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O São Paulo não mereceu a vaga na final da Libertadores. Fato.
Esqueça as reclamações de arbitragem (justas, especialmente em relação ao pênalti em cima do Hudson). O Atlético Nacional-COL jogou mais bola nos dois jogos e vai até com certo favoritismo para a decisão contra o surpreendente Del Valle (principalmente depois do empate por 1 x 1 no jogo de ida, no Equador).
Entretanto, isso não invalida o caminho percorrido e, especialmente, o trabalho de um certo “Patón”. Parece oportunista defendê-lo depois da atuação consistente no Majestoso (1 x 1, em Itaquera), mas esqueça também o clássico, Edgardo Bauza faz sim um grande trabalho no Tricolor.
Não tenho nada contra técnicos estrangeiros, acho até que seria uma das boas alternativas para arejar as ideias no nosso futebol. Mas me oponho a todas as opções dos dirigentes brasileiros que fizeram virar moda a contratação de técnicos estrangeiros no nosso futebol. De Gareca a Paulo Bento, o que vemos são dificuldades enormes, que comprometem o campeonato de seus respectivos times.
Mas há uma exceção: que atende por Edgardo Bauza. E para mim parece clara a razão de o argentino obter até aqui mais sucesso do que os outros: o São Paulo fez o certo, do jeito certo. Não basta trazer um estrangeiro, o estrangeiro tem que ser bom, ter gabarito, talento, sobretudo disposição de trabalhar num ambiente tão inóspito aos treinadores como é o futebol brasileiro. Ou seja, tem que haver o planejamento adequado.
Bauza teve uma pré-temporada e um Campeonato Paulista para amadurecer um time e uma ideia de jogar futebol. E olha que aconteceram revezes nessa caminhada: as derrotas para The Strongest e Audax são apenas alguns exemplos.
Mas o hermano achou um time, classificou-se para a semifinal do torneio continental contra tudo e contra todos e… fracassou (?).
“Fracasso” que coroou a crise tricolor no ano anterior, a falta de elenco evidenciada pela lesão de Ganso e também, claro, de decisões equivocadas do treinador, que erra porque é humano, mas que definitivamente não errou por ser omisso.
“Fracasso” que escancara a crise do nosso futebol, que não emplaca um finalista desde 2013 no torneio vez sim, vez sim de novo, tratado como obsessão pelos brasileiros.
Só que não basta a obsessão, falta aos clubes brasileiros a inteligência de não remontar suas equipes a cada três derrotas, de não escolher treinadores apenas pela nacionalidade, mas sim por uma ideia de futebol e, principalmente, mantê-la.
Dorival Júnior desabafou depois da vitória contra a Ponte que se perdesse Gabigol e Lucas Lima não faria milagres, mas que sabia que a culpa de não brigar pelo título seria “sua”. Ele tem razão. O futebol brasileiro tem sim saída, mas os responsáveis insistem em ignorá-la.
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Espero que o “Paton” continue fazendo este “brilhante” trabalho que fez até o momento, dirigindo um time que não possui um título importante há bem mais de 10 anos.