Créditos da imagem: Rachid Bourdoukan
Domingo retrasado tive a oportunidade de assistir um jogo de futebol feminino (EUA x Brasil) em Orlando, nos Estados Unidos.
Foi 3×1 para as gringas, no estádio do Orlando City, com 33.000 pagantes.
Atmosfera muito boa, devia ter uns 300 brasileiros espalhados pelo estádio…
Faço esse post devido à sugestão do amigo Fernando Prado, do site “No Ângulo”, para tentar mostrar aos amigos do Brasil como é diferente o tratamento que o torcedor recebe lá e aqui.
Quem sabe os dirigentes brasileiros não copiam os americanos e começam a tratar os torcedores como clientes especiais.
Sem mais delongas, as imagens falam por si,
Vamos aos fatos:
Comprei ingresso online, em menos de 5 minutos e paguei com cartão de crédito. O ingresso virtual chega por e-mail e basta salvá-lo no celular. Nem precisa ser sócio do clube pra comprar seu ingresso pela internet.
A Ticketmaster é lider mundial em venda de ingressos, o site deles não sai do ar e tem muita informação pra quem vai ao jogo, inclusive um mapa virtual com a visão de qualquer parte do estádio.
Nos EUA também existe a possibilidade dos torcedores revenderem seus ingressos direto a outros torcedores. Chamado de “Fan-to-Fan resale”.
Ou seja, se comprou o ingresso, mas não vai poder ir ao jogo, você pode vendê-lo para outro torcedor pelo mesmo valor pago.
Na foto abaixo, um torcedor entrando no estádio sem ingresso ou papel, apenas com o código de barras salvo no celular.
Também é possível comprar ingresso na hora. Aceitam todos os cartões. E pra facilitar, tem caixas eletrônicos bem ao lado das bilheterias. Não há filas, mesmo num jogo com 33 mil pagantes. São inúmeros guichês que vendem ingressos em 20 segundos.
Quando você compra ingresso online, também lhe é oferecida uma vaga em um dos nove estacionamentos oficiais do estádio, tudo via cartão de crédito.
Os acessos são muitos e amplos.
Tem até escada rolante.
Os portões abriram com 15 minutos de atraso e algumas filas se formaram. Mas em 10 minutos todo mundo entrou, sem gás de pimenta ou borrachadas.
Nos EUA, o Match day é uma grande festa. O churrasco na porta do estádio é liberadíssimo e faz parte da tradição americana. Pode ficar tranquilo com os amigos e família fazendo seu churrasco, que nenhum PM virá com os cavalos pra cima de você.
Cada barraquinha ali é um churrasco particular ao lado do estádio. Sem gás de pimenta. Aliás, a polícia nem tem muito trabalho por aqui.
Ao lado do estádio, diversas ações de marketing para entreter o público.
Som na caixa, DJ!
A Coca-Cola trouxe a taça de campeã do mundo pros fans tirarem fotos.
A Johnson & Johnson também fez várias ações de marketing. Aqui os torcedores ganham a pintura no rosto.
A Band-Aid oferece cartazes pra você escrever sua mensagem. Aqui a polícia não vai mandar jogar fora seu cartaz na entrada, por representar “perigo de incêndio”.
Todo mundo ganha algum brinde…
Quem também esteve presente no Match-day foi o Orlando City, mesmo o jogo não sendo deles.
Brindes, promoções… Pode parecer bobeira, mas para as crianças essas lembranças serão eternas. Assim se conquista novos torcedores. Todo mundo vem tirar foto…
Eu prefiro com a minha, obrigado.
Já estavam até vendendo pacotes para a temporada inteira do novo time de futebol feminino de Orlando… que nem estreou.
Ao lado do estádio tem vários quiosques vendendo produtos oficiais. Vendendo MUITO, olha a fila pra gastar em produtos oficiais:
Dentro do estádio, são cerca de 120 (cento e vinte) lanchonetes. Tem de tudo. Pizza, hamburger, hot dog… Hummmmm…
Você pode circular livremente por todo o estádio que encontrará uma lanchonete a cada 10 metros.
Olha quanta gente trabalhando, só nessa tem mais funcionários que em todas as lanchonetes do Pacaembu juntas.
Mostarda, Catchup? Heinz à vontade pro povão. Que mané sachezinho que não abre….
Cerveja? Só se for gelada…
Bud ou Heineken?
Rum, Tequila. Whisky? Opa!!!
Pode comer ou beber apreciando a vista…
Só não pode abusar!
Olha a quantidade de banheiros apenas em um setor do estádio… a cada 10 metros tem um. Limpo.
Água, sabãozinho?
Não há violência nos estádios por aqui…. por quê?
Primeiro, educação. Segundo, porque nos EUA, um torcedor que briga dentro do estádio fica proibido de ir a qualquer competição esportiva pro resto da vida!!!
Primeiro mundo….
Também tem caixas eletrônicos dentro do estádio… e sem chupa-cabras.
Tá com sede? Vejam bem isso, senhores dirigentes!
Podemos circular por todo o estádio, sem grades e portões inúteis separando “a torcida da torcida”…
Aqui não se vê um copo no chão. Um cesto de lixo a cada 10 metros. Até na arquibancada. E ele não voa pra torcida adversária.
Se passar mal, o carrinho dos bombeiros faz o resgate.
Informação? Sempre bom!
O estádio tem muitas escadas e, como os acessos são fáceis, as pessoas vão o tempo todo gastar dinheiro nos bares, lanchonetes e lojas.
Vão…. e voltam!
Camarotes para eventos e empresas…. em tudo aqui se fatura.
Camarotes… para quem quer camarotes. Mas a geral ainda está lá.
Marketing até no céu… eram 2 aviões passando com propaganda.
O povo gasta mais dentro do estádio do que com ingresso…
Os dirigentes brasileiros precisam aprender que quando o torcedor é bem tratado e pode desfrutar o espetáculo, ele volta!
Até breve, Orlando!
http://santosfc.net/2015/10/30/como-o-torcedor-e-tratado-no-primeiro-mundo/
QUASE IGUAL. há ! há ! há !
E toda essa estrutura e público para assistir futebol feminino. Maravilha.
qual a graça de ir ao estadio e n curtir, ficar sentado e gastando em lanchonetes ao invés de curtir o jogo, copo voando na torcida pra se ligarem
Mas a parte externa s muito bom
Quem falou que os americanos não curtem?
Curtem do jeito deles, diferente do nosso, mas curtem.
Tanto é que os estádios lá estão lotados (todos), até pra ver futebol feminino…..
Parabéns Rachid, bacana mesmo, agora esperar isso dos nossos dirigentes….