Créditos da imagem: Reprodução / O Dia
Ainda em formação, time precisa que “muita coisa” dê certo para sonhar com protagonismo na temporada
O primeiro trabalho de Carille no Corinthians talvez tenha sido o mais positivamente surpreendente que já testemunhei em gramados brasileiros.
De desacreditado a campeão, o time corintiano era organizado, consciente e competitivo como raramente se vê por aqui.
No entanto, convenhamos, o cenário atual é bastante diferente.
A começar pela zaga. Henrique e Manuel são fracos, sem timing para a posição.
Quando apenas um dos zagueiros é assim, é até possível “enganar” (vide Gamarra e Batata), mas quando os dois da dupla são limitados fica complicado.
Cássio e Fagner, coincidência ou não, caíram muito depois de terem participado do grupo de Tite na última Copa do Mundo.
A temporada do goleiro vem sendo constrangedora, com direito a trapalhada em quase todos os jogos.
Também não há lateral-esquerdo e, principalmente, não há Rodriguinho, Romero e Jô.
Vá lá que Pablo e Balbuena viraram o que viraram naquele Corinthians. O mesmo valendo para Guilherme Arana, e até mesmo Rodriguinho (Jô sempre foi um atacante de alto nível e apenas ratificou a sua condição na última passagem pelo clube que o revelou).
O status, conforme o time se consolida, vai mudando e isso se aplica também a Carille, um candidado a “Jardine corintiano” à época e hoje tido como um dos grandes treinadores do País.
Mas vamos combinar que as contratações para a corrente temporada têm se mostrado bastante equivocadas, especialmente no setor ofensivo.
Ramiro, em tese, veio para fazer as vezes de Romero, a fim de atuar pelo lado direito, defendendo e agredindo ao lado de Fagner. Só que não. O ex-gremista, além de chocar pela falta de intimidade com a bola, vem atuando fora de posição.
Por falar em maltratar a redonda, com o devido respeito, “o que é” Sornoza? O sujeito não consegue acertar três passes seguidos!
O jogo do Corinthians está previsível, sem profundidade (o que melhoraria sensivelmente com os possíveis retornos de Arana e Romero, ambos com negociações abertas com o clube).
Vágner Love, de quem gosto, ora atua como atacante pelos lados, ora como falso 10 (e bota falso nisso!), mas nunca na única posição em que atuou durante toda a carreira.
Ora, por mais em forma que esteja –e está-, atuar longe da área não é a praia do “artilheiro do amor”. Ontem ele “matou” alguns ataques corintianos pelo lado esquerdo por não ter o drible como um de seus atributos.
Jadson, outro de quem sempre fui fã, vem penando na parte física e quase não se destaca mais, a despeito de toda sua qualidade técnica.
Pra finalizar, Boseli, jogador caro e de bom currículo, sequer teve uma sequência para mostrar o seu valor, o que só evidencia o desequilíbrio do elenco corintiano.
Ok, a temporada está só começando, mas hoje eu não vejo como o Corinthians poderá ter um ano bem-sucedido.
Comemorar o empate, em casa, contra o mistão do Racing (que prioriza o Campeonato Argentino) e ter Gustagol como destaque na temporada, é sinal de que as coisas não vão muito bem, embora, para alguns, o time “esteja no caminho certo”.
Baseado no quê, eu não sei.
E segue o jogo.