Créditos da imagem: Mauro Horita/Lancepress
A emocionante vitória contra o Grêmio, por 4 x 3, no Pacaembu, foi mais uma partida que reforçou as duas faces deste Palmeiras.
Uma é a de competitividade e força para bater duros rivais, da maneira que for, que é muito positiva e costuma ser pré-requisito para equipes realmente bem-sucedidas. Na base da vontade, da confiança e da bola aérea, o alviverde conseguiu marcar quatro gols em um adversário que ainda não havia sofrido gols em seus outros quatro jogos pelo Brasileirão.
Mas a outra face é a de, uma vez mais, não conseguir se impor pela produtividade natural de seu jogo. São raríssimas as partidas em que o Palmeiras se mostra capaz de, com a posse de bola, de pé em pé, com transições e triangulações, ser o senhor da disputa.
Como exemplo, puxando pela memória, não me lembro de gols bonitos marcados pelo Palmeiras no estilo “linha de passe”, como o próprio Grêmio e o arquirrival Corinthians vira e mexe anotam. Os golaços palmeirenses costumam ser em jogadas individuais de Gabriel Jesus ou nas famosas coberturas do já negociado Robinho (hoje no Cruzeiro).
Daí me veio a lembrança dos times comandados pelo antigo Muricy Ramalho. Não o “pós-atropelo contra o Barcelona”, que se tornou uma pálida lembrança daquele que, entre 2005 e 2011 enfileirou uma série de troféus – especialmente nos pontos corridos – que o fizeram ser o maior treinador brasileiro do período.
Tirando um pequeno período de 2015, já no finalzinho da passagem de Oswaldo de Oliveira pelo clube, a tônica deste Palmeiras da “Era Alexandre Mattos” é a de elenco farto – porém sem jogadores de grande destaque – mau futebol, ataque agudo e objetivo, bons resultados em clássicos e muitos gols pró (por sinal, já é o melhor ataque do Brasileirão).
Mas, à diferença das equipes do “ex-melhor técnico do Brasil” (recentemente afastado do futebol para cuidar da saúde), que também não trabalhavam a bola nem agradavam aos olhos – tanto que foi cunhado o termo “Muricybol” – o Verdão sofre muitos gols (foi a quarta pior do último Campeonato Brasileiro e é a oitava pior da atual edição).
Talvez, conseguir criar um consistente sistema defensivo seja mais determinante do que praticar um bom futebol para que este Palmeiras possa mudar de patamar. Estão aí todos os troféus de Muricy e sua saudosa fábrica de Fabões, Mirandas, Rodrigos, Alexes Silvas, Andrés Dias, Brenos e companhia para provar.
A defesa só é mas um erro.
“O palmeiras tem que aprender a jogar fora de casa”.
Concordo muito quando o Gabriel Rostey escreve que esse time do Palmeiras é competitivo. Ele realmente parece gostar de grandes jogos. O problema – e aí novamente eu vou concordar com o colunista – é que o desempenho do futebol jogado pelo time está longe do que se pode esperar de um time campeão. Ontem mesmo, o Grêmio, apesar de derrotado, praticou um futebol mais vistoso e entrosado do que o Alviverde (o que não tira o mérito dos comandados de Cuca, que tiveram brio e depois do providencial gol de Róger Guedes – 2 x 2 – souberam aproveitar o momento de instabilidade dos gaúchos e foram até superiores na partida, que terminaria com uma contundente goleada).
ESSE PALMEIRAS NÃO ME ENGANA…
ASSIM COMO O FLAMENGO TAMBÉM NÃO…
TIMES APENAS REGULARES…