse esporte por aqui, principalmente nas faculdades.
Texto excelente para os leigos (como eu). 😉
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