Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Errar é humano. Estamos cansados de escutar este clichê por todas as etapas da vida, por todos os lugares que passamos e antes de darmos cada passo seguinte de nossa história. Estamos suscetíveis a erros, dos mais banais até os mais abissais, como se, assim como o sangue, fossemos formados por rasuras e tropeços do nosso dia a dia.
Com um árbitro de futebol não é diferente. Assim como um centroavante perde um gol na cara, um goleiro toma um frango ou um zagueiro deixa de fazer a cobertura e permite ao atacante entrar livre dentro da área pra balançar a rede, árbitros de futebol erram e acertam o tempo todo, tão humano quanto são, tão esportistas quanto deveriam ser.
Cegos pelo fanatismo que o futebol nos proporciona, relevamos por muito o gol perdido por aquele jogador que amamos ou o passe mal dado, que resultaria certamente em gol, tamanha a liberdade que estava nosso camisa 11 ali no canto de cima da tela. Entretanto, jamais perdoamos um árbitro que erra contra o nosso time, como se houvesse má-fé, direcionamento ou até compra e venda de jogos.
A história do futebol nos mostra, porém, que erros de arbitragem são uma constante dentro deste esporte. Desde os primeiros jogos registrados, há indícios de interferências que mudaram o final de um jogo ou até mesmo de um campeonato. Mas mesmo assim, não nos acostumamos com os erros que os assopradores do apito insistem em repetir – e repetirão por muitos e muitos anos, pelo tempo que o futebol existir. Inclusive, vale lembrar que até no Mundial de Clubes, no final do ano passado, com o uso da tecnologia, erros aconteceram.
Não estou aqui dizendo que devemos aceitá-los pacatamente e seguir em frente. Mas alguém é capaz de afirmar, por exemplo, que o gol perdido por Di Maria contra o Barcelona é menos crucial do que o pênalti marcado pelo árbitro no lance que originou o quinto gol culé?
É claro que há atuações que aparentam má-fé, como os fatídicos jogos do Brasileirão 2005 ou o lamentável episódio da Libertadores de 2013 no jogo entre Corinthians e Boca. Mas os erros estão aí, para acontecer, às vezes a favor, às vezes contra.
Condições ideais só existem nas aulas de física e química. O futebol – para também fechar com um clichê – está longe de ser uma ciência exata. Condições ideais são apenas para utópicos. Talvez seja mais fácil aprendermos a conviver com os erros do que criticá-los.
É duro pensar assim. Mas a história mostra: tão constantes quanto os gols, são os erros. É parte do pacote no qual está inserido o maior esporte do mundo.
Como sempre, outro bom artigo.
Achei muito interessante o seu ponto, Jorge Freitas! Já faz um bom tempo que acho que – ao contrário do que prega a imprensa – os juízes devem trabalhar com redução de danos (pretendo fazer um texto sobre isso) e que o problema principal é quando claramente beneficiam uma das equipes.
Acho que erros são mesmo normais, e detesto a figura do “comentarista de arbitragem”, mas quando a arbitragem simplesmente muda a história dos jogos, para além de qualquer margem do razoável, é que complica e gera tanta revolta.
Pois é Gabriel. Erros são comuns e fazem parte do jogo. Não vejo diferença clara entre o gol perdido por um jogador ou a saída de bola errada e uma falta não marcada.
É duro pensar assim, mas é a realidade do futebol.