Créditos da imagem: globo.com
Começou, em sua fase preliminar, a Copa Conmebol Libertadores 2018. Nomes de times que parecem piada. Caneladas de fazer chorar mais que novela mexicana. Confusões, baixaria e, como prêmio final ao vencedor, um vareio do campeão europeu no Mundial. Essa é a razão de ser de todo clube e torcedor brasileiro, que passa o ano todo falando em ganhá-la ou brigar para disputá-la. Até o dia, sabe-se lá quando, em que baixar o senso de realidade e admitirem (sem medo de patrulhas) que a irmã mais famosa da Sula já foi boa, mas faz tempo…
Há mais de um motivo pra esta competição, responsável por fatos lendários (alguns até verdadeiros), ter virado um “desafio al pollo” com Globo e TV a cabo. O pior é a explosão de participantes, inspirada no que aconteceu com a Champions League. Só que esta deu o máximo de quatro vagas pra um país. Por isso não comprometeu a qualidade dos classificados. Já a América do Sul tem apenas dez países. Fazer uma edição encorpada transformou um torneio seleto em festa do caqui. No Brasil, era G2. Depois G3. Virou G4, G6 e quase G9. Um dia o leitor vai abrir uma embalagem de sucrilhos e descobrir que seu time da pelada foi contemplado. Estar na Libertadores é como ganhar na Loteria Esportiva. Parece o máximo até descobrir que uma paulada de gente também levou. Seu clube não é especial. Quem não está na lista é que ficou abaixo de medíocre.
O cabidão da Conmebol também é o flagelo dos poucos dirigentes sérios. O sujeito pega o clube em baixa e começa a trabalhar pra vencer em três anos. No primeiro, é oitavo no campeonato brasileiro. Questão de manter o planejamento e chegar nas cabeças em duas temporadas, certo? Não, amigo internauta que não ajuda nas transmissões. Por “sorte”, o clube está na Pré-Libertadores. Agora exigem que “queime etapas”. Hora de ir atrás de meia dúzia de reforços. Incluindo o medalhão em fim de carreira que, “se jogar um terço do que jogava em 2010”, vai meter medo nos adversários. Em uma semana, terá torrado o dinheiro extra pela participação – que ainda nem entrou no caixa. O jeito será apelar para patrocínios em partes do corpo ignoradas até pela anatomia. Profissionalismo – talvez literalmente – na veia.
Sou a favor de voltar no tempo. Quatro vagas pra brasileiros, quatro pra argentinos, duas pra venezuelanos, duas pra bolivianos, três pra cada um dos restantes, uma pro campeão da Libertadores e outra pro vencedor da Sulamericana. Trinta e dois clubes. Com três vagas no Brasileirão e uma na Copa do Brasil, a necessidade acirrará as competições locais. Dá mais cinco seis vagas na Sulamericana e teremos um campeonato nacional com cara de campeonato, em vez de vestibular de meteorologia (já viram a nota de corte?). Ocorrerá o mesmo com os vizinhos. E não seremos mais obrigados a saber que existe um Liverpool no Uruguai e que a Bolívia tem mais times além de “Jorjon” e Strongest. Menos jogos na altitude, menos estádios vazios (nem torcida eles têm) e menos locutores fingindo empolgação. Ouso prever que até Caio Pompom agradecerá.
Faltou alguma coisa? Sim. Troquem a tentativa de imitar o hino da Champions. Pra começo de conversa, Beethoven (autor da “ode à alegria”, que não é lá a imagem de um jogo de Libertadores) era alemão. Arrumem um sul-americano, pelo menos. Nem precisa de um clássico. Não sendo “Vai Malandra” ou “Que tiro foi esse?” em versão operística, concordo em fazer concessões. Se, contudo, minhas condições irredutíveis não forem aceitas, só restará ao fictício dirigente (que terá escapado por pouco da série B) planejar um décimo lugar no Brasileirão seguinte. Tudo pra ficar livre do “sonho da Liberta”. Vale até mandar o time perder na rodada final. Pra que correr riscos?
Texto explicitando o quanto a Liberta era fera!
Kkkkkkkk tá feia a coisa!!!!!!!! Também acho que 4 ou 5 era o número ideal pra Brasil e Agentina!!!!!!!!!!!! Do jeito que tá, ninguém fica feliz em ir pra Liberta, acaba a magia, vira obrigação disputar!!!!!!!!!!!!! Só fazem bobagem nessa parte do mundo, tá louco!!!!!!!!!!!!!!!
Não somente essas medidas, mas também deixar de durar o ano inteiro.