Créditos da imagem: Reprodução/TV Globo
Gosto de poesia, mas não sei construir rimas. Gosto de violão, mas jamais aprendi a tocar. Quando, no colégio, marchava e percebia estar com passo errado, buscava acertá-lo. Quando caminho no sentido contrário, não é para discordar, é mesmo por achar que estou no caminho certo.
Comentando ou só olhando, não dou muita bola para estatística – futebol não é uma ciência exata. Fosse ou se tornasse, seria muito chato. Bola na trave é chute errado, pelo menos até que mudem as regras. Mais posse de bola e nada é a mesma coisa, se não sai o gol. Pode até revelar que o time toca de lado, sem profundidade.
Como narrava Ênio Rodrigues, “o que vale é bola na rede”. Mais uma vez, pelo menos até que mudem as regras e os jogos possam ser decididos “por pontos”, como no boxe.
Já escrevi, muito antes de Parreira e Zagallo dizerem “que o gol é mero detalhe”. No caso, escrevi que “foi” mero detalhe, porque o Palmeiras, numa final contra o São Paulo, Morumbi lotado, precisava apenas do empate, que aconteceu sem a rede balançar. Com o 0 x 0 o objetivo foi alcançado, e pronto.
Esta semana, um grande amigo que preside uma empresa de cosméticos, comentou assim na coluna anterior: “quando é que usarão a tecnologia para que o futebol deixe de ser um jogo de azar?”. Espero que nunca, respondi a ele. Porque, completei, quando as mulheres nascerem todas belas e permanecerem joviais, ele perderá o emprego.
Não é novidade, mas neste Brasileirão, talvez pelo equilíbrio na briga pelo título e pelas vagas na Libertadores, que rende alguns milhões aos clubes participantes, as discussões sobre a arbitragem estão além do limite. Reclamações justas e reclamações injustas. Acusações de todos os tipos e gêneros. Válidas e ridículas. Que somadas e divididas provavelmente deixariam saldo zero – ou perto.
Hoje, um amigo enviou imagens montadas que valeriam como proposta a ser aplicada pela FIFA. Nelas, diante de um lance que gera dúvidas,o árbitro breca o jogo e consulta, tête-à-tête, a alguém que confere as imagens num aparelho. Com a resposta, o homem do apito volta e age de acordo com a informação recebida. Coisa de minutos.
Beleza? Que nada. Acabariam com as dúvidas, eliminariam as acaloradas e saudáveis discussões, que duram até que apareçam outras marcações consideradas erradas por uns e certas por outros. Tornariam desnecessárias as mesas ditas redondas, enxugariam as resenhas – assim chamadas pelos cariocas. Um caos.
O que a Poderosa faria com Arnaldo Coelho e o grande time de ex-árbitros que faturam por lá belos caraminguás? Pensem bem, amigos. Pensem na monotonia das discussões entre os coleguinhas, e o desemprego entre os companheiros do Arnaldo. Já não bastam os 12 milhões? Botem as mãos na consciência…
Sou contra preferiria que fosse dois árbitros um em cada lado do campo, revezando a cada 15 minutos o lado do campo e um auxiliar atrás de cada gol.
Uma ideia. E a Fifa devia colecionar ideias para analisá-las…
Quase nada retrógrado, o pensamento…
Pois é, a vida é assim.
Boa, Zé Maria!
Também sou contra o uso do tal “desafio” do vôlei ou do tênis, aplicado ao futebol. Dou um exemplo, que ocorre com frequência.
Suponhamos que haja uma bola cruzada na área, no segundo pau, e o atacante cabeceia para o meio da área, para um colega que finaliza para o gol. Mas o auxiliar acha que o que cabeceou estava impedido, levanta a bandeira, e o árbitro apita antes da conclusão do lance. Aí o time que teve o gol anulado pede desafio… e se constata que o tal atacante não estava impedido! O que faz o árbitro??? Ele não pode dar o gol, pois, como o lance já estava parado, goleiro e defesa, ao ouvirem o apito, nem foram na bola… E aí??? Recoloca todos os jogadores na mesma posição do momento do apito (com o auxílio da imagem da TV, é claro!!!), solta a bola onde ela estava, e manda recomeçar o lance a partir daí???
Para evitar essa situação, se tiver o tal desafio, o árbitro, com medo de apitar algo irreversível, não vai querer brecar o jogo… Ao contrário, vai começar a não apitar mais nada. Nem lateral!!! Quem quiser, que peça o desafio… E, aí, não vai mais precisar do árbitro!
(Eu até desconfio que os árbitros do vôlei estão começando a apitar menos infrações – tipo toque na rede, invasão, 2 toques… – e deixando por conta de um pedido de desafio do time prejudicado…)
Talvez se pudesse usar a toalhinha (“flag”) do futebol americano. Se o árbitro achar que ocorreu alguma irregularidade, ele joga a toalhinha na grama, e deixa o jogo seguir, até ter uma chance de consultar o VT. Mas… e se demorar uns 5min para a bola parar??? E se, antes da bola parar, tiver outro lance que mereça uma nova toalhinha??? No futebol americano, a chance disso acontecer é zero!
Não dá! O futebol tem suas peculiaridades, que nenhum outro tem! É diferente dos outros esportes, que param a toda a hora, e que permitem que se “volte o ponto” sem grandes prejuízos para os dois lados.
Pensando bem… talvez seja por isso que sejamos tão apaixonados por ele!
Muito bom, Sérgio Paz! O engraçado é que acabei de comentar sobre isso no Facebook, que os árbitros começariam a não apitar mais e esperar o “desafio” 😉
Mas, ainda assim, sou favorável ao uso da tecnologia. Não sei exatamente como seria, e acho que isso seria aprimorado com o tempo. Ainda que se chegasse a conclusão de que não serve e devemos parar, ok, mas que não neguemos a possibilidade…
Há alguns anos, nessa mesma discussõ sobre mudanças no futebol, no caso falando da falta de gols, alguém propôs aumentar os gols – para uns tres metros, ou mais. E os goleiros, claro, gritaram…rssss. Zezé Moreira, excelente técnico, propos aumentar o tamanho dos campos. Como obrigaria destruir os estádios do mundo, deu uma segunda ideia – diminuir o número de jogadores para 10….E a bola continua rolando amigo Gabriel….Usando a tecnologia diminuiriam o tempo do jogo, digamos para 70 minutos? Ou a Globo teria de esticar seua programação? rrsss
Pois é, Sergio. Perfeitas as observações. Quem sabe se o Mano Garcia der uma lida ele mude um pouco sua (dele) opinião. Quem sabe? Quem sabe….
Incrível que tenha quem não percebe o humor no seu texto, José Maria de Aquino!
Eu sou favorável à tecnologia, mas unicamente para casos não-interpretativos: impedimentos, bola passar ou não a linha, e falta dentro ou fora da área. Mesmo assim, alguns lances gerariam polêmica e, ainda com isso, um lance que parasse por um impedimento mal marcado, por exemplo, nunca poderia voltar. Ou seja, talvez os juízes começassem a deixar tudo rolar para deixar checarem se estava impedido ou não.
Quanto ao drama do desemprego de ex-árbitros, não sei se sou uma alma ruim, mas confesso que eu adoraria não vê-los mais, principalmente com tanto protagonismo… 😉
Se esse recurso já fosse válido este ano,o Palmeiras não estava na liderança.
AH
SEM MUNDIAL.
Mas o Plmeiras ganhou o Mundial em 1951. Ou estou enganado? rsss
Sua cara de retardado já dá pra ver a inveja
Sente o cheiro do meu pau
Coisa feia, Kevin….
Sem argumentos,
Com vc nem teclo.
Nem perdo tempo,
Todo mundo viu q os 2 gols contra o Figueirense foi irregular, estude regra de futebol e pare de ser clubista, e seja realista.
Sobre retardo, não te digo nada, pois vejo a ignorância em vc de ter argumentos válidos.
Tecle sozinho.
Perfeito
como será meu dia seguinte no face, no barzinho, no trabalho ou na condução….chato, muito chato ficar sem a polêmica com o Eugênio Lima, com o Tadeu, com o Maluf, com o Dutra e com vc José Maria.
Exatamente isso, Yussef. Perderia a graça e não resolveria nada, porque as dúvidas continuariam….Sem falar no Arnaldo, coitado, que perderia a boquinha…rrsss
excelente, zé maria!
a dialética só nos ajuda!
grande abraço, querido!
Obrigado, Alex. Tenho admiração por você. E um dia ainda entregarei a medalha…Sim, tenho uma medalha para te dar. rrss
Já está mais do que na hora de promovermos o darwinismo futebolitisco. Não porque queremos desempregar ex-árbitros comentaristas ou simplesmente deixar de escutar conversas a nível de pre-maternal nas mesas redondas, e sim porque esta é uma das poucas atividades do ser humano que se recusa a evoluir e melhorar. Se até os dinossauros desapareceram… eu tomaria cuidado.
Futebol não é uma ciência exata e nunca vai ser. E isso não tem nada a ver com o alto nível de arbitariedade dos árbitros (sic) de futebol. Tem a ver com as inúmeras variáveis presentes em uma competição, que passam desde dons naturais até motivação, habilidade para se trabalhar em equipe, determinação, técnicas de treinamento e estado emocional.
Mas ao lado da emoção gerada pela incerteza do resultado final, estão as regras. Futebol não deveria ser uma anarquia. Não deveria gerar revolta. Não deveria estar na mão árbitros incompetentes bem intencionados e nem de árbitros competentes mas corruptos. Que vença o que melhor se preparou. O que mais vezes colocou a bola nas redes sem infringir as regras do jogo. É assim em qualquer outra parte da sociedade. Por que só o futebol cre que a injustiça faz parte da diversão do povo. Pão e circo ?
A justiça nos resultados através da tecnologia semearia beneficios inesperados. Quem sabe mais profissionalismo e democracia neste esporte. Talvez a entrada de pessoas mais inteligentes e capacitadas para gerenciar isso como um negócio e transparencia para empresas que querem investir. Quem sabe até mesmo mudança de regras como a eliminação do impedimento. Com um alto grau de conviccção, prefiro não viver no passado.
Um verdadeiro Rui Barbosa miracemense não foi capaz de seguir sua carreira brilhante de advogado por não aceitar regras não escritas na profissão. Me imagino que em um tribunal, ele não aceitaria dar um veredito sem que antes todas a provas fossem apresentadas. O mesmo argumento é válido para o futebol. Que o resultado considere todas as provas do jogo.
Esse mesmo advogado, um pouco distante da industria cosmética, não percebeu que ela segue evoluindo faz séculos. Inovação através de novos produtos, canais de vendas, técnicas de marketing. E para uma pessoa como eu que sim está na indústria e passa o dia rodeado de mullheres, sabe que estes produtos não existem para que as mulheres fiquem mais bonitas. Todas as mulheres são lindas e jamais diria o contrário. Esses produtos existem para que elas se sintam mais confiantes. Nada mais.
Voltando ao futebol, que se acabem as dúvidas e discussões infrutíferas. Que venham pessoas mais inteligentes falar de estratégia, técnicas inovadoras , mais do esporte e menos dos transtornos extra-campo.
…e o gol La mano de Dios seria anulado e a Inglaterra não seria campeã Mundial, uma pena. Vão acabar com o futebol assim como acabaram com Praça Onze.
Estou com o mano José Aquino!
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