Créditos da imagem: UEFA
TOP FIVE DA BOCA – E TECLA – MALDITA
Os leitores devem ter notado que não sou fã do jornalismo esportivo brasileiro de hoje. Tirando poucas e honrosas exceções, temos um grande gosto coletivo pelo lugar comum. Algumas práticas são tão disseminadas que não se resumem a um ou outro veículo. Em homenagem a minha antiga coluna Canal 1000, do Fórum O Mais Querido, apresento aos leitores do No Ângulo os…
CINCO DETONAÇÕES FAVORITAS DA IMPRENSA ESPORTIVA!
5 – posse de bola – não é novidade que só ter a bola não significa que seu time ganhará. Mas, quando ele perde, a crítica das resenhas mais parece um deleite, como se estivessem torcendo para acontecer. Mágoa embutida por resultados como o 7 a 1 da Copa do Mundo? Talvez não com os placares em si, mas com as críticas de torcedores à própria imprensa por não antever os vexames. As entrelinhas realmente sugerem um tom revanchista de “vou me atualizar pra quê? Chega de Guardiola daqui, Alemanha dali… O que vale é bola na rede, p…!”. Claro que isso muda quando o derrotado é o time de simpatia do jornalista. Aí o vencedor deixa de ser “eficiente” para se tornar praticante do “antifutebol”, jogar por uma bola, etc…
4 – “ótima” geração belga – é verdade que o ranking da FIFA forçou a barra, mas não precisa salivar quando a seleção da Bélgica atua mal. Graças a tamanha ojeriza, o espectador ou leitor desavisado acha que são mesmo um bando de enganadores. Pelo contrário. Jogadores como Hazard e De Bruyne podem ser colocados no rol dos vinte melhores da atualidade, sem exageros. Outros, como Lukaku, são bem quistos nos maiores clubes e seguem evoluindo. O goleiro é excelente, o que já é tão costumeiro quanto o chocolate local. A geração é certamente diferenciada, sendo que eventual insucesso na Rússia não provará nada além do óbvio: construir uma potência do futebol requer mais que talento reunido. Requer tempo. O basquete feminino brasileiro teve sua geração gloriosa formada no fim dos anos 1970, com Hortência e Paula. Só levaram quase vinte anos para chegar ao título mundial. Que tal menos nariz torcido e mais informação?
3 – mata-mata – quarta-feira, disputa de Copa do Brasil, é a deixa habitual para alguns formadores de opinião, parte deles milionários por causa de lucrativas polêmicas, lançarem raios de fúria contra o campeonato de pontos corridos. “Cadê a emoção??????” é o mote, seguido por outras pérolas populistas. Porém, reparem que a campanha costuma ocorrer antes de os jogos começarem. Depois não dá, porque os mata-matas nacionais normalmente são um porre. Na maior parte do tempo, é só chutão e chuveirada na área. O medo de errar fala muito mais alto, até porque ninguém quer ser o personagem do Top 1 – ver abaixo. Em vez de batalhas épicas, o espectador recebe a cura da insônia. Mas é um detalhe que preferem não comentar. Pior: na fase seguinte, lá vêm eles de noooovo…
2 – técnicos estrangeiros – a coroação da xenofobia inconsciente ou descarada. A técnica de implosão é mais manjada que Cuca e lateral na área. Primeiro, os comentaristas dão lições de moral e imparcialidade, decretando ser preciso dar tempo ao novo treinador. Um mês depois (se tanto), trocam a paciência de Jó pela de Judas. “Tudo bem que ele precisa de tempo, mas já deveríamos ver sinais de progresso!!!!”. A tiracolo, os jornais e portais lançam matérias mostrando que o aproveitamento é pior que o dos colegas brasileiros, além das cutucadas “respeitosas” defendendo o prestígio a quem sempre ralou por aqui. Tão repetitivos e previsíveis quanto o Coiote caindo do abismo. Com a diferença óbvia de que este cai de mentirinha e é engraçado.
1 – erguer e derrubar jogadores – o campeão da lista passaria batido, não fosse este colunista um chato de galochas. Quando programas, blogs e colunas encherem a bola de um certo jogador (inclusive exigindo sua convocação), pegue seu calendário e marque um espaço de três meses. Até o fim do período, você verá ou ouvirá os mesmos programas, blogs e colunas destruindo o mesmo atleta. “Mascarou!”; “A seleção fez mal a seu futebol!”; “Vai ver, nunca foi tudo isso!” são os clássicos. Mas a crueldade máxima é que, não raro, este mau momento é provocado pelos próprios jornalistas. Enfurecidos com alguma picuinha, passam a dizer que o alvo está em má fase. Em questão de duas ou três partidas, a notícia martelada entra em sua cabeça, até que as atuações realmente despencam. Vingança de jornalista esportivo contrariado é pior que cônjuge traído. Tem que ir ao programa, responder a tudo sorrindo e não esquecer de dar bom dia, boa tarde ou boa noite. Senão eles choram. A torcida e o boleiro também…
Leia também: Vamos falar o de sempre? Eba!!!!! Só que não…
BOA, EM GERAL ESSA IMPRENSA ESPORTIVA É MESMO RIDÍCULA…
MAS QUE A BÉLGICA NÃO É NADA DEMAIS, AHHH, NÃO É MESMO…
A seleção belga não fez nada de mais, porém tem jogadores com potencial para que faça. Se os resultados de uma seleção exprimissem se os jogadores prestam, muito jogador badalado, de diversos países, não seria considerado “tudo isso”. Mas a crônica esportiva não apenas deixa de fazer a distinção, como parece ter um prazer inexplicável ao colocar aspas no “ótima”.
COM ESSE AR DE CHACOTA E DESDÉM EU TB NÃO CONCORDO…
No mesmo dia, jogadores belgas foram muito bem na rodada da UCL e a final do mata-mata foi o anunciado porre. CQD.
Kkkkkkkkkk, no ponto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E mais uma vez vimos uma final de mata-mata que foi horrorosa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Excelente! E o mais impressionante é ver como vários seguem esse padrão, mas apresentam seus argumentos como se estivessem trazendo algo totalmente novo e fora do comum!
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