Créditos da imagem: Arquivo pessoal
Eu conheci Alex Stival – o Cuca – em 2004, quando ele dirigiu o São Paulo.
Passaram-se muitos anos…. Dez, para ser exato! Uma longa década, sem se ver, sem se falar, nem mesmo quando jogávamos contra.
Dia 26/12/2014, estava eu saboreando um cafezinho junto com meu irmão na casa de minha mãe, e toca o celular:
– Rosan, é o Cuca, tudo bem? Acertei com um time da China, e quero que você vá comigo! Pense e me dê a resposta ainda hoje.
Isso já havia acontecido uma vez, quando após ficar dez anos sem se ver ou falar, Oscar me convidou para ir para o Japão.
Coisas do homem lá de cima…
Na China, o lugar mais perto é longe.
Portanto, houve tempo suficiente durante as viagens para que Cuca contasse sua vida toda, desde moleque.
Cuca tem uma história que poderia render um livro. Exceção feita a um dos seus hobbies prediletos (pescaria), onde ele adiciona humor característico de pescador, ou seja, umas mentirinhas, o resto é digno de quem lutou muito por um lugar ao sol.
Certa vez, indo para um jogo, eu estava sentado com ele no ônibus, quando ele retirou um papel e caneta da bolsa, e começou a formatar o time. Mostrou a escalação e perguntou:
– O que você acha?
Para minha sorte, observei que faltava um, já que havia apenas dez nomes anotados no papel. Retruquei:
– Está faltando um?!
Ele riu, e completou:
– Já fiz isso com muitos, e a maioria diz que a escalação está ótima!
Cuca é assim, tem um senso de humor admirável, vive fazendo pegadinhas, e este mesmo Cuca se transforma quando entra em campo. Torna-se sério, atento, observador e extremamente profissional.
Em dois anos de China, Cuca conseguiu um feito inédito, ser campeão da Copa da China e campeão da Super Copa da China, o que lhe rendeu uma idolatria por parte dos torcedores do Shandong Luneng.
Um convívio profissional/amigo de dois anos, selou entre nós uma amizade que permanece.
Um mês antes de terminar a temporada, eu tive que voltar ao Brasil por motivo alheio à minha vontade, e recebi de Alex Stival todo o apoio necessário junto à diretoria para que houvesse a minha liberação.
Os chineses dizem que amizades verdadeiras são como árvores de raízes profundas, nenhuma tempestade consegue derrubar.
Outro dia, já há algum tempo, era dia do amigo e eu não pude recusar o convite do amigo Cuca para um almoço (ainda mais com ele pagando).
* Antes que me perguntem em off, se a Mercedes é minha, aviso que a única Mercedes que possuo, é um CD antigo da Mercedes Sosa que tem a música “Gracias a La Vida”.
Tomara que faça um grande trabalho no Peixe!
Bela história de dois homens bem-sucedidos.
O Cuca é um técnico muito competente…. Foi bem em quase todos os times que treinou por aqui….