Créditos da imagem: www.4dfoot.com
Como já disse, a Seleção Brasileira tem condições de chegar ao Mundial de 2018, na Rússia, em melhores condições do que estava no ano passado, quando deu vexame em cima de vexame. Veja que não estou falando de “se classificar”, porque acho uma obrigação. Ou passa ou fecha para balanço. E decrete, de imediato, que não se fala mais em melhor futebol do mundo.
É que o maior problema para 2014 foi não ter disputado eliminatórias, deixando, por isso, de sentir onde estavam os erros maiores e tentar solucioná-los. Viveu na ilusão das vitórias em amistosos que nada diziam, e se deram ao luxo de trazer, de volta das tumbas, Felipão, como se as coisas se repetissem automaticamente.
Cobri muitos jogos por Eliminatórias e é de algumas experiências vividas que quero falar aqui. Escolhi duas:
Em 1977, fui a Assunção, Paraguai, jogo vencido pelo Brasil por 1 a 0, gol contra de Insfran, em jogada com Paulo César Caju. Um dia antes do jogo, fui ao correio enviar um telex para a revista, e a mocinha que atendia cismou de não me atender. Dizia que era filha de militar e que seu pai a havia ensinado ser “mentira a história de que o general Solano López estava de camisola quando foi preso na guerra entre os dois países”. Afirmou várias vezes e eu concordei em todas. Aliás, dizia a ela que não sabia nada disso, não tinha falado nada daquilo e nem ouvido. Mas ela insistia em dizer que não ia enviar meu telex. Quase precisei ficar de joelhos para ser atendido.
Alertado, na noite do jogo decidi não enviar o material pelo telex do correio. Restavam dois lugares: na torre de uma rádio, já “contratado” pelo Antonio Maria, para o Jornal do Brasil. E no Hotel Guarani, onde me hospedava, escalei o do hotel. Antes de ir para o estádio comprei um radinho de pilha no camelô e uma capa de chuva. O radinho, para voltar ouvindo o final do jogo – sairia 10 minutos antes. A capa, para me proteger das bexigas cheias com urina que torcedores das arquibancadas jogavam para a parte de baixo. Felizmente não fui atingido.
De volta ao hotel, presenteei a funcionária do telex com uma bela caixa com bombons. Pedi para usar o aparelho e ela disse que estava enviando várias páginas a pedido do João Areosa, para O Globo. Disse que o João a havia pedido para começar a enviar assim que o jogo terminasse. Era um truque dele, para ter o aparelho quando voltasse. Liguei o radinho e pedi para que a funcionária ouvisse que “o jogo ainda não tinha terminado e, portanto…”.
A funcionária concordou e passei a enviar minhas matérias. Quando o João chegou, ficou louco da vida com a funcionária e comigo, claro. Demorou a entender que quanto mais bronqueasse, mais demoraria… (risos),
Nas eliminatórias para a Copa de 86, fomos eu e Ari Borges cobrir o jogo contra a Venezuela, em Caracas, para o Estadão. Logo no primeiro dia, Ari pegou a credencial, que era distribuída no estádio onde o Brasil batia bola, mas como a fila era grande, decidi primeiro ver o treino para depois buscar a credencial. Estávamos nós dois conversando atrás de um dos gols, quando apareceu um tenente, baixinho, que dirigiu-se a mim perguntando: “Con quién andas?” Num momento de burrice (risos), respondi: “Con Dios, senõr”. E ele, bravo: “No hagas bromas…”. E eu: “No, señor, no señor. Mira…”, mostrando um crucifixo no cordão. Ari Borges, nervoso, não conseguia falar e percebendo que eu podia ser preso, mostrou que eu precisava buscar a credencial. Foi o que fiz, para não rir e, provavelmente, ir em cana.
Leia meu blog em www.tvredepaulista.com.br/josemariadeaquino
Rsrs, adoro histórias dos bastidores do futebol! =D
Comendador José Maria Aquino tem muitas histórias pra contar. Gostaríamos que vc relatasse outras.
Abração
Edemar Annuseck
Boas histórias são para poucos. E bons jornalistas têm muitas. Principalmente os do esporte e os da política!
histórias deliciosas do zé maria de Aquino!
Histórias de quem tem muita história! Sensacional!!!!!