Créditos da imagem: Reprodução / SporTV
Juninho Pernambucano sempre teve ares de sujeito inteligente. Em campo, isso nunca foi objeto de discussão. Até que lhe deram um microfone. Suas declarações a respeito do Flamengo foram mais que lamentáveis. Encarnaram, pois sim, um personagem que batizei como “Esclarecildo de Oliveira”, o ponderado à brasileira. É aquela pessoa que segue estritamente o manual, mesmo que desatualizado há vinte edições. Como a suposta estadista que defendeu diálogo com o Estado Islâmico. Entre a imagem e a realidade, escolhem sempre a primeira.
Disse o hoje comentarista que a demissão de Rodrigo Caetano foi absurda. “E o trabalho que ele fez nestes três anos?” – questionou. Justamente. São três anos de bonança financeira que não se reverteu em equipes consistentes. Elencos foram montados com critérios rasos, trazendo jogadores incompatíveis entre si. Tanto que nenhum dos técnicos conseguiu achar um Norte. O mais bem sucedido foi mandado embora e, surpresa, levou seu time à decisão do mesmo campeonato. Não faltou tempo. Não faltou dinheiro. Faltou competência. Rodrigo Caetano faz parte da primeira geração de gestores profissionais. Pela falta de concorrentes e pela conversa moderna, gerou uma fama desproporcional à capacidade efetiva. Os dirigentes amadores do Flamengo devem ter suspeitado desde o princípio. Ainda assim, esperaram mais que o razoável para concluir que apostaram no homem errado. Juninho ainda acha pouco.
Mas o ex-craque não parou por aí. Resolveu entrar na patrulha do politicamente correto. Acusou a torcida rubro-negra de escalar o time e vetar um jogador por ser “feio e nordestino”. Sim, estamos falando da torcida com o maior número de nordestinos (seja no Nordeste ou no próprio RJ). De um clube que já teve ídolos seguramente muito mais feios que o suposto perseguido. Aliás, o jogador deve mesmo ter adorado a defesa (vai ligar para a mãe perguntando por que ela o enganou). O preconceito é do próprio Esclarecildo. Não consegue admitir que um torcedor pode estar certo quando acha o jogador ruim. Assim como o “brasileiro preconceituoso” que torcia pelo Vasco aprovou seu desempenho por lá. Foi, inclusive, quando ganhou o “Pernambucano” no nome profissional, já que o clube trouxe outro Juninho (a partir de então “Paulista”). Não consta que tenha reclamado.
O desconto que Juninho merece é por estar em início de carreira. Não aprendeu a se preparar para a gama de assuntos nos programas de que participa. Vem a pergunta e, sem a devida informação, diz o que parece coerente. Convenhamos, exemplos não faltam entre os próprios veteranos do local em que trabalha. Como o comandante máximo Galvão, que em 2003 bradou que o técnico milanista tirou Rivaldo por “detestar brasileiros”, num time que não raro tinha um terço dos titulares falando português (isso sem considerar o luso Rui Costa). Locutores e comentaristas passam mais tempo falando que pensando, em programas cada vez mais numerosos e com pauta dinâmica. Como raramente um discorda do outro (pelo contrário, elogiam qualquer coisa), logo o novato segue o exemplo dos líderes. Vale falar tudo, menos “preciso me informar um pouco mais”. Televisão não é para essa coisa chata de se informar.
O mais triste é que se perde uma boa oportunidade de arejar o jornalismo esportivo. Ex-atletas e ex-técnicos são bem vindos, em tese. Mas, a despeito da quantidade deles, a grande maioria deixa a desejar. Não apenas os polêmicos. Noutro dia, Zico estava espantado com uma escalação do Barcelona que, a rigor, era a mesma de todo fim-de-semana. Ter estado em campo (ou à beira dele) não pode servir como dispensa de estudar. Se for para ouvir “no meu tempo era assim e assado”, assiste um jogo ao lado da avó que dá na mesma. Exceção honrosa é Zé Elias. Mesmo em programa diário, mostra que fez a lição de casa. Provavelmente ganha menos que muitos badalados. Mas o público ganha bem mais que com Juninho Pernambucano e sua ponderação às cegas.
ESSE JUNINHO SÓ TEM POSE.
MAS O ZÉ ELIAS É RUIM DEMAIS TAMBÉM!!!
Não concordo!!!
O Juninho é o comentarista mais lúcido e humano desse meio.
Jogar futebol é uma coisa ser comentarista ou treinador é outra. Bom dia
Wilson Oliveira Pedro Augusto
Pior que no início, quando ele só falava de futebol, eu achava ele bom. Mas se revelou uma Fátima Bernardes que tem barba.
Falou apenas a verdade que outros não tem coragem de dizer!
Atacou uma torcida inteira, nunca jogou em um clube de massa pra abrir a boca pra falar do Flamengo
Falou apenas verdade, só pq o time tem torcida grande ele vai ter que mentir pra agradar os torcedores do Flamengo.
Esse Juninho é um mala que se acha!!!!!!!!!! “Esclarecildo de Oliveira” é uma ótima definição mesmo kkkkkkkk!!!!!! E o trabalho do futebol do Flamengo foi uma piada nos últimos anos, tinha mais é que demitir todo mundo mesmo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
A página tinha que se chamar “No Ângulo Flamenguista”