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“Eu tenho a força”
Alguns comentaristas de futebol ainda não perceberam o que será, nos próximos anos, o “efeito Flamengo”.
Por enquanto, deram-se conta de que o Flamengo montou um grande time. Mas o “efeito” é bem mais que isso.
O saneamento financeiro permitiu ao Flamengo ter uma gestão altamente profissional. Paga absolutamente em dia.
O clube construiu um espetacular CT, com uma bela estrutura de atenção aos atletas.
Hoje, além da melhor equipe, tem o melhor técnico do país e um refinado departamento médico e fisiológico.
Seu projeto não é ser o melhor este ano, mas construir uma hegemonia, ser o melhor durante muito tempo.
Se tiver de vender algum jogador, terá dinheiro cash para comprar outros tão bons quanto ou melhores.
Bons jogadores vão querer jogar no Flamengo, onde recebem salários estratosféricos, pagos em dia, e são campeões.
O projeto de ser um clube de nível europeu não se esgota na Libertadores e no Brasileirão deste ano.
O Flamengo vai continuar sendo um clube de primeira linha, com um time altamente competitivo.
Isso vai obrigar aos outros clubes que busquem a excelência que o Flamengo conseguiu – ou não vão conseguir competir.
Por onde começar? O sucesso do Flamengo começou na gestão, muito antes de chegar ao campo.
O saneamento da gestão alçou o Flamengo. No Brasileirão, o clube foi 3º colocado em 2016, 6º em 2017 e vice em 2018.
Os outros vão ter de correr atrás para impedir uma hegemonia duradoura. E qual é o patamar? A excelência de gestão.
Não bastará aos outros clubes montar equipes fortes; eles terão de primar pela excelência de gestão.
Dirigentes amadores, incompetentes ou vaidosos não terão mais lugar.
É isso que vai mudar o futebol brasileiro.
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Carlos Marchi, autor de Fera de Macabu, é jornalista. Desde o começo da década dos 1970, trabalhou nos principais jornais e emissoras de televisão do país.
No movimento civilista que determinou a transição da ditadura militar para um regime democrático, em 1984, foi assessor do candidato eleito à Presidência da República, Tancredo Neves. No primeiro governo democrático, foi presidente da Empresa Brasileira de Notícias (depois fundida com a Radiobrás).
Nasceu na cidade de Macaé (RJ) quase cem anos depois que a cidade assistiu ao enforcamento de Manoel da Motta Coqueiro. Durante a infância, acompanhou os últimos nove anos da maldição de Coqueiro e foi inevitavelmente contaminado pelo imaginário popular sobre o caso.
Tem três filhos – Carlos Thiago (economista), Juliana (odontóloga) e Clarisse (bióloga).