Créditos da imagem: Reprodução / Rede Globo
Dia desses, mexendo numas bagunças velha daqui de casa, encontrei um computador antigo.
Dentre poucas coisas que lembro, o que jamais esqueci foi o marcante logo do Windows 98 logo em sua inicialização, um grande avanço na história dos microcomputadores no Brasil e no mundo.
Tivemos bons tempos juntos, mas hoje, com maior facilidade de acesso a computadores infinitamente melhores, não há razão nenhuma para que eu leve o histórico Windows 98 para conserto.
É melhor deixá-lo curtir seu merecido descanso.
Pois eis que a TV aberta também tem seu Windows 98.
Muito bom e também histórico em épocas passadas, Galvão Bueno demonstra-se extremamente desatualizado com o futebol mundial e ainda vive na época em que acredita que para o futebol brasileiro basta bater no peito, mostrar os cinco títulos mundiais e vencer com facilidade qualquer adversário.
Na última quarta-feira, antes de iniciar o jogo entre São Paulo e Talleres, Galvão disse mais uma vez que caberia ao São Paulo demonstrar sua história, jogar como 93 e se classificar.
O narrador insiste em acreditar que, no atual futebol moderno, basta ser grande e saber gritar pra ser bom.
Tática, estudo, preparação? Deixa pra lá.
Parece que não aprendeu nada com os consecutivos vexames dos clubes brasileiros nem com as eliminações da Seleção Brasileira nas últimas quatro copas.
Alguém precisa avisá-lo que os países passaram a estudar e a entender o futebol brasileiro. Se naquelas épocas apenas o Brasil praticava o “bom e verdadeiro futebol”, hoje em dia todos os principais países da Europa se organizaram, se prepararam e não somente alcançaram o nível de futebol do nosso país – parado no amadorismo -, como também nos ultrapassaram.
Além disso, disse várias vezes que a presença de Kaká e a preleção de Muricy na véspera do jogo deveriam fazer o time jogar bem. Para um bom entendedor, é como se ambos pudessem fazer mais do que quem contrata, quem treina e quem joga
Tudo isso só tende a fazer mal para o futebol brasileiro, já que Galvão ainda é uma voz influente e por vezes tem acesso a milhares de casas de fanáticos por futebol que, assim como ele, correm o risco de permanecerem desatualizados.
Não é por falta de bater no peito e mostrar que é grande que o Corinthians perdeu para o Tolima ou que o São Paulo saiu para o Talleres. Tampouco o 7 a 1, as eliminações para França, Holanda e Bélgica e todos os demais vexames nacionais são por falta de tamanho.
O que falta mesmo é estudo, profissionalismo, preparação e evolução.
Galvão é como o Windows 98. Está parado no tempo e tem vários substitutos. A diferença é que não há quem tente encostá-lo definitivamente.
Exagero seu. É “cult” falar mau do Galvão. O cara entende do riscado, é um estilo dele essa exaltação ao passado. Menos, meu caro.