Créditos da imagem: Adriano Vizoni / Folhapress
A vida é um jogo. De salão, no campo, nas nuvens. Modorrento, emocionante. De xadrez, dama, futebol, cartas. Ganho na raça, no apito amigo, na cuca. Usando a cuca. Jogo que se vence com suor, classe ou blefando. Nem sempre se sabe o que o outro tem nas mãos ou nos pés. É pagar para ver.
Quando gritaram (gritamos todos) que a seleção brasileira deu vexame na Copa de 2006 porque houve bagunça, faltou pulso firme do comando, Ricardo Teixeira – então presidente da CBF – usou a cuca (dele) e, sem pão, deu biscoitos aos torcedores e aos fazedores de opinião: entregou o comando do time ao Dunga, tido como disciplinador. Ele colocaria ordem na casa. Um blefe. Um blefe?
Jogo perdido. Vira o jogo. Tira Dunga e coloca Tite. Bingo. Dois jogos, duas vitórias. Aleluia, aleluia!!! E vamos esperar pelo que virá. Sem Tite e sem grana, o Corinthians foi buscar Cristóvão Borges, muito mais barato. E, no sufoco, foi vendendo seus melhores jogadores. O time ainda vai se segurando, mas os “manos” pedem a cabeça do (São) Cristóvão, como se ele fosse (São) João Batista.
Bola que rola. Cristóvão, que estava sem emprego, sempre soube que teria dias contados, e os vai vivendo na boa. Quando gritarem “fora Cristóvão”, alegando que ele é um blefe, restará saber se a carapuça servirá melhor na cabeça dele ou da diretoria. Assim poderá ser no Grêmio, onde até pouco tempo Roger, que era visto como bestial, poderá se transformar numa grande besta. E, ainda pelos pampas, ninguém poderá afirmar que Roger não terá o destino de Argel e Falcão, destronados no rival.
No joguinho da forca, onde se descobre a palavra secreta, os gringos trazidos pelo São Paulo, mesmo não falando português, logo entenderam que os diretores blefavam ao dizerem das cartas que tinham nas mãos, e se mandaram – no que fizeram muito bem. Ricardo Gomes, vindo das mesmas bandas, sabe, como Cristóvão, que seus dias estão contados. Não por total culpa dele, mas, e daí? No seu lugar ficou quem mesmo? Jogou onde? Fez curso onde? Que exigências fez para pegar a canoa? O que importa é que o Botafogo vai respirando melhor. E quem é mesmo o técnico do Flamengo, lá em cima na tabela? Sorte de iniciantes?
Talvez sim, talvez não A resposta só virá quando o jogo terminar. E, como nem sempre se deve esperar pelo final para sair no lucro, é preciso usar a cuca. Como pode estar fazendo o Cuca, técnico do Palmeiras, líder e com pinta de campeão. Pinta, não mancha, algo maior. Sem que lhe perguntassem, Cuca anda dizendo que ao final do campeonato pode voltar ao futebol chinês.
Cartas distribuidas. Aquela filada de leve. Quem tem melhor jogo? Cheiro ou não de blefe no ar? Melhor renovar agora, com belo aumento, é claro, e segurar o técnico que vai levar o time ao título, depois de tantos anos? Ou melhor aguardar a confirmação, com o risco de pagar muito mais – ou até um pouco menos? Feito o jogo.
A grande dificuldade de um técnico é encaixar as peças do meio campo ,fazer com que jogadores com caracteristicas diferentes se completem e que tenham o compromentimento necessário para fazer o time jogar é o coração o cérebro a pulsação , é ele quem determina ou não o sucesso de um time . Dirigentes é a parte política matreira do negócio , se tudo vai bem o mérito é dele , se vai mal a culpa é do técnico ,que será substituido jogando a outro a responsabilidade , desvio de foco. Nossos treinadores são exepcionais , trabalham no fio da navalha , confrontando com a paixão da torcida e a incompetência e omissão dos dirigentes ,que não assumem absulutamente nada, Coisas do futebol brasileiro que como seu povo se reinventa e consegue sobreviver apesar de tantos desmandos .
tenhe que fica
Excelente, mestre José Aquino! Muito bem observado 😉
No lugar do Palmeiras eu topava fazer proposta desde já mesmo!