Créditos da imagem: SporTV
Dizem – aqueles que já ousaram ultrapassar os limites dos medianos e dos medíocres – que mais difícil do que chegar ao topo é manter-se nele. Um grande clichê, a bem da verdade, mas que me veio à mente desde segunda-feira, após a entrevista de Vanderlei Luxemburgo no programa “Bem Amigos”, do SporTV. Luxemburgo, o “pofexô”, o mago, de tantos e tantos projetos vitoriosos. Que conseguia extrair o melhor dos seus jogadores com um futebol ofensivo – diferente do velho pragmatismo, embebido na famigerada raça, de seu contemporâneo, Felipão. Um amigo certa vez me disse que ele era capaz de mudar um jogo no intervalo, com suas substituições mágicas. No fundo, era mesmo.
Era tão mágico e mago, que foi capaz de tirar o Palmeiras de sua mais dolorosa fila. E não tirou de qualquer forma, tirou com times históricos, ataques antológicos, campanhas primorosas. Não só no Palmeiras, mas no Corinthians, no Cruzeiro, no Santos. Foi para um tal Real Madrid, com seus galáticos e todo o pacote de problemas que eles carregavam. Mas não vou eu aqui, do alto da minha ignorância, tentar demonstrar com esquemas e pranchetas, o quanto Vanderlei está ultrapassado taticamente. Nem levantar leviandades acerca do quanto ele colocou o dinheiro à frente da sua carreira, ou mesmo o ego à frente do futebol. Quero aqui refletir sobre o ser humano Luxemburgo.
Ser ruim é difícil, mas também não é fácil ser bom. A cobrança e a expectativa aumentam a cada vitória. Os objetivos, depois de alcançados no futebol, não seduzem mais como antes, pois há um sacrifício em tentar e tentar de novo. E tem nosso orgulho, afinal, quem não tem? Por que recomeçar se já conhece os atalhos? Por que se aprimorar se todos já nos dizem que sabemos de tudo? Não, nunca sabemos, nunca saberemos. Foi deprimente ver Luxemburgo achando que ainda sabia tudo. A verdade é que nunca soube.
Vanderlei Luxemburgo tem para sempre seu lugar na história do nosso futebol, com todos altos e baixos, todas as glórias e vexames, todas as histórias e causos que o futebol proporciona. Mas, sinceramente, não queria, hoje, o maior campeão da história do Brasileirão (5 desde 1971) treinando o meu time, e por uma razão simples: o tempo passa, até para os gênios. É muito triste quando eles deixam de perceber isso.
Realmente, Matheus Aquino! O que mais me espanta nele não é nem se ainda pode trabalhar bem (o que me parece claro que não), mas sim como parece descolado da realidade, meio “autista”.
Só discordo quanto à questão de “o tempo ter passado” para ele. Acho que ele é que provocou isso ao ficar desatualizado. Não acho que tenha a ver com o “tempo” ou com a idade. Só para exemplificar, hoje o Luxemburgo tem 64 anos, enquanto o Jupp Heynckes foi campeão de tudo com o Bayern em 2013 aos 68 anos. Ele é que deixou o tempo passar…
O QUE É QUATRO UM QUATRO UM?
O episódio Real Madrid deixou ele perturbado. Ele diz que foi mandado embora de lá como “zé mané” e não como Luxemburgo e que esse foi o maior erro dele. Isso só mostra que ele não aprendeu nada com isso.