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Evaristo de Macedo, um ídolo do Barcelona e do Real Madrid
Nascido no Rio de Janeiro em 22 de junho de 1933, esse ponta de lança hábil, oportunista e de excelente domínio de bola, destacou-se em todos os times que defendeu. E não foram times sem expressão. Além de brilhar pelo Flamengo, Evaristo teve a façanha de conquistar as torcidas de Barcelona e Real Madrid, dois dos maiores clubes do planeta.
Filho de uma família de classe média, ele chegou a iniciar o curso de Medicina, que acabou abandonando por causa do futebol.
Evaristo começou pelo time juvenil do Madureira. Logo seu futebol chamou a atenção e ele foi convocado para disputar a Olimpíada de Helsinque, em 1952. A competição era disputada por juvenis (equivalente hoje à categoria de juniores) e Evaristo tinha 19 anos. No ano seguinte, ele começava a sua brilhante trajetória pelo Flamengo. Logo no 1º campeonato disputado com a camisa rubro-negra, foi campeão. Com apenas 20 anos, participou de quatro jogos, marcando um gol. Mas foi no bicampeonato, em 1954, que Evaristo se firmou como ídolo. O craque acabou efetivado no ataque titular e terminou a competição como vice-artilheiro do time, com 13 gols. Em 1955, já nas graças da torcida, repetiu a dose e marcou 13 vezes na campanha do tri. Vestiu a camisa do Flamengo em 190 jogos e marcou 103 gols.
Em 1956, chamado por Flávio Costa, participou da primeira excursão planejada da Seleção à Europa. No ano seguinte, sob o comando de Oswaldo Brandão, foi vice no Sul-Americano realizado em Lima, no Peru. Em um dos jogos marcou cinco gols na goleada de 9 a 0 sobre a Colômbia. Antes de viajar para a Espanha, Evaristo ainda ajudou o Brasil a se classificar para o Mundial da Suécia, que não disputou porque já estava defendendo o Barcelona. Pela Seleção foram 13 jogos e 8 gols marcados, todos oficiais. Se não jogasse no exterior, os seus números pela Seleção muito provavelmente seriam bem mais expressivos.
Jogou no Barcelona de 1957 a 1962, sendo bicampeão espanhol em 1959/60. Fez 178 gols em 226 partidas. Ele é o brasileiro que fez mais gols com a camisa do Barcelona. Foi para o rival em 1962 e ficou até 1965. Pelo Real conquistou o tricampeonato espanhol em 1963/64/65.
Voltou ao Brasil, onde vestiria novamente a camisa do Flamengo antes de encerrar a carreira e passar a trabalhar como técnico. Trabalhou em diversos times e também dirigiu a Seleção Brasileira. Uma de suas conquistas mais marcantes foi a do brasileiro de 1988, como técnico do Bahia.
O sucesso e os títulos conquistados fizeram de Evaristo um dos grandes estrangeiros da história do futebol espanhol. Não é fácil para nenhum jogador ser ídolo e respeitado pelos dois grandes rivais da Espanha.
Como é costume e tradição do futebol europeu – reverenciar seus ídolos – até hoje ele recebe homenagens pelos “serviços prestados”.
Esse tipo de tradição o futebol brasileiro não tem…
Pois é, Tadeu Miracema, e pensar que muitos aqui no Brasil sequer sabem disso. Outros tempos, outra tecnologia, tudo bem, mas ainda assim, acredito que falta reconhecimento. Veja, nem a história do nosso futebol (das poucas coisas que somos bons em nível mundial) nós gostamos de estudar e preservar. E segue o jogo. Abs 😉
O Tadeu Miracema sempre traz assuntos que nos obrigam a refletir sobre o nosso “pobre” e brilhante futebol brasileiro.
Mais uma bela crônica contada com detalhes minuciosos. O grande barato desse site é a diversificação dos temas abordados. Não conhecia essa história e parabenizo o autor por nos apresentar mais um capítulo especial.
Adoro esses textos de história!!!!!! E sempre vejo os jogadores treinados pelo Evarista falarem do mau humor dele, deve ser difícil ser craque e depois ter que treinar esses perebas, kkkkkkk