Créditos da imagem: William Lucas/Inovafoto
Ao assumir que foi ele quem pisou em seu companheiro Renan, e não o rival Jô, Rodrigo Caio já fez o mais importante: criou o paradigma.
Agora nós brasileiros sabemos que é sim possível que um jogador simplesmente “faça o que devia ter feito”, como disse o próprio, mesmo que contrarie um interesse imediato. É verdade que há alguns precedentes no exterior, mas por aqui o “povão” nunca tinha visto isso. Nunca tínhamos refletido tanto sobre o assunto, nunca tantos jogadores viram que a opinião pública apoia a atitude, que o técnico da Seleção Brasileira (e que felizmente é a referência da profissão no Brasil) parabenizou o atleta e que pode valer a pena agir assim.
Por isso me revolta que alguns jornalistas metidos a “abridores de olhos” critiquem o zagueiro são-paulino e acabem por dar munição a uma minoria de torcedores que gosta de mostrar imbecilidade e assim crê ser mais fanática, em uma espécie de “irracionalidade ostentação”. E caso esteja correta a reportagem do GloboEsporte.com que relata que Rogério Ceni repreendeu Rodrigo Caio por seu belo gesto, sinceramente, entendo que isso sozinho já é suficiente para que o novo treinador seja considerado nocivo para o futebol brasileiro. Uma coisa é não encorajar os comandados a tomarem a corajosa atitude, mas outra – muito mais grave -, é trabalhar pelo obscurantismo e coagir seus atletas a não fazerem o que é correto.
Com pessoas com essa filosofia ocupando postos de comando, é necessário que a opinião pública apoie incondicionalmente Rodrigo Caio e estabeleça um balizador moral para os demais jogadores. Senão o episódio pode sair pela culatra e só reforçar que é arriscado que um atleta seja honesto durante uma partida de futebol.
E longe de desmerecer a atitude do zagueiro campeão olímpico, acho importante destacar que me parece que ele foi provocado a fazer isso. Vi que após sofrer o cartão amarelo, Jô disse para o árbitro Luiz Flávio de Oliveira: “Foi o Rodrigo!”. Tenho a impressão que a atitude humilde desse bom juiz, de se permitir ouvir os jogadores, criou a situação para que Rodrigo Caio tivesse simplesmente duas alternativas: a de assumir a verdade, em um caso que não traria maiores consequências a ele e sua equipe; ou mentir e jogar o centroavante corintiano aos leões sem que tivesse feito nada. Felizmente, mostrou ser honrado.
O caso também ilustra na prática como a arbitragem seria muito melhor com mais colaboração dos jogadores. Se Rodrigo Caio não fosse íntegro, em vez de falarmos de sua bela conduta, estaríamos gastando nosso tempo para criticar o juiz, os corintianos estariam revoltados com a surreal ausência de seu goleador e falaríamos menos de “bola”.
Quem precisa contar com uma absurda suspensão de jogador adversário para conseguir algum sucesso, já perdeu. Nesse sentido, Tite é uma dádiva para o país: sempre deixou claro que devemos ter o desejo de fazer por merecer uma conquista. E, por favor, não falemos que “quero ver assumir que não foi pênalti em uma final de campeonato”. Esse foi um caso claríssimo, do tipo em que não há qualquer possibilidade de dúvida, interpretação, força desproporcional ou risco assumido. É preto no branco.
Ao longo do tempo abandonamos o Prêmio Belfort Duarte – que era entregue aos jogadores mais disciplinados. Pelo ineditismo (o mais próximo disso foi o meia Alex assumir, pós-jogo, que não sofreu o pênalti marcado contra o Corinthians – e ter sido recriminado por isso), sou a favor da criação de um “Prêmio Rodrigo Caio”, a ser entregue sempre que um jogador tiver a exemplar atitude de ensinar que não vale vencer a qualquer preço, imortalizando assim a lição dada pelo já histórico tricolor.
Se for verdade que o Rogério Ceni repreendeu o Rodrigo Caio pela atitude, o “minto” é um pilantra.
Boa, Gabriel Rostey. Penso que seria o caso de Rogério Ceni vir a público e esclarecer o ponto de vista dele, sob pena de sair com imagem arranhada desse episódio.
Voto no Rodrigo, mas o do Vasco, é um gentleman em campo.
Quando irá acontecer de um jogador cair na área adversária, o árbitro apitar pênalti e ele dizer, no momento, não depois, que não foi pênalti, dando chance ao árbitro de mudar a marcação? Já teria acontecido? Não tenho conhecimento…
No campeonato inglês um avisou ou arbitro que nao foi nada. Bateu o penalty atrasando para o goleiro ou pra fora propositalmente.
Lembro. Foi há poucos dias
[…] constrangedora para o Rodrigo Caio. O zagueiro já vem carregando um grande peso nos ombros por seu belo gesto de assumir sua participação no lance e assim evitar um injusto e inaceitável cartão …. A resposta do zagueiro nesse mesmo programa foi apenas procurando minimizar o assunto e colocá-lo […]
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