Créditos da imagem: Pedro Vilela / Getty Images
“Ceará contrata Enderson Moreira”. Parece déjà vu, mas é uma das notícias que estampam por esses dias os jornais esportivos na internet.
Basicamente é sempre a mesma coisa: um time sem tanta aspiração no campeonato nacional demite seu treinador, de currículo mediano, por perder o estadual para, logo depois, contratar um novo treinador, igualmente mediano, a fim de se reestruturar na temporada.
Basta um simples olhar no passado recente do futebol brasileiro para saber que a probabilidade dessa estratégia funcionar beira o zero. Nada contra Enderson Moreira, mas qual a razão de se trocar um treinador logo após o estadual para contratar alguém que quase nunca faz bons trabalhos na carreira?
Enderson Moreira treinou, sem sucesso na série A do campeonato, times como Bahia e América-MG, que estão em patamares parecidos com o Ceará. É quase a mesma coisa que Lisca, com a diferença de que, agora, torna-se necessário iniciar um trabalho do zero bem no meio da temporada.
Treinadores como os dois supracitados, Vagner Mancini, Gilson Kleina, Adilson Batista e outros quase nunca conseguem oferecer mais do que seu sucessor. Mesmo assim, estão sempre com bons empregos em clubes de Série A.
Se for para começar um trabalho do zero, por que não fazer como o rival Fortaleza que apostou no novato Rogério Ceni? Se não há condições para uma contratação do nível de Felipão, Cuca, Abel e Sampaoli, por que não buscar um jovem promissor como fez o Botafogo com Eduardo Barroca?
Não sei nem se é falta de planejamento ou de conhecimento técnico e tático de futebol. É claro que pode dar certo, mas o que Enderson pode fazer que Lisca não faria? Da mesma maneira, o que Vagner Mancini pode fazer caso aceite a proposta e assuma o Goiás no lugar de Barbieri? Em anos de carreira, nunca fizeram praticamente nada de bom na elite do futebol.
Em suma, os cartolas apostam contra todas as probabilidades, enquanto os clubes se afundam com a estratégia perdedora e imediatista do mais do mesmo no Brasil.