Créditos da imagem: Danilo Verpa/Folhapres
Em reunião no Congresso Técnico da CBF, os clubes decidiram que no Brasileirão 2017 não será possível que o mandante de um jogo transfira a partida para outro estado.
Em geral eu tendo ao liberalismo e não gosto de tantas proibições. Se um clube abre mão de jogar em sua casa, isso tem a ver com outros problemas do nosso futebol que precisam ser corrigidos. Ninguém faz isso por maldade ou para desprestigiar a própria torcida. E sim por fatores como a desmobilização dos torcedores nos maus momentos da equipe (que não são fidelizados por carnês ou outras modalidades que estimulam a estabilidade em outros países); situação financeira delicada que não permite que se rejeite a possibilidade de ganhar muito dinheiro com a venda do mando de um jogo; e, finalmente, até mesmo o recente fenômeno (por causa de Copa do Mundo e Olimpíadas) de não ter um estádio adequado no estado para abrigar a partida.
O grande problema para mim é quando isso afetava a isonomia da competição, e times que lutam pelo mesmo objetivo acabam enfrentando o mesmo adversário em locais diferentes. Não é justo que um deles tenha que encarar um rival indigesto como mandante, que faz do seu estádio um verdadeiro caldeirão, e o outro tenha o privilégio de jogar em outro estado e com a maior parte da torcida a favor, mesmo sendo visitante.
Fora isso, acho que só traz coisas boas, como o histórico Fla x Flu no Pacaembu. Aliás, o rubro-negro fez um uso muito bom desta possibilidade no ano passado, com uma verdadeira turnê pelo Brasil. E sempre com o estádio cheio.
Sei que é perigoso, mas eu não me oporia à criação de um conselho para decidir questões como essas. Acho que é completamente diferente o Flamengo mandar uma partida para Brasília, por exemplo, e o América Mineiro – cumprindo aviso prévio na primeira divisão – transferir seu mando para enfrentar o Palmeiras em Londrina, onde não tem torcida e veria palmeirenses lotando o estádio no que se configuraria em uma inversão do mandante.
Outra preocupação é com os elefantes brancos construídos para a Copa de 2014. Se uma das justificativas para a absurda decisão de torrar bilhões em dinheiro público em estádios desnecessários sempre foi a de “ajudar a elevar o nível do futebol em centros menores”, certamente a proibição de que torcedores daquele estado possam ver jogos da Série A quando não contarem com representantes na elite do nosso futebol não colaborará em nada.
Mas, para sair do muro, entre ônus e bônus, prefiro a proibição do que a “festa da uva” que vinha acontecendo. Nada pode ser mais importante do que a deturpação que era a inversão do mando de campo que fazia as supostas “equipes da casa” já entrarem derrotadas contra o visitante apoiado por toda a torcida. Que eliminemos essa bizarrice e depois estudemos como não prejudicar quem fazia as coisas direito, como o Flamengo, por exemplo.
Bom tema pra debate Gabriel Rostey. Acredito que essa medida imortalize os elefantes brancos da Copa do Mundo, mas acho que isso é um problema de quem os fez sabendo que não havia público nem time para tamanha estrutura.
Sempre fui contra a venda de mando de jogos. Acho feio para o time e para torcida, como um atestado de divórcio entre ambos.
Perdemos outro Fla-Flu na competição, mas ganhamos a isonomia e a esportividade na luta contra o dinheiro.
BONS PONTOS
Sou a favor dos jogos no estado do mandante.
Sou a favor da venda por que existem clubes tipo o próprio flamengo que no rio vinha botando a baixo de 10 mil torcedores por jogo , qndo leva jogos pra alguns estados tem lotação com 40 , 50 mil torcedores … isso até se torna interesse pra um clube ex: América mg já rebaixado q não botaria mais de 5 a 6 mil contra um Corinthians … aí o Corinthians bota o jogo em Brasília e bota 30 40 mil torcedores …
E financeiramente fica viável pros 2
Concordo que tem esse lado, mas não é justo que, nesse caso que você citou, o Corinthians tenha a vida facilitada contra o América, enquanto outros tiveram que encará-lo no Horto, não acha?