Créditos da imagem: Fernando Dantas / Gazeta Press
Ser campeão está no ofício do clube. Seu hino, sua bandeira, seu lema, tudo o que entorna uma equipe a remete na ideia de ser vencedora, de ser protagonista de suas próprias conquistas.
Definitivamente, não há nada que descreva a sensação de ser campeão. O problema é que nunca, jamais, imaginamos quando nosso time vai parar de vencer. Jamais conseguimos prever que o título ao qual estamos assistindo será o último por muito, muito tempo.
A história é repleta de surpresas e desilusões. O Corinthians, então campeão do mais histórico campeonato estadual à época, o do Centenário, ficou 23 anos sem gritar é campeão. O Palmeiras, tão campeão nos anos 60, sem títulos entre 76 e 93. A Seleção Brasileira, de 70 a 94. O Inter de 76 até 92 e depois até 2006. O Galo, primeiro campeão do então novo Campeonato Brasileiro, até 2013.
Isso sem falar nos times atuais. O São Paulo de 2008 (apesar da pouca expressiva Copa Sul-Americana em 2012) e o Milan, melhor time do mundo em 2007, até os dias de hoje. O Liverpool, maior campeão do antigo Campeonato Inglês, ainda sem erguer uma Premier League. Ou o Boca, papão de Libertadores das décadas passadas, sem levantar o caneco desde 2007.
Não há fato pior do que percebemos que, sim, estamos na fila. Sim, aquele tão comemorado título foi o último e não vemos possibilidades de melhora num período de curto ou médio prazo.
Enquanto isso, enxergamos nossos maiores rivais erguendo troféus o tempo todo, formando grandes equipes e desfilando os melhores jogos e jogadores da temporada.
Não há regra. Como um vendaval, quando menos esperarmos, estaremos sem títulos há cinco, dez ou quinze anos.
O alento é que dá mesma forma que o jejum se inicia se acaba, e inesperadamente estamos sendo campeões de novo.
A desilusão de estar na fila acaba com o coração do torcedor.
Mas é assim mesmo. Afinal, o que seria do futebol se ele fosse pragmático?
Em 2008, com aquele futebol caranguejo que o Juvenal impôs ao time e ao clube ( em todos os sentidos), eu imaginei que o clube e o time, por mais de uma década, seria taxado de SACO DE PANCADA FUTEBOL CLUBE.
Com o devido respeito a todos os torcedores que, como eu, viram, ao longo do tempo, o time padecer sob o mal de Juvenal.
Lembro como se fosse ontem quando, em 2001, eu com 12 anos saí correndo alucinado da casa do meu avô até a casa do meu melhor amigo, que era corinthiano, para tocar flauta pelos 3 x 1 que deram o título da Copa do Brasil ao Grêmio. Mal sabia que só ia comemorar um título (porque, como se diz no sul, quem gosta de gauchão é prenda e colorado) novamente com 27 anos.