Créditos da imagem: Sidomi.com
No dicionário, tática é “a arte de dispor e manobrar as tropas no campo de batalha para conseguir o máximo de eficácia durante um combate.” Em meio à literatura bélica, o conceito do principal artifício que toma conta do futebol já era presente. Sobre mapas, militares dos mais altos escalões distribuíam seus combatentes baseados em uma lógica e nos diversos fatores integrados à batalha que viria acontecer. Em síntese, quem faz movimento ‘x’, quando faz, como faz; e assim sucessivamente.
Dentro do futebol, fielmente o conceito é seguido. O treinador arma para desestruturar a equipe adversária – tanto ofensiva como defensivamente -, priorizando sempre o equilíbrio entre o coletivo e o individual. Futebol é coletivo, estratégia, organização para o conjunto brilhar e, quando não for assim, o craque resolver.
Entretanto, o futebol nem sempre foi da maneira que conhecemos hoje. A partir de 1870, quando os times já contavam com 11 jogadores, sendo um goleiro, os primeiros esquemas começaram a surgir. Descoordenados, obviamente, o 1-1-8, 1-2-7, ou até o 2-2-6 procuravam priorizar somente o ataque.
A partir, daí inúmeros estudos foram feitos para que chegássemos até o momento atual. Times compactos, leves, evoluídos taticamente, e com conceitos e filosofias bem didáticas; afinal, um esquema deve ter total compreensão do jogador para que o mesmo execute com perfeição o que é exigido.
Na contemporaneidade, a maior evolução dentro do esporte saiu nos últimos cinco anos com a – bem definida pelo escritor e comentarista André Rocha – “revolução Guardiola x Mourinho”.
O espanhol começou o processo com conceitos do eterno Johan Cruyff – responsável pela ‘melhor Holanda de todos os tempos’, além de ser campeão de tudo com o Barcelona e revolucionar com o Ajax -, Marcelo Bielsa, Van Gaal, entre muitos outros. O atual técnico do Bayern trouxe conceitos de compactação, posse de bola, pressão, e superioridade numérica. Soube explorar bem jogadores como Xavi, Iniesta e Messi, tirando o máximo de cada um deles com equilíbrio e aplicação tática.
Já Mourinho deu inteligência à retranca. Guardadas as proporções e as devidas individualidades entre as modalidades, o português utilizou conceitos de Handebol para sua principal filosofia: linhas chapadas, jogadores próximos, e diminuindo o campo de ação do adversário. Toda essa estratégia com aplicação tática e, assim como Guardiola, ‘sugando’ o máximo de seus jogadores.
Porque suas equipes não precisavam de mais de 30% de posse de bola. Bastavam os passes precisos e as transições rápidas com pouca gente na frente para não desorganizar a estrutura que devia prevalecer atrás. Na linguagem popular, a equipe jogava por uma bola.
O futebol evoluiu vinte anos em cinco com dois dos maiores ícones do futebol mundial atualmente. O duelo seguiu por muito tempo nos confrontos entre Real Madrid e Barcelona, e hoje servem de exemplo para todos que estudam, admiram e procuram se reciclar dentro do esporte.
Pep Guardiola e José Mourinho mostraram o quanto é importante o conjunto de uma equipe prevalecer, e a necessidade de desestruturar seu adversário a partir de uma estratégia. Entender as propostas de uma equipe, as aplicações dos conceitos de jogo, estudar as decisões em cada momento, as relações entre jogadores da mesma equipe e do adversário, e o quão cada um foi determinante para o jogo. Contextualizar o parâmetro físico, técnico e psicológico no âmbito tático. Tudo isso faz parte do futebol atual.
O futebol não começou, e muito menos vai acabar com os dois técnicos citados neste texto, mas se hoje presenciamos o jogo como está atualmente, muito se deve a eles.
Um especialista en Estacionar ônibus na frente da area o outro fera em robotizar jogadores…