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Andrés Sanchez está de volta à presidência do Corinthians após sete anos. Claro que ele não ficou tão longe do poder nesse período. Seu grupo se manteve no comando e ele influiu, mandou e brigou em várias ocasiões com os sucessores Mario Gobbi e Roberto de Andrade. É certo de que nunca foi alguém secundário na vida do clube. Agora, foi eleito para mais três anos como presidente.
Antes de tudo, é importante fazer um pequeno resumo da trajetória de Andrés no clube. Começou a ganhar destaque ainda na gestão de Alberto Duailib, quando foi dirigente. Foi ou ainda é amigo de Kia Joorabchian, o empresário amalucado que trouxe Tevez, tomou medidas polêmicas e largou o time às portas da Segunda Divisão do Brasileiro. Rompeu com Duailib e se tornou presidente em 2007, dias antes da confirmação do rebaixamento.
Mas seu início na presidência foi positivo. Chamou o economista Luís Paulo Rosenberg para dar um salto no marketing e conseguiu. Criaram a campanha “eu nunca vou te abandonar, porque te amo”, contrataram o técnico Mano Menezes e iniciaram um trabalho de renovação de quase 100% do elenco. O time que ganhou a Série B foi muito bem armado e se tornou a estrutura básica que chegou ao Mundial de Clubes.
Andrés ainda trouxe Ronaldo Fenômeno em uma operação arriscada que deu certo. Manteve Mano e Tite, mesmo quando os resultados fariam qualquer um demiti-los. Ajudou a cristalizar um estilo no time que dá resultados até hoje, na era Carille. Ou seja, o Corinthians pós-Andrés tem uma cara. E é vencedora.
Com o apoio e conhecimento técnico de Mano, Tite e Carille, o período Andrés, e de seus sucessores, criou uma estratégia de garimpar craques ou bons jogadores. Sem estardalhaço e a baixo custo, chegaram ao clube para períodos diferentes de aclimatação nomes como Cristian, Elias, William, Fabio Santos, Paulinho, Ralf, Jucilei, Petros, Uendel, Rodriguinho, Guerrero, Felipe etc.
Com a assessoria de Ronaldo Fenômeno, conhecedor das maiores estruturas do futebol mundial, as gestões de Andrés & cia construíram um moderníssimo Centro de Treinamento. Estabeleceram uma estrutura de departamento de futebol que se destacou entre os concorrentes. Grupo que hoje é a base da seleção brasileira.
Ou seja, o time ganhou uma cara, vencedora.
Mas, como diziam os veteranos como eu, todo disco tem um lado bom e outro ruim.
Andrés exerceu um mandato refratário a qualquer crítica ou diálogo. Procurando estabelecer uma linguagem semelhante ao do torcedor comum, exagerou em postura autoritárias e grosseiras. Sob essas posturas, enfrentou os antigos rivais de Estado e, entre iniciativas corretas ou equivocadas, mas ambas sob atitudes rudes, agradou a torcida.
Deixou que o projeto de um estádio compacto e barato fosse transformado em uma obra grandiosa. Atendeu à CBF de Ricardo Teixeira, que queria retaliar o São Paulo por causa do Clube dos 13, e a Lula, cuja megalomania achava que poderia fazer um templo salomônico para o clube do coração. O projeto de pagamento, com naming right e a venda dos títulos previstos em lei de incentivo à zona leste de São Paulo, era factível. Só não tinha plano B. Os títulos da Prefeitura não rolaram no volume previsto e o naming right nunca se efetivou.
Abriu-se um buraco impagável para um dos clubes que mais fatura no país. Some-se a isso a recessão da economia e os erros de administração de seus sucessores, como a compra absurda de Pato, que rendeu um prejuízo de dezenas de milhões. E aqui faça-se justiça: Roberto de Andrade colocou o pé no freio e fez uma política pé no chão. Mas isso não reduz as desconfianças sobre valores de comissões pagas e atuação de empresários no elenco profissional e nas categorias de base.
O Corinthians é uma caixa-preta fechada. Ninguém consegue saber quanto entra e quanto sai. Nem por onde sai.
O clube é dos sócios. O time é da torcida. Nessa ambiguidade de existência, ficamos sem saber como as coisas acontecem.
Mas se há alguns lados possivelmente positivos na volta de Andrés à presidência, estes seriam:
- Ele conhece a origem e o andamento da dívida, o que o favorece na construção de negociações que transformem possível o pagamento do passivo dentro de condições combinadas com os credores;
- Rosenberg sempre se mostrou um criativo diretor de marketing;
- Andrés não deixa técnico ao relento. Pelo contrário, defendeu Mano e Tite indo pessoalmente às coletivas após resultados ruins, dando a eles todo o apoio.
Lados que devem ser melhorados:
- Fazer uma abertura total, para ser moderno, uma política compliance radical, mostrando a real situação do clube;
- Ser mais aberto nas conversas com a imprensa e mostrar o que o clube planeja a curto e longo prazo.
Não sei se a eleição de Andrés foi a melhor solução. Mas não sei se havia opositor com uma ideia melhor. Até porque que sempre estiveram fora do poder e não tinham nenhuma confiável informação sobre o que está ocorrendo.
Caro leitor, como eu, você pode optar entre opinar agora ou esperar o futuro. Eu acho que a última eleição foi conservadora, mantendo quem iniciou a encrenca na esperança que a resolva. Mas estamos hoje frente a uma situação muito difícil. Diante da frase clássica “quem pariu Matheus que o embale”, escolheram o pai de Matheus. Deus ajude os corintianos.
Análise muito equilibrada, Emerson Figueiredo! Eu não vejo com bons olhos a volta do Andrés, além da continuidade deste grupo político (que é incontestavelmente vencedor) por tanto tempo. Fora as relações dele com a política e as tentativas de “dar voos mais altos” (como presidência da CBF etc.)
Mas acho que exageram nos pontos negativos. Em vários sentidos ele modernizou o clube, até mesmo em pontos eleitorais. Nem de longe pode ser comparado a um Eurico ou Mustafá, na minha opinião…
O Andres é um mafioso que vai acabar com o clube por causa desses acertos políticos dele, o estádio foi só o começo!!!!! Só não vê quem não quer!!!!!!!!!
Sou corintiano mas acho ele uma mala.Arrogante prepotente se acha o máximo. Há pessoas que acreitam ser Deus essas são perigosas há outras que tem certeza que é rs.
ele pegol uma devolução de milhõs a justiça jà é um bom começo ! vai corruprintians.
Lixo.
Vão continuar metendo a mão no dinheiro do clube