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“Oito horas de sono” foi a recomendação do técnico Levir Culpi aos seus comandados no treino de terça-feira, em preparação para a decisiva partida, em casa, contra o ajeitado time do Santa Fé, da Colômbia, nesta quinta, pela Libertadores.
E é exatamente nesse clima de final de campeonato que os jogadores devem entrar em campo, pois o jogo promete ser duríssimo (na minha opinião, ao lado de Corinthians e Boca Juniors, a equipe colombiana apresentou o futebol mais insinuante e convincente do torneio até agora) e fundamental para as pretensões do Atlético na competição, já que é o último colocado em seu grupo (tem 3 pontos, ao lado do Atlas, do México) e seu adversário é vice-líder (tem 6 pontos e um jogo a menos que o líder Colo-Colo, do Chile, que tem 9 após a vitória sobre o Atlas por 3 x 1, em Guadalajara).
Mesmo vencendo, o clube mineiro não ficará em situação confortável, pois o jogo seguinte ao desta quinta-feira será contra o Atlas, fora de casa e, no fechamento da primeira fase, será a vez de enfrentar o hoje líder Colo-Colo, em Minas Gerais.
Inevitavelmente, o atual momento adverso acaba remetendo a um passado recente do Galo, de vitórias marcantes na sua casa sobre rivais poderosos como São Paulo, Flamengo, Corinthians, Newell´s Old Boys (quando surge o mítico “Eu Acredito”, que embalou a equipe em incríveis viradas), e, claro, o Cruzeiro. Sem falar na criação da mística de dono do terreiro com o bordão “Caiu no Horto, tá morto”, que, de tão bem sucedido, é simpaticamente copiado pelos rivais nacionais. Vide o tão propagado atualmente pela torcida corintiana “Caiu em Itaquera, já era”.
Porém, em que pese o período de superação e glória recente, considero plenamente possível o Atlético-MG não se classificar para a próxima fase. Além de não estar jogando bem, o clube não teve tanta sorte com as lesões de atletas importantes do atual elenco (entre eles, Lucas Pratto, Marcos Rocha, Dátolo e Guilherme), e encontra-se em fase de reestruturação. Se considerarmos o time campeão da Libertadores de 2013 com Cuca, constataremos que pilares daquela equipe como Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli e Jô não jogam mais pelo clube (embora o último ainda tenha contrato vigente). Vá lá que essa transição já esteja em andamento há algum tempo (inclusive com a conquista brilhante da última Copa do Brasil, já sob o comando de Levir Culpi), mas entendo que ainda há um time a ser formado e isso não costuma acontecer da noite pro dia.
Se conseguir superar todas as barreiras (e o passado recente anima), o Atlético chegará com pose e status de “cachorro grande” na busca pelo título. Sem falar da possibilidade de, caso seja o segundo do grupo, de cruzar um grande rival já pelas oitavas-de-final da competição, em jogo que inevitavelmente seria tratado como uma espécie de “final antecipada”.
No entanto, para que chegue até essa fase do torneio, ainda há a primeira fase. E, o time titular escalado no treino de hoje para tentar se aproximar desse objetivo no próximo jogo, foi:
Victor; Marcos Rocha, Léo Silva, Jemerson e D. Santos; Donizete, Rafael Carioca, Dátolo, Luan e Carlos; Pratto
Com Pratto e Cárdenas se ambientando ao clube e ao país; com Marcos Rocha, Dátolo e Guilherme voltando à boa forma e com a contratação do bom (e subutilizado no Santos) Thiago Ribeiro, o time vai ganhando corpo e, caso concretize o seu crescimento e sua classificação, difícil imaginar alguém tirando o sono do Galo. Hoje, talvez apenas o Corinthians parece que teria envergadura para tanto.
E segue o jogo.