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Já vamos falar da volta do Cuca. Mas antes, deixem-me dizer que o Atlético Mineiro despediu o técnico Emerson Leão e não cumpriu o contrato. O mesmo fizeram Sport e outros clubes, que o obrigaram ir à Justiça para receber seus direitos. O Corinthians demitiu Daniel Passarella e não pagou corretamente o combinado, levando o ex-técnico a buscar seus direitos. Assim foi com Muricy Ramalho, ao ser chutado pelo Santos.
São inúmeros os casos de descumprimento de contrato desta forma.
Ao contrário do que muitos pensam, os contratos deixaram de ser cumpridos por não terem os clubes pago corretamente, no tempo fixado, a eventual multa contratada. E só por isso. Nada a ver com o fato de terem demitido os técnicos antes do final dos contratos. Nem os clubes, nem os técnicos, são obrigados a esperar pelo dia fatal para romperem o vínculo. Basta a parte que decide dar o adeus cumprir o que está acertado, de preferência por escrito.
Eduardo Baptista foi demitido recentemente pelo Palmeiras, o que muitos diziam já esperar, cada um dando seus motivos. Um direito. O que não vale dizer estarem todos certos. Nem errados. Nada além de pontos de vista, de opiniões que, assim como nariz, cada um tem a sua. Às vezes me pergunto porque alguns tão “precisos” em suas críticas, tão “completos” em suas análises, tão “seguros” sobre o que, no caso, Eduardo Baptista, errou, deixou de fazer ou devia ter feito, não trocam de profissão e se arriscam na carreira de “professor”, muito mais bem remunerada do que a dos “sabichões”, imagino.
Só espero – ainda não ouvi nem li a respeito – que o Palmeiras cumpra fielmente o que foi com ele acertado. Se tem multa, que pague na data certa. Se o acerto é permanecer pagando até o final do escrito – como a Portuguesa fez, faz tempo, com Zagalllo – assim seja feito. E nada de chorar pelas esquinas. Pode não ser o ideal, mas é o contratado. E, como se sabe, o que é acertado não é caro nem barato. Faz parte do jogo. Posição de técnico é uma posição de risco – viu o ótimo filme “Salário do Medo”? -, por isso paga bem acima da média paga aos técnicos nas diversas outras profissões, assim como no esporte.
Não sou, absolutamente, contra quem paga e quem recebe belas boladas ao final de cada mês. E nem discuto se quem recebe merece a bufunfa. Simples. Se pagam, é porque acham que o profissional merece. Estou falando de coisa honesta, de jogo limpo, claro.
Acho, por exemplo, que o Cuca jogou limpo – e de forma altamente inteligente – quando não aceitou renovar com o Palmeiras no final de 2016. Campeão Brasileiro, com todos os méritos, ele sabia que, continuando, o mínimo que exigiriam dele era igualar o feito. Antes, ganhar o Paulista e, claro, a Libertadores. Ainda mais, depois que os cofres da patrocinadora foram abertos e novas estrelas, assim chamadas (Felipe Melo, Guerra, Borja etc), chegaram para que aumentassem os elogios e considerassem o elenco candidatíssimo a todos os títulos que disputasse.
Será mesmo tudo isso? Acho que não. Não existe por estas bandas time que comece um torneio com 80% de garantia. Nem 40. Acho que desde o grande Santos (no regional) de Dorval, Mengálvio e cia.
Aqui não é a chata Espanha, onde o Barcelona começa com 56%, o Real segue com 40% e deixam os restantes 4% para o Atlético. Aqui a bola rola mais bicuda e também o pega é bem maior. Cuca, que não é um gênio, mas tem boa cabeça, fez a leitura correta. Disse que ia passear, curtir a família e ficou de camarote, sabendo que logo seria chamado de volta.
“Habemus Cuca”, li no post de uma amiga, naturalmente palmeirense. Foguetes estão sendo estourados. A pizza vai rolar por esses dias mais saborosa. O vinho vai descer melhor. Todos os palestrinos e palmeirenses pareciam engasgados com Eduardo Baptista que, com precisão, disse, ao sair, estar pagando o pato. Que não é o que enganou corintianos e agora engana chineses.
Temos Cuca, que não demorou um par de horas para dizer sim. Volta nos braços do povo e, claro, ganhando ainda mais, o que faz muito bem. Saiu quando devia sair, por saber que não conseguiria cumprir o que dele cobrariam e volta ainda a tempo: o time continua na Libertadores e agora começou o Brasileiro. Mas volta, e isso para ele é importante, vai dizer quando cobrado, para arrumar o que foi desarrumado com sua saída. Para o elenco estrelado, mas para baixo. Terá, praticamente, de recomeçar. E aí, se conquistar os títulos que antes dele cobrariam, será um gênio. Se não der, a culpa será do Eduardo Baptista.
A vida tem dessas coisas…
CUCA – O MELHOR TECNICO DO BRASIL!!!!
Muito bem notado, Mestre José Maria de Aquino! O Cuca só tem a ganhar com essa situação, nada a perder!
E embora eu não goste tanto do Eduardo Bapstista, o “coitado” não tinha alternativa mesmo. Toda a pressão nas costas, obrigação de ganhar todos os jogos, desconfiança generalizada. Achavam que dirigia uma Ferrari, mas não, é um carro de luxo nacional mesmo…
TACADA DE MESTRE, DEVE ESTAR GANHANDO RIOS DE DINHEIRO