Créditos da imagem: Jefferson Botega / Agência RBS
O futebol brasileiro sofre constantemente com o imediatismo de dirigentes dos maiores – e menores, em seu contexto geral – clubes do país. É cada vez mais comum uma equipe ter de três a quatro técnicos por ano, o que dificulta a continuidade de um trabalho e, consequentemente, o sucesso.
Mas, de cinco anos pra cá, a evolução no conceito e na forma de se enxergar o futebol aparenta surgir em equipes de menor expressão no âmbito nacional e internacional. Tais clubes parecem querer mudar a sina que ronda o Brasil. Exemplo da Chapecoense, que ascendeu com Gilmar Dal Pozzo da Série D à A em cinco anos.
E para também compor o hall da organização e do trabalho a longo prazo, eis que surge o Grêmio Esportivo Brasil. Ou, Brasil de Pelotas, apenas.
Sob o comando de Rogério Zimmermann, a equipe gaúcha definitivamente “saiu da lama”. Da disputa do Campeonato Gaúcho da segunda divisão, à bicampeão do interior em 2014 e 2015, e vice-campeão da Série D, em 2014. Agora, acesso à Série B, após eliminar o Fortaleza com a vitória por 1 a 0, em casa, no Estádio Bento de Freitas, no jogo de ida, e o empate em 0 a 0, no Castelão.
Na execução do 4-2-3-1, a organizada equipe xavante de 30 gols na terceira divisão nacional tem a compactação, concentração e efetividade em suas características. Viveu altos e baixos na primeira fase devido à problemas financeiros que foram sanados, e classificou-se em quarto do grupo B com merecimento.
Méritos esses que refletiram no jogo que decretou o acesso do clube. Diante de um Castelão lotado, a estratégia sempre prevaleceu. Desde a escolha das peças para anular o adversário – como na escalação de Felipe Garcia para conter o perigoso Thallyson -, até a tática para compactar as linhas e negar profundidade e espaços ao adversário, além de técnica para decidir a conquista de um resultado difícil.
E em meio a tudo isso, uma constatação: O Brasil de Pelotas é mais um alento para o futebol brasileiro. O resultado do trabalho desempenhado em 4 anos será: maior receita, elenco reforçado, novo status do clube dentro do país, calendário rico e que deve potencializar o Sócio Torcedor.
A organização no planejamento deixa a lição para os nossos dirigentes repensarem suas filosofias. Em um cenário no qual só os técnicos são cobrados, cabe jogar a responsabilidade para cima dos responsáveis pelos clubes do Brasil.
Interessante que o Brasil começou bem o ano, sensação do Gaúcho, fez jogo duro contra o Flamengo na Copa do Brasil e graças ao trabalho de longo prazo, pimba, consegue o objetivo.
Gosto muito de ver clubes assim, como a Chape e o Brasil, que apostam num trabalho de continuidade e enfileira conquistas. Parabéns!