Créditos da imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net
Os ups, downs e tilts de um computador chamado Morumbi
Em 12 de novembro, o SPFC completará um ano de promessas de “upgrades” em seu futebol. Todas saudadas por comentaristas e torcedores. Começou quando, para corrigir a rota estagnada de Diego Aguirre, o auxiliar André Jardine assumiu o cargo. Um técnico de desempenhos interessantes na base, mas sem passado entre profissionais. Seria a primeira de muitas novidades e prometidas elevações de patamar. Um ano depois, porém, clube e elenco seguem rigorosamente na mesma. Seja com pratas da casa, seja com contratações bombásticas. O São Paulo pula, pula e não sai de seu chão repleto de medíocres.
Como o fim da temporada não trouxe a esperada reação do elenco, o clube trouxe dois reforços que prometiam – Pablo e Hernanes. Este colunista viu riscos nas vindas de ambos. Pablo, custando mais de vinte e cinco milhões por conta do título da Copa Sul-americana, tivera números similares aos de Diego Souza – que já não agradava. Sobre o Profeta, o receio era trazer um veterano num time em que, diferentemente de uma fuga da série B, o objetivo seria ganhar. Fui até otimista. Não esperava ver tamanha queda física depois de um ano completo na China. Para dificultar, Jardine logo deu mostras de que seus métodos funcionavam na base – e só. Com o técnico patinando, Hernanes se arrastando e Pablo sendo comum (quando não se lesionando), o que seria um passo à frente logo virou imitação muto bem feita de um fracasso do Corinthians: rodar na Pré-Libertadores.
Se o primeiro upgrade travou a máquina, tente-se outro. Foi o que Raí, com a tradicional cara de galã pouco inteligente de novela mexicana, resolveu fazer. Primeiro, livrou-se dos jogadores que ele mesmo tinha contratado em grande estilo, como Diego Souza. Depois, para mexer com a apatia do grupo, contratou o enérgico e emotivo Cuca para assumir – só dois meses mais tarde. Para completar, a pedidos de organizadas e redes sociais, fez outro negócio da China: Alexandre Pato. Com Cuca, Pato e Hernanes em forma, era questão de esperar. Mas a espera pregou uma peça. O interino Mancini e o time tampão chegaram à final do campeonato paulista. Cuca se animou e foi liberado pelo médico. Era hora de vencer o Corinthians, quebrar a zica de decisões perdidas e dar, adivinhem, um upgrade moral para o resto do ano. Faltou, também adivinhem, combinar com os russos – digo, corintianos.
Mesmo com mais esta frustração, havia as oitavas da Copa do Brasil. Com a garotada do Paulistão, mais a estreia de Pato, passar pelo Bahia não seria tão difícil. Deu tricolor. Só que o baiano. Mal chegara a pausa da Copa América e o SPFC só tinha uma competição a disputar até o fim do ano. Portanto, pensou a diretoria, mais uma razão para subir o tal do patamar. Mas nada de China desta vez. Raí foi à Europa, viu a prateleira de laterais-direitos e trouxe dois. Sim, porque Daniel Alves quis receber salário de melhor lateral do mundo, mas jogando como calouro no meio-campo. Assim, abriu brecha para Juanfran, de 34 anos – dois a menos que Daniel. A torcida fez oba-oba de dar inveja aos cariocas. Com os outros times ocupados com outras competições e o timaço com o novo camisa 10, o mote era acreditar em título. Mas, como o Galo não tem deixado mentir, só acreditar não adianta.
Não se aflijam, porque está acabando. Com o Flamengo disparando e o sonho do título se transformando em vaga direta na Libertadores, nem assim o tricolor passou firmeza. Cuca pediu as contas e o cada vez mais confuso diretor resolveu modernizar. Com técnico estrangeiro? Que nada. Ouviu palpites daqui e dali (incluindo Daniel Alves) até escolher Fernando Diniz. Demitido em 2018, com o time no Z4. Demitido em 2019, com o time no Z4. Para esse, qualquer coisa acima disso é um upgrade. Tanto que, nos dias que antecederam o Choque-rei, jornalistas registraram que seus sete jogos no SPFC já representavam sua melhor campanha na série A. Não deu nem tempo de fazer “uhu”. Dias após o melhor desempenho (contra um Atlético que apanhou da Chapecoense em casa), deixou o parque mais ensanguentado que o amigo João, da música de Gilberto Gil.
Em poucos dias, o tricolor estará soprando a vela deste bolo recheado de upgrades indigestos. O que Raí, usando os cheques do clube como se fosse a vilã da novela mexicana, pretende fazer nos próximos capítulos? Será que ao menos dará a Diniz a chance de ser um fracasso – ou um sucesso, vai que… – com tempo para treinar? Quem não está nem um pouco preocupada é a marmota que, como no filme Feitiço do Tempo, simboliza as últimas temporadas são-paulinas. Já tinha sacado, com 12 meses de antecedência, que retornará à toca no fim do ano. Muito em breve, terá certeza de que fará o mesmo em 2020.
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