Créditos da imagem: Portal Terra
No gol, Muralha. Na zaga, Rafael Vaz. No meio-campo, Márcio Araújo. Do banco de reservas, Gabriel.
Só de ler esses quatro nomes, a torcida do Flamengo já se arrepia, fica irritada e se entristece com as escolhas de Zé Ricardo. E os quatro estavam juntos quando o juiz apitou o final do jogo em que o rubro-negro perdeu para o Santos por 4 a 2 na última quarta-feira, na Vila Belmiro, resultado que quase custou a vaga para a semifinal da Copa do Brasil.
Um problemaço que Zé Ricardo caçou ao insistir em optar, pela enésima vez, por jogadores sem condições de jogarem no time. E aqui, segue um parênteses rápido: cada qual com seu motivo. Muralha não é dos piores, mas foi alçado a um patamar que não é o dele, e inseguro após falhas, não corresponde mais; Rafael Vaz é limitadíssimo, e pior, se acha o Boateng, colocando a perigo o time meia dúzia de vezes por jogo; Márcio Araújo pode ajudar em determinados momentos, mas sendo titular absoluto, expõe a sua falta de qualidade e pouco ajuda na formação equilibrada de um time competitivo; enquanto Gabriel, reparem bem, não tem cacoete nem de jogador profissional.
De qualquer forma, a paciência com Zé vai embora à medida que cada um deles – ou todos – vai ganhando espaço (ou se recusando a perdê-lo) no time.
Mas o problema atual do Flamengo, que não engrena e não convence, é mais do que mera escalação, mas também diz respeito ao treinador. Não é só pela presença de alguns desses nomes que o time da Gávea só conseguiu vencer um dos oito rivais da primeira parte da tabela que enfrentou. O time simplesmente não consegue convencer no coletivo, expondo os jogadores mais frágeis, como esses quatro, e piorando a qualidade de alguns dos bons nomes do time.
Miguel Trauco é, notadamente, um jogador de muitos recursos. Mas como lateral (lembremos que sua posição de origem é meia-esquerda) deixa espaços e marca muito, muito mal. Qualquer time que queira vencer o Flamengo tem ali a saída para a vitória. Normalmente, insistem por ali no caminho das redes de Muralha ou Thiago, e, agora, Diego Alves.
Mas é do outro lado, onde atua o apenas correto Pará, que o Flamengo tem sofrido nos últimos jogos. Bola nas costas sem a devida cobertura, foi por ali que Cruzeiro, Palmeiras e Corinthians fizeram seus gols e tiraram pontos importantes do time de Zé, em falhas individuais ou coletivas daquele lado do campo.
A falta de compactação e intensidade (palavras da moda), que sobra no Corinthians líder absoluto, é vista no Flamengo quando a zaga, mesmo contando com nomes excelentes como Réver e Juan, corre desesperadamente atrás dos atacantes. O motivo: como o time é armado para atuar com a bola, ofensivamente, a defesa atua alta e em linha, prato cheio para que os rivais “apertem o triângulo” na gíria dos games e deixem os atacantes na cara do gol.
Atuar com a bola e pressionando o adversário é o sonho de muita gente, mas para isso, a coitada da redonda tem que ser bem tratada e guardada nas malhas do adversário. O ataque rubro-negro também não funciona a contento, principalmente nos grandes jogos, a despeito de ser o melhor do Brasil no ano. Só ver que Éverton Ribeiro, preso no lado direito, parece não ter encaixado no time, participando de maneira pouco contundente nas ações ofensivas, e ainda por cima, não fazendo o trabalho do “ponta que volta”, como faz Berrío, que tem atuado melhor, ou mesmo o inoperante… Gabriel (!).
Na composição do meio-campo, o titular é ou deveria ser William Arão, que foi mais um dos bons nomes que sofreu com a falta de qualidade coletiva do time. Cuéllar marca mais, mas participa menos do ataque do que poderia, provavelmente porque além de cobrir as laterais, tem que cobrir também as merdas de Rafael Vaz e Márcio Araújo.
A bola decisiva, que acontece quando as jogadas nas quais o talento individual, abundante no time, prevalece, sobra para Guerrero e Diego. Os dois principais nomes do Flamengo fazem temporada muito boa, mas acabam sobrecarregados. Ambos são duramente marcados pelos rivais e, nos últimos tempos, estão “marcados” também por perderem gols que poderiam ter jogado o Flamengo lá em cima na tabela, em vez de um apenas razoável 5º lugar.
Éverton e o 13º jogador Berrío, os motorzinhos do time, que mais correm do que pensam, quem diria, acabam tendo que resolver a peleja, como fizeram algumas vezes nas últimas semanas, salvando o time.
É claro que Zé Ricardo erra – e será incessantemente julgado por isso – ao escalar nomes tecnicamente inviáveis para o time lutar por títulos. Mas o fato é que, coletivamente, o milionário e talentoso Flamengo não joga como poderia, com um notável potencial desperdiçado.
O mercado favorece e o treinador deverá ter mais tempo do que o comum para detectar os problemas e corrigí-los, mas o otimismo rubro-negro diminuiu a cada rodada. É aquela velha máxima: time bom consagra jogador ruim, time ruim acaba com jogador bom e expõe ainda mais o jogador ruim.
Concordo que o Zé Ricardo vem limitando o time. Mas, ao mesmo tempo, também acho o Flamengo um pouco superestimado. Tenho a impressão que o Brasileirão do ano passado – muito acima das expectativas – fez a expectativa dos torcedores pular muitas etapas.
Réver e Juan, por exemplo, são jogadores muito consagrados, mas que há tempos baixaram degraus na carreira.
Acho que o elenco do Flamengo é melhor do que o time titular, e que a zaga, os laterais e os volantes ainda ficam devendo um pouco para a concorrência e para o resto da equipe – aí sim de altíssimo nível.
O Mengão tá meio torto: ao mesmo tempo que tem Diego Alves, Everton Ribeiro, Diego e Guerrero, tem Juan, Pará, Márcio Araújo e uma zaga que não é confiável!!!!!!!! Tá meio tipo o melhor ataque do mundo de 95!!!!!!!!!
Nunca vamos saber.. pq ele nunca sai do time pra vermos o desempenho.
Apesar de que nos últimos 6 jogos, a única vitória foi quando ele não jogou.
Dado interessante.
TIMECO
Vinícius Rodrigues Dos Santos