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Conheça a história de Píndaro Possidente, o primeiro jogador brasileiro a pedir dispensa da Seleção às vésperas de uma Copa do Mundo
Nascido na cidade de Santo Antônio de Pádua (RJ), em 12 de março de 1925, Píndaro Possidente Marconi começou a sua carreira no Paduano e suas atuações logo o levaram à seleção do Estado do Rio de Janeiro – que na época não incluía a capital, então Distrito Federal.
O ex-lateral e zagueiro logo chamou a atenção do Fluminense e aos 20 anos já estava nas categorias de base do Tricolor.
Píndaro possuía uma técnica apurada e jogava duro quando era necessário, mas sempre com lealdade. Não demorou muito para firmar-se como titular e capitão a partir de 1948. Ao lado de Castilho – goleiro – e Pinheiro, formou uma defesa muito forte que ficou conhecida como “Santíssima Trindade”.
No Fluminense trabalhou com o técnico Zezé Moreira, que começava a sua vitoriosa carreira de técnico, e conquistou o Torneio Municipal em 1948, o Campeonato Carioca de 1951 e a Copa Rio de 1952, considerado o mundial de clubes da época.
Píndaro foi o capitão entre os anos de 1948 e 1955, mesmo atuando ao lado de grandes craques como Castilho, Pinheiro, Telê Santana e Didi. Por nunca ter sido expulso em sua carreira (!), recebeu o prêmio “Belfort Duarte”.
Um dos fatos mais marcantes ao longo de sua trajetória no futebol aconteceu em 1950. Fazia parte do grupo de jogadores da pré-convocação para disputar a Copa do Mundo daquele ano. Durante o período de preparação, ele se desentendeu com o técnico Flávio Costa e, para surpresa de todos, pediu dispensa da Seleção pouco antes da divulgação da lista final dos convocados.
Publicações da época afirmam que ele pediu o seu afastamento por não ter sido escalado em nenhum dos seis amistosos contra o Paraguai e Uruguai. Outro fato parecido só ocorreu em 1986, quando o lateral Leandro, do Flamengo, também pediu dispensa da Seleção pouco antes da Copa do México, em solidariedade ao amigo Renato Gaúcho, que havia sido cortado por indisciplina.
Aos 31 anos, em 1956, deixou os gramados após disputar 257 jogos com a camisa do Fluminense – única equipe que defendeu ao longo de sua carreira. Depois de deixar os gramados, seguiu a tradição familiar e comprou uma farmácia.
Na década de 70, foi dirigente das categorias de base do Fluminense e pelas suas mãos passaram os então jovens Abel Braga, Edinho, Rubens Galaxe, Pintinho, entre outros.
Em 2008, aos 83 anos e com problemas de saúde, veio a falecer em sete de agosto, vítima de falência múltipla dos órgãos.
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Fagner Torres
Boa, Ademir Tadeu. Sempre valorizando a história do futebol aqui no site. 😉 Além desses jogadores que você citou, talvez o caso mais recente de “deserção” seja o do lateral-direito Rafinha, que preferiu atuar pela seleção da Alemanha em detrimento da brasileira.
Certo ele! O balcão de negócios que virou a seleção, mais a corrupção no país, faz a maioria dos brasileiros de testarem a seleção tanto quanto política!!! Eu mesmo não vejo mais raça e nem amor a camisa nessa seleção! Torço pra perder mesmo pra ver se assim criam vergonha na cara e voltam a escalar os melhores!!!
Boa noite a todos.
Por essas e outras que adotei este site, pois ele é SEMPRE DIFERENTE… Não é “metido a alternativo demais” como alguns de seus concorrentes o são, tampouco “comercial demais”… A leitura dos textos é sempre agradável, além de agregar muito, seja de coisas sobre o futebol “de ontem”, seja sobre o futebol “de hoje”…. E as metáforas muitas vezes presentes também em algumas colunas, em textos com a assinatura de seus colunistas, são dignas de registro.
Parabéns a todos os envolvidos, virei fã.
Como diria Serginho Groisman (qua-qua-qua), há “vida inteligente” na imprensa esportiva.
Saudações.
Obrigado por compartilhar outro fato do qual eu não fazia ideia, Ademir Tadeu! 😉
Outro exemplo de “desertor” que eu me recordo é o do lateral-esquerdo Serginho, ex-São Paulo e Milan!
Mário Fernandes, lateral direito tb.
Quando citei apenas o Leandro sendo outro “desertor”, foi por ter sido às vésperas de iniciar uma Copa do Mundo.
Foi casado com uma miracemense muito bonita – Maria das Graças. E tinha um irmão, Tutuca, volante e craque. Não foi profissional porque tinha programa no braço esquerdo/