Créditos da imagem: Reprodução/Linha Esportiva
Meu avô, português de Braga, teve quatro filhos, os dois mais velhos são-paulinos e os dois menores torcedores da Lusa, entre os quais meu pai, o caçula, escolhido embaixador do centenário.
Na infância e adolescência ia sempre a estádios acompanhar a Portuguesa e o São Paulo, que era meu primeiro time. A Lusa, o segundo. Quando os dois se enfrentavam, muitas vezes eu torcia pelo empate. E torcer por empate não é o mundo ideal para um torcedor.
Acompanhei a geração de Enéas em campo. Ele era um craque, que não foi suficientemente reconhecido no Brasil. Mas era um gênio. Senso de colocação incrível, incrível, incrível.
Mais tarde acompanhei a geração de Dener e, como repórter da Folha de São Paulo, cobri o vice-brasileiro de 1996, quando perdemos a final para o Grêmio.
Mas no centenário, por mais doído que seja, não podemos nos esquecer de 2013, quando nos derrubaram no “tapetão”, num dos episódios mais vergonhosos, a meu ver, da história recente do futebol brasileiro. Um episódio que mostra que nem sempre justiça e direito andam de braços dados. Em campo, fizemos nosso papel, ficando entre as equipes que escaparam do rebaixamento. Mas nos tribunais… Deveríamos ter ido até as últimas consequências…
Não é fácil acompanhar o time na A-2 do Paulista. Nem na Série D do Brasileiro estamos. E o futebol nacional nos deve muito. O time do início dos anos 50, como diz meu pai, foi um dos dez melhores da história do futebol brasileiro.
Levamos um “down” do STJD em 2013 e a partir daí fomos ladeira abaixo. Mas não nos nocautearam e seguimos na luta. Temos que voltar os olhos para a base, que foi sempre nossa tradição. Buscar parcerias. Usar o Canindé como um ativo. Reviver. Renascer. Que venham outros 100 anos de muitas conquistas. Porque o sonho continua. Apesar dos pesares, ele continua, sim.
A bem da verdade: em 2013, a pena sofrida pela Portuguesa não foi a de rebaixamento, mas sim a perda de 4 pontos (3 + 1 ponto do empate no jogo em que houve a irregularidade). Essa pena estava prevista no regulamento. Se a Portuguesa tivesse acumulado mais pontos em seus jogos ao longo do campeonato, não teria sido rebaixada.