Créditos da imagem: Gazeta Press
O futebol brasileiro insiste em não aprender com seus erros, isso me parece um fato. Mas o que impressiona mesmo é o impulso suicida que motiva os nossos cartolas, que não percebem que o ruim para um é o ruim para todos, pois o produto que eles vendem é o mesmo: o futebol.
Este Brasileirão tinha tudo para ser o mais emocionante de todos os tempos, afinal, poucas vezes tivemos uma competição com dois clubes tão bem na briga pelo título. Isso para não falar do Galo, galático e ainda louco, desequilibrado, mas ainda assim letal. Há a possibilidade de terminarem jejuns intermináveis, como esse do Palmeiras e seus longos 22 anos. Esse também é o campeonato de Gabriel Jesus, Scarpa, Victor Bueno, entre outros valores interessantes que despontaram. Mas nada disso, ou bem pouco disso, tem sido tão discutido quanto a arbitragem.
É evidente que nossa arbitragem erra muito. Muito mesmo. Às vezes assume o protagonismo negativamente, mas erra-se para todos. E digo isso sem medo de ser leviano. Basta ver declarações histéricas e patéticas dos dirigentes e treinadores, e logo se concluirá que ou se erra sem nenhum critério, ou existem vários “esquemas”. É engraçado que ninguém é incompetente, planeja mal, contrata errado. Mas todos são vítimas desse monstro chamado arbitragem. Quando o erro beneficia esses mesmos cartolas, contudo, aí sim, erra-se para todos. Não vamos falar de arbitragem, dizem. Seria mero papo dos perdedores (nossos cartolas insistem em não entender que no Brasileirão são precisos 19) se não chegássemos ao cúmulo desse ridículo: a suspensão do resultado do Fla x Flu.
Se houvesse seriedade no nosso futebol, os geniais dirigentes já teriam percebido a urgência de se profissionalizar a arbitragem, de se implantar a tecnologia, de se tratar o futebol como um produto, que tem de ser bem tratado. Em vez disso, optaram pelo caminho mais tortuoso (optaram porque o Figueirense entrou com ação parecida à do Fluminense): a judicialização dos resultados. Em 99 fizeram o mesmo, e nem tivemos campeonato em 2000, tivemos a Copa João Havelange. Em 2013 rebaixaram a Lusa, e o resultado final pôde ser acompanhado há algumas semanas.
O futebol brasileiro é uma terra de ninguém. Confesso, que sempre amei nosso futebol, com todos os seus defeitos, imperfeições e falta de talento. Sempre vi um São Paulo x Fluminense com o mesmo entusiasmo do aguardado City x Barcelona. Mas estou cansado de não termos futebol, de não discutirmos futebol, e sim as trapalhadas dos nossos dirigentes e árbitros que insistem em piorar o que já é ruim. Difícil assim, estão jogando nosso principal campeonato ao descrédito de uns juízes que não sabemos bem quem são, sem nenhum pudor ou remorso, porque não se preocupam com nada além deles próprios. Nem com o campeonato, que no fim também será de ninguém.
Muito bom, Matheus Aquino! É bem isso mesmo. Somos seduzidos por um campeonato disputado, acabamos nos animando e nos esforçando um pouco para ficarmos mais envolvidos com o que “é nosso”, e então começam a surgir essas coisas.
Se fizéssemos tudo direito, já seria complicada a competição com o exterior. Desse jeito, então, é entregar aos céus…
Sim, Gabriel. Pra ser bem sincero não acredito nem que a tecnologia resolva muita coisa. Haverão outras muletas, outras justificativas para chororô e ações pelos tribunais afora…
Sou muito exigente quando se trata de futebol ,e sinceramente esta difícil parar para assisstir qualquer time desse brasileirão. Acredito que dois árbitros diminuiria muitos erros , pois os mesmos estariam bem mais próximos dos lances , cada um em sua metade do campo , trocando de lado a cada 15 min . O futebol brasileiro esta inviável para os clubes , a CBF deveria exigir que cada time tivesse três jogadores abaixo de 20 anos entre os titulares , além de revelar novos talentos ,poderia desonerar a folha de pagamento do futebol profissional.