Créditos da imagem: desporto.sapo.tl
O Tigres engoliu o Internacional e será o terceiro time mexicano a disputar a final da Libertadores na história. Antes, em 2001, o Cruz Azul perdeu para o Boca Juniors e em 2010, o Chivas não teve chances contra o próprio Inter.
Convidados, os clubes da terra do “Chaves” não podem ir para o Mundial se ganharem a competição. Dessa forma, o rival do Tigres na final deste ano, Rivel Plate, está classificado para o torneio interclubes da FIFA mesmo antes da bola rolar. Os mexicanos só podem tentar a classificação através da Concachampions, que reúne clubes das Américas do Norte e Central. Lá, aliás, os mexicanos reinam absolutos.
A regra da Libertadores também inverte o mando de campo da final. O Tigres foi o segundo melhor da fase de grupos e o River, o último a se classificar. A lógica daria aos mexicanos a vantagem de decidir em casa. Mas como o regulamento manda o torneio acabar na América do Sul, a finalíssima será no histórico estádio argentino Monumental de Núñez.
Para a conseguirem a vaga-convite da Libertadores, os mexicanos não podem ficar nas primeiras posições da Liga MX, o campeonato nacional local, que dá aos primeiros colocados a vaga na Concachampions. Trocando em miúdos, a Libertadores está para os mexicanos como a Sul-Americana está para nós brasileiros.
Desde de 1998 na disputa do torneio, nenhum título foi conquistado pelos mexicanos. Esta é apenas a terceira final. Nos últimos anos, porém, as equipes daquele país vêm demostrando um crescimento: na fase de quartas de final, desde o Chivas finalista em 2010, estiveram em 2011, com o Jaguares e 2013, com o Tijuana. O aproveitamento já é melhor do que os pouco tradicionais times de Bolívia e Venezuela (ambos sem presença em finais), e até do que o Peru (com apenas dois vices), país com um pouco mais de peso no futebol. Caso o Tigres conquiste a taça, o México igualaria o desempenho do Equador (um título e dois vices) e ficará com o mesmo número de conquistas que o Chile (mas perdendo em número de vices – são cinco dos chilenos). É verdade que ainda está muito atrás dos países mais tradicionais, como Colômbia e Paraguai, além, é claro, de Brasil, Argentina e Uruguai. Porém, esses números correspondem a menos de 20 anos de disputa e muitas vezes jogando com seus times teoricamente secundários.
As estatísticas ainda colocam os clubes mexicanos bem afastados dos principais polos da Copa Libertadores. Mas saindo um pouco da frieza dos números, a parte técnica causa a sensação de que eles já deixaram para trás a maioria dos países da América do Sul. Muito por conta do dinheiro farto que inunda os clubes mariachis.
Sem entrar no mérito se há qualquer sentido esportivo a presença dos mexicanos no torneio – o que resta evidente, já que participam da competição com restrições -, os clubes têm feito boas apresentações nos últimos tempos. Com jogadores valiosos, fruto dos mecenas que adotam os clubes, os times da terra da tequila, além de caros, são tecnicamente superiores aos times fora do eixo dos campeões mundiais. São sempre rivais difíceis de serem batidos, principalmente em casa, por conta dos torcedores fanáticos pelo esporte bretão. Os mexicanos lotam seus belos estádios até na Libertadores – não tão valorizada por eles.
Particularmente, tenho a sensação de que, na hipótese de colocarem seus melhores times em disputa em iguais condições dos demais (com vaga no Mundial e abdicando da Concachampions), os clubes mexicanos teriam participações ainda mais relevantes. Talvez até um título já poderia ter ido para o México.
O Tigres, então, pode mudar o rumo da história e abrir a discussão sobre participar por completo do torneio, até pelo atrativo financeiro e político. Para muitos, o clube mexicano é mais time do que o River, ainda que pese demais a camisa do maior campeão argentino e bi da Libertadores. Está amadurecendo o título mexicano. Como diz a famosa versão brasileira da canção mexicana: está chegando a hora?
O River vai ganhar! Tradição!!!
Além dos mexicanos, os norte-americanos também fariam muito bem à competição. Mais dinheiro e craques para a Libertadores. O torneio das Américas deveria ser unificado.