Créditos da imagem: Blog do Milton Neves
Temos hoje uma série de técnicos que ao menos em algum momento de suas carreiras foram considerados boas promessas ou verdadeiros medalhões e hoje se vêem desvalorizados (muitos, inclusive, encontram-se desempregados). Será reflexo do 7 x 1 e do desânimo que tomou conta do nosso futebol?
Um fator positivo resultado do impacto da acachapante derrota foi a readequação salarial da categoria, que inexplicavelmente era (em alguns casos ainda é) bem acima do que os clubes podiam pagar.
No futebol brasileiro, não existe a cultura de se manter um trabalho, apostar em um técnico ou dar tempo para ele corresponder. Basicamente, ou traz resultados, ou é mandado embora.
Vemos isto até pela situação que Oswaldo de Oliveira vive atualmente no Palmeiras. Em pleno início de Brasileirão e Copa do Brasil, em que pese a equipe não ter correspondido às expectativas nas rodadas iniciais, tudo o que foi conquistado no Campeonato Paulista e todo o progresso feito pelo treinador são desconsiderados e a sua saída já é ventilada. Vá lá que a recente vitória contra o Corinthians tenha lhe dado uma sobrevida. Mas há quem diga que a demissão ainda é uma ameaça.
Aliás, a principal delas seria o recém demitido do Cruzeiro Marcelo Oliveira. A diretoria do time mineiro parece ter feito a “manobra errada do ano” ao trocar o técnico atual bicampeão brasileiro, com melhor índice de aproveitamento – quase na casa dos 70% – da história da equipe naquela competição, por um técnico que foi muito competente lá atrás, mas que há muitos anos não tem deixado saudade por qualquer clube que tenha passado (Flamengo, Grêmio, Fluminense, Atlético-MG, Palmeiras, Santos etc). Será que a diretoria não percebe que com o desmanche feito (os “jogadores-chave” do time, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Lucas Silva, entre outros, foram negociados) esperar uma equipe no mesmo nível dos anos anteriores seria o mesmo que acreditar no coelhinho da Páscoa?
Estamos ainda no primeiro semestre do ano e diversos técnicos já caíram ou até trocaram de clube. Por isso, separamos três dos principais nomes que estão no mercado e à disposição dos clubes brasileiros para uma breve análise.
Luiz Felipe Scolari
Grande responsável pela doída e histórica derrota em casa na Copa do Mundo, tornou-se o maior expoente da má fase dos técnicos brasileiros. Com passagens vitoriosas por Palmeiras, Grêmio e Seleção Brasileira no Mundial de 2002, há muito tempo vive um desmoronamento em sua carreira. Depois de praticamente rebaixar o Palmeiras em 2012, foi para a Seleção Brasileira novamente e protagonizou o vexame em casa nas semifinais da Copa do Mundo, quando o Brasil perdeu por 7 a 1 da Alemanha.
Um técnico que já viveu seu auge há um bom tempo, totalmente desatualizado e perdido em seus últimos trabalhos. Seu trabalho, sua pedida salarial e sua prepotência não agradam a ninguém. Vive – assim como Luxemburgo – de conquistas do passado.
Abel Braga
O técnico que acumula grandes passagens por Ponte Preta, Internacional e Fluminense, chegou a trabalhar em Portugal e na França e hoje está desempregado. No entanto, diferentemente de Luxemburgo e Felipão, ainda é visto com bons olhos, tendo sido cogitado em diversos clubes nos últimos meses. Um grande empecilho para a contratação de “Abelão” é seu alto salário.
Um excelente técnico, com espírito de liderança e que acumula muitos títulos na carreira. Pode ser um ótimo nome, desde que tope readequar o seu salário, pois, na atual conjuntura, é um treinador financeiramente inviável.
Muricy Ramalho
Consagrou-se após grande passagem pelo São Paulo Futebol Clube entre 2006-2009, pelo qual foi tricampeão brasileiro. Em sua segunda passagem pelo clube entre 2013 e 2015, enfrentou problemas (principalmente de saúde) e deixou o cargo.
Não há como duvidar da capacidade de produzir bons resultados de Muricy Ramalho, mas seus problemas de saúde o atrapalham e, não se sabe se apenas por esta razão, há muito deixou de fazer um processo de renovação em seu repertório, assim como Felipão, Luxemburgo etc. A derrota do Santos para o Barcelona da final do Mundial de Clubes de 2011, do jeito que foi, teve muito de sua (falta de) participação. No entanto, ao menos em âmbito doméstico é um treinador que dá resultado, o que pode ser verificado na sua extensa galeria de troféus.
E a lista dos “disponíveis” é enorme. Além do já mencionado Marcelo Oliveira (que tende a ser o nome mais cobiçado do mercado nacional), ainda há nomes de peso com passagens pela Seleção Brasileira como Mano Menezes, Emerson Leão, Ney Franco e Alexandre Gallo (os dois últimos em categorias inferiores) e outros com momentos bem sucedidos em grandes clubes, como Joel Santana, Geninho, Adilson Batista, Dorival Júnior e Vágner Mancini. E certamente muitos outros.
Essas são algumas das principais opções de treinadores desempregados no Brasil.
Agora a grande pergunta: qual destes serviria para o seu clube? Ou o mercado alternativo, com nomes como Ricardo Gareca, Diego Aguirre, Peseiro, Osorio, Sampaoli, Sabella e cia deveria ser cada vez mais testado?
Vale a reflexão.