Créditos da imagem: Divulgação / Corinthians
O Corinthians acaba de lançar uma das camisas mais belas dos últimos tempos do futebol mundial.
Além de esteticamente perfeita, na cor preta com listras, escudo e marcas douradas, o novo terceiro uniforme do Timão tem a perfeição da marca do tricampeão mundial de Fórmula 1, o eterno brasileiro e corintiano Ayrton Senna.
O impacto foi imediato. Em menos de 24 horas, a aceitação do público foi tamanha, que até mesmo internacionalmente o produto teve grande apelo e, nas redes sociais, já foi possível perceber a movimentação para que a camisa chegue ao mercado exterior.
E é aí que mora o problema.
A marca Corinthians é gigantesca, tanto quanto é até os dias de hoje o nome de Ayrton. No entanto, ao contrário do maior piloto da história do automobilismo, aqui no Brasil, os times sofrem a total falta de apoio da Confederação Brasileira de Futebol, que insiste em internacionalizar exclusivamente os materiais de sua seleção, em detrimento dos clubes, que, não por uma acaso, a sustentam.
São comuns notícias de brasileiros que, ao visitarem lojas oficiais das fornecedoras de materiais esportivos para os times do Brasil no exterior, encontram camisas dos mais variados times da Europa, dos Estados Unidos, da China, do Japão, mas absolutamente nada dos clubes do Brasil.
A ideia do Corinthians em atingir mercados internacionais é espetacular, e Ayrton Senna é um grande reforço para essa campanha. No entanto, a barreira criada e mantida por rédeas curtas pela CBF dificulta arduamente a missão. Exceto que a camisa tenha um grande número de encomendas no exterior, dificilmente será encontrada em outros países.
Além disso, fora da disputa da Libertadores e sem espaço no calendário para visita a países centrais do futebol, principalmente a Europa, o clube terá quase que nenhuma chance de desfilar a beleza desta camiseta além das fronteiras do Brasil.
Pior, corre o risco de no máximo jogar no interior de São Paulo caso fique fora também da competição continental do próximo ano.
Para ilustrar, é como um passarinho preso na gaiola, que tem beleza, mas não tem o menor espaço para sair de suas grades.
O problema é que, ao contrário do animal, os clubes sustentam esse sistema, fruto de um coronelismo existente até os dias de hoje no futebol brasileiro e que perpetua no poder pessoas como José Maria Marin e Marco Polo del Nero.
É uma pena que uma camiseta deste tamanho, com o nome de Ayrton no centro e o símbolo do último clube brasileiro campeão mundial, corra o risco de atingir tão pouco espaço internacional.
E enquanto isso, o Barcelona é anunciado como o primeiro clube a atingir US$ 1 bi de faturamento anual.
Você já entrou em uma loja de material esportivo brasileira em que não houvesse a camisa do clube catalão? Pois é.
Isso, por si só, já explica muita coisa.