Créditos da imagem: uol.com.br
Minhas amigas que me perdoem, mas estou em posição bem confortável aqui entre as fotos dos seis rapazes do No Ângulo. Aliás, antes que me acusem de machista ou vendida, gostaria de colocar que ao longo da vida tenho cultivado amizades de todos os matizes e nunca fui tratada de forma diferente pelo fato de ser mulher em um país que por vezes sabe ser machista até em manifestação política.
Bom, após despretensiosamente me aventurar a escrever alguns textos e vê-los publicados por este ilustre site, eis que os seus administradores me convidaram a fazer parte do corpo fixo de colunistas e, convite aceito, agora minha foto está entre o panteão dos membros desse projeto que, em apenas quatro meses de existência, já possui tantos admiradores, dentre os quais me incluo.
A fim de não vender gato por lebre, sempre deixei claro que sou uma observadora do futebol e não técnica e que, como todo mundo, tenho as minhas opiniões. Calhou de acharem interessante o que escrevi e agora, empolgada que estou, darei mais pitacos sobre tudo aquilo que me cerca e me chama atenção.
– Fala sobre sobrancelhas, diz meu amigo Gustavo, advogado bam-bam-bam na área ambiental e mega colorado, ao saber que fui convidada para ser colunista semanal do site.
– Como assim?, pergunto. Será que ele pensa que vou falar sobre moda?
– Não confio em jogador que tira sobrancelhas, ele explica. “Olha o Fernandinho, do Grêmio”, exemplifica. Logo com um gremista, óbvio.
Recorro ao “amansa burro” destes tempos digitais, “dou um google” e confiro as delineadas (com minúcia) sobrancelhas do dito jogador. Aliás, nada do que já não tenha visto a rodo nos últimos tempos. Ou seja, não me abalaram, vez que sou de uma geração mais hippie e não me impressiono com facilidade. Então cada um com suas modas e manias.
Lembro do Guerrero (agora no Flamengo) e das suas sobrancelhas desenhadas fazendo gols de cabeça na Copa América. Olhava para o conjunto da obra e não para as sobrancelhas.
A propósito, perdoem-me se cometer uma heresia, mas acho que o culpado é o Cristiano Ronaldo (foto), o engomadinho, que entra e sai do campo sem mover um fio do cabelo emplastrado. Atribuo a ele a moda das sobrancelhas arqueadas mundo afora, como outrora “bombaram” as famosas sobrancelhas da atriz americana Joan Crawford, que graças ao seu talento fora das telas e um casamento – ou melhor, viuvez -, acabou executiva da Pepsi Cola, mas esta é uma história de outro século.
Digo ao meu amigo colorado que é difícil não ver um jogador depilado ou tatuado ou com brinquedos eletrônicos desfilando pela mídia. É este, pois, o modelo atual.
– Não são mais como Rivelino, alego, em uma comparação meio sem noção de décadas atrás e símbolo de uma virilidade datada para os padrões atuais.
– Sou fã do Rivelino, ele diz.
– Eu também, reforço.
Penso nele com seu vistoso bigode sobre pernas musculosas e compactas correndo pelo campo enlouquecido, mas reflito e concluo que não apenas a estética mudou.
Vejo a (de)composição atual da CBF e da FIFA e reconheço que as sobrancelhas são o de menos, apesar do alerta do meu bom amigo.
Bem vinda, Lena. Sou fã de seus textos.
E espero que os colunistas que façam (o termo técnico é “limpar”) as sobrancelhas tenham mais credibilidade, ainda que este colunista está mais para Fernandinho do que para Cristiano Ronaldo ahhahaahahahah