Créditos da imagem: Arquivo/Folha Imagem
A imagem de Carlos Alberto erguendo, com o orgulho dos vencedores, a Taça Jules Rimet, em 1970, no estádio Azteca, Cidade do México, foi decisiva no amor que passei a ter pelo futebol. Tinha oito anos, mas lembro nitidamente do fantástico gol que fechou a goleada por 4 x 1 sobre a Itália: roladinha de Pelé e o chute fulminante do capitão.
Um garoto de 24 anos que tinha a simples responsabilidade de ser um dos comandantes da melhor seleção da história, com companheiros do nível de Pelé, Gerson, Rivellino, Tostão, Jairzinho, Piazza, todos craques e líderes consagrados em seus clubes. O “Capita” era uma presença marcante. Comandava a defesa e ainda sabia descer com qualidade.
Por outro lado, seu estilo técnico não abria mão de boa dose de energia quando necessário. Na histórica partida Brasil 1 x 0 Inglaterra, no México, considerada um dos maiores “jogos de xadrez” de todas as Copas, ele “abriu a caixa de ferramentas”, como se dizia antigamente, para dar um corretivo no adversário Lee, que havia acertado o goleiro Félix em lance maldoso dentro da área do Brasil.
Ao lado de Leandro, ex-Flamengo e Seleção Brasileira de 82/86, foi o melhor lateral-direito brasileiro que vi em atividade. Sua vantagem sobre Leandro foi a personalidade forte, a capacidade de comando e o sangue frio nos momentos mais difíceis.
No final da carreira, já com o corpo castigado demais para a cansativa função de lateral, passou a jogar como zagueiro. E nessa posição foi um dos comandantes da Máquina Tricolor, do Fluminense, bicampeã carioca de 75/76.
Na época em que os laterais pouco desciam ao ataque, Carlos Alberto fez 40 gols em sua carreira. Tem um troféu simbólico que os mais jovens desconhecem. Antigamente, os jogadores eram chamados apenas pelo nome, sobrenome ou apelido. Um seleto grupo de ilustres ganhava a distinção de ser chamado pelo nome completo por causa do grande respeito que impunha. Carlos Alberto Torres foi um deles, ao lado de Edson Arantes do Nascimento, Mauro Ramos de Oliveira e outros poucos.
Foi técnico de grandes times, conquistou o Campeonato Brasileiro em 1983, pelo Flamengo, e o Carioca em 1984, pelo Fluminense. Falava o que pensava, não fugia de uma polêmica. Sempre mostrando conhecimento profundo do futebol.
Tão fulminante quanto sua avançada pela direita e o chute de primeira que venceu o goleiro Albertosi em 70, foi o ataque cardíaco que o abateu na manhã desta terça-feira (25/10). Deixa uma história inesquecível. Fica seu exemplo como estrela de primeira grandeza da constelação do futebol mundial.
Você resumiu perfeitamente, Emerson Figueiredo: “Um garoto de 24 anos que tinha a simples responsabilidade de ser um dos comandantes da melhor seleção da história, com companheiros do nível de Pelé, Gerson, Rivellino, Tostão, Jairzinho, Piazza, todos craques e líderes consagrados em seus clubes. O ‘Capita’ era uma presença marcante”
Uma perda enorme! Mas não bastasse a carreira incrível, ele estará sempre presente pelo “fecho de ouro” que foi aquele quarto gol da final contra a Itália, liderando a maior seleção de todos os tempos, e erguendo a taça da Copa mais marcante da história.
Cafu foi o maior
O Carlos Alberto parecia ser meu parente diistante que.pouco tivee contato durante a vida mas que me agora me.sinto na obrigação de ir a seu sepultamento.