Créditos da imagem: Reprodução / Gazeta do Povo
#PorqueSim – futebol feminino sem lacração!
Por que Marta ganha muito menos que Neymar? Por que um Messi deve ganhar mais que todas as jogadoras de ponta juntas? Pelo mesmo motivo que Gisele Bündchen ganha mais que qualquer modelo masculino. Mais, aliás, que seu marido astro de futebol americano. Pela mesma razão que a autora de Harry Potter recebia mais, para entregar uma obra, que quase todos os escritores. Preconceito? Sexismo? Não. Vida real.
Experimentem assistir a uma partida. Faço isso há mais de vinte anos. Desde os tempos de Roseli, Pretinha e… Formiga. Sim, já tinha ela na seleção. Acordei de madrugada pra ver o Brasil perder, nos jogos olímpicos da Austrália. Vi o São Paulo de Sissi (“melhor que o Valdir”) golear adversárias impotentes. Ouvia, em desespero, o grito esganiçado da locutora da Band – hoje na ESPN. Meu sacrifício me garante o tal “lugar de fala”. Nunca comentaria o que não acompanho – ao contrário de alguns pagos pra isso. Vejo Marta jogando. Poucos homens têm tantos recursos. Mas a maioria de suas colegas tem repertório pior que o daquele grosso do seu time. Sofrem pra matar uma bola. Erram passes constrangedores, sem cerimônia. Chutam de qualquer jeito. É neste cenário que Marta é a rainha. Outras seleções até vêm melhorando. O Brasil, não. Por isso ficou pra trás com a camisa 10 e tudo.
“OK! Mas, se pelo menos a Marta é tão boa, por que não deveria ganhar o mesmo que os craques homens?” Porque o esporte se paga como o que gera. Giba foi o melhor jogador de vôlei do mundo. Recebia menos que qualquer boleiro mediano. Um eventual Pelé do curling não ganhará um décimo do que levou o do futebol. Houve discriminação de gênero? Óbvio que não, Pedro Bó! Apenas a crua realidade do intere$$e popular. O futebol feminino tem muito menos atenção – e grana. Inclusive onde possui público. Nos Estados Unidos, em que chamavam o soccer de “jogo de moças”, uma liga masculina meia boca já rendeu mais. Enquanto isso, no Brasil, ver mulheres jogando não passa de um gesto de boa vontade. Público no estádio? Só de graça ou a preço módico – de preferência, uma lata de leite em pó. Vai pagar as profissionais como? Só porque a FIFA mandou, mesmo.
Pois é… As entidades resolveram que, agora, os clubes têm que manter times de mulheres. O dinheiro é que vem dos homens. E vai continuar vindo, enquanto obrigarem. Não adianta a TV dar uma força. Ou um clube grande anunciar uma jogadora famosa. Tudo isso já foi tentado. O que ainda não tentaram, no mundo todo, é aprimorar o esporte. O campo é muito grande. O gol é maior ainda. Como disse Gustavo Fernandes, uma goleiro trans acabaria com o jogo. Tem esportes em que medidas não fazem diferença. Em outros, fazem. No vôlei, da polêmica Tiffany, a rede é mais baixa. Ou será que a próxima “ajuda” das feministas será mudar isso também? São coisas assim que proporcionam melhoras no padrão técnico. É isso ou apelar pra “sensualidade”, com modelos de shortinho. Minto. Também fizeram. Ninguém quis. Futebol não tem lá os movimentos mais sexies…
Não é difícil ver o que salta aos olhos. É evidente que tais colunistas e blogueiras sabem disso. Mas precisam justificar diariamente por que são contratadas. E não foram chamadas pra falar de futebol. Foi pra falar de… mulheres. Pra ver um cavalheiro insuspeito como Roger Federer sendo supostamente machista num jogo de duplas mistas. Pra censurar quem aplaude o “estuprador” Cristiano Ronaldo. Benefício da dúvida? Só se fosse negro, gay ou trans. E também estão aí pra ficar contra outras mulheres, se não seguirem a cartilha. É seu ganha-pão. Convenhamos: neste caso, realmente merecem ganhar o mesmo que muitos comentaristas. Ambos oferecem, cada qual a seu modo, a mesma mercadoria: desinformação.
ver gente defendendo o machismo assim hj em dia eh nauseante
certeza que o pessoal que reclama disso paga o premiere pra ver os homens jogarem e nunca gastou um real na vida com o futebol feminino rsrs