Créditos da imagem: Daniel Augusto Júnior/Ag. Corinthians
Em 1982, o humorista Jô Soares criou o famoso personagem “Zé da Galera” que usava um único e conhecido bordão: “bota ponta na Seleção, Telê!”. Era uma brincadeira em cima das cobranças de parte da torcida para que o time que foi à Copa daquele ano tivesse um ponta pela direita.
Telê foi ousado naquele ano. Montou um time com um quadrado no meio de campo formado por Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico. Mais à frente, o centroavante Serginho e o ponta-esquerda Eder, que recuava para compor o meio. Ou seja, abriu mão de um volante marcador tradicional e de um ponta avançado pela direita. Compensava isso com uma movimentação constante dos craques do meio e com as subidas dos competentíssimos laterais Leandro e Júnior. Não foi campeão, mas criou um time inesquecível para quem viveu aquela época.
O futebol tem mudado cada vez mais nos últimos anos. Técnicos criativos e ousados formam esquemas que dificultam aos torcedores com pouco conhecimento tático definir qual a formação do time. Nos últimos trinta a quarenta anos, foram feitas variações no até então tradicional 4-2-4. A necessidade de proteger as defesas implicou nas variações do 4-3-3, 3-5-2, 4-4-2, 4-5-1 etc. Parreira, em 1994, chegou a falar do 4-6-0. Para arrepio dos tradicionalistas e defensores do futebol ofensivo.
Na verdade, os grandes times formados no futebol mundial desde a Holanda de 1974 até o Barcelona dos tempos modernos mostram que os jogadores versáteis, capazes de cumprir mais de uma função, com disciplina tática e muito fôlego podem fazer esquemas vencedores sem estarem muito presos às definições táticas pré-concebidas e mais conservadoras.
Isto posto, ainda resta uma questão muito atual no futebol brasileiro. É possível jogar sem o centroavante? Para ser mais específico: depois da saída de Jô, conseguirá o Corinthians sobreviver sem um camisa 9 tradicional? O técnico Fábio Carille já deixou claro que gostaria muito de ter um homem de área fixo, mas tem se virado como pode com a falta de opções.
Para não nos estendermos demais neste texto, vou pegar dois exemplos conhecidos de times que se deram bem sem centroavante. Claro, a Seleção Brasileira da Copa de 70 é o caso mais especial. O técnico Zagallo escalou um time numa espécie de esquema 4-5-1. A defesa era formada por Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo. O meio de campo tinha Clodoaldo, Gerson, Pelé, Tostão e Rivellino. O ponta Jairzinho ficava à frente para puxar os contra-ataques. Gerson e Clodoaldo ficavam mais recuados. E o ataque tinha sempre a linha Jair, Pelé, Tostão e Rivellino. Sucesso total! Time forte na defesa e implacável no ataque. Vale lembrar, porém, que nunca mais se reuniu tantos craques em um só time desde então.
Outro exemplo foi o próprio Corinthians campeão da Libertadores de 2012. Com Liedson sem condições físicas e o reserva Elton muito abaixo em qualidade técnica, Tite optou na maior parte dos jogos, principalmente os decisivos, por jogar com um esquema sem centroavante. Entravam em campo Cássio; Alessandro, Chicão, Castán e Fábio Santos; Ralf; Paulinho, Alex, Jorge Henrique, Emerson e Danilo. No esquema vencedor, Emerson e Danilo se revezavam como a referência dentro da área.
Naquele ano, o Corinthians fez 22 gols na Libertadores, marcados por Alex (1), Danilo (4), Douglas (1), Jorge Henrique (3), Romarinho (1), Emerson (5), Fabio Santos (1), Elton (1), Liedson (1), Paulinho (3) e Ralf (1). Ou seja, dois de defensores, dois de centroavantes e 18 dos chamados meias/atacantes. Mesmo campeã, foi uma solução improvisada por falta de opções, tanto que Tite tratou de fixar o centroavante Guerrero assim que pôde.
Carille tem também tentado criar soluções emergenciais para a falta do camisa 9. Deu muito certo no 2 a 0 contra o Palmeiras, quando entrou com um 4-2-4, fazendo Rodriguinho e Jadson se revezarem na frente. Mas não tem dado tão certo em outras partidas.
Lembrem-se que a Copa de 70 teve seis jogos contra seleções que não tinham condições de tecnologia e intercâmbio de craques para conhecer em detalhes seus adversários. Assim como a Libertadores de 2012 teve 14 jogos, sendo que Liedson e Elton participaram, mesmo que por alguns minutos às vezes, em boa parte das partidas.
Carille tem pela frente um Brasileiro de 38 rodadas, muito ainda a percorrer na Libertadores e as partidas decisivas do Paulistão. Terá que ser muito criativo para que suas estratégias não sejam facilmente manjadas. Creio que essa tarefa é dificílima, ainda mais levando-se em conta que no meio do ano teremos nova janela de transferência e o time poderá perder mais algumas peças.
Jô facilitou muito a vida do técnico em 2017 porque estava em grande fase. Segurava a zaga no campo do adversário, era opção de jogada aérea, fez muitos gols e ainda servia como paredão abrindo espaço e dando passes aos companheiros de ataque.
A falta de um jogador como ele é muito mais complicada do que se pensa. E, mesmo que “baixe” um Guardiola em Carille, é um imenso desafio obter sucesso se não trouxer um centroavante de ofício e talentoso. E aí vem o segundo problema? Quem seria esse cara?
Ou seja,o Corinthians não vai conseguir nada demais neste ano se não contratar um centroavante!!!!!! E não vai mesmo!!!!!!!!
Venceu a libertadores sem centro avante!
Sheik fazia miséria aquele ano , não compare
Escala o juiz.
O esquema se conhece na formação defensiva pelo posicionamento dos jogadores. Na formação ofensiva há variações que não conseguimos decifrar. As variações ofensivas são de acordo com.as circunstâncias da partida, fica impossível desvenda la pela movimentação dos atletas e o improviso dos mesmos. Na ofensiva se utiliza tudo o que se tem para confundir o adversário. Quanto a 1994 Romário era o um isso ficou nítido nao voltava pra marcar ninguém era o jogador mais avançado daquele esquema que era identico ao de 70 com uma diferença imensa, a qualidade dos jogadoras acredito que o único que seria convocado naquela época seria Romário rsrsrs. Bom dia