Créditos da imagem: Globo Esporte
E Jair Ventura foi demitido do Santos.
O que vem depois dessa notícia costuma ser a conversa de sempre: falta de paciência, falta de tempo para o treinador.
Na mesma semana, Levir Culpi foi demitido do Gamba, clube japonês. Na sua conta no Twitter,o veterano treinador destacou que o clube havia contratado o treinador errado. Que Levir não encaixa no elenco e na filosofia de trabalho do clube.
O futebol brasileiro ainda atravessa um momento de instabilidade em diversos segmentos. Instabilidade natural de uma indústria em transformação, onde os players ainda buscam a (distante) profissionalização, assim como profissionais qualificados em diversas esferas, e lutam contra o desequilíbrio financeiro que existe em função da falta de pessoas e governança.
Mas um dos temas que mais gera discussão é a questão dos treinadores. Sempre que um deles é demitido surgem os defensores da causa errada, tentando sempre provar que a demissão foi um erro e que é preciso tempo e paciência. Avaliam a consequência e não a causa. Este é o erro fundamental.
Na grande maioria das vezes o problema está no que foi citado por Levir Culpi nos primeiros parágrafos: a escolha equivocada do treinador. A partir daí a chance de uma demissão “prematura” é enorme.
O ponto central é que a escolha de um treinador deveria ser feita a partir de duas premissas básicas, que devem conversar: cultura esportiva e elenco disponível. E aí já reside boa parte das dificuldades de nossos clubes.
Primeiro que ninguém sabe qual a cultura esportiva do clube, que necessariamente tem que conversar com as expectativas dos torcedores. Se o torcedor espera um time guerreiro e a diretoria forma uma equipe tik-tak, pronto, já há um distanciamento entre campo e arquibancada.
Daí forma um elenco lento e de passes laterais e traz um treinador que atua fechado e explorando contra-ataques. Daí as cornetas roncarão fortes. Não haverá tempo que dê jeito nessa mistura, que tem cara de lambança.
É famosa a história de que o São Paulo não contratou Ronaldo – o Fenômeno, não o Cristiano – porque não encontraram Telê Santana para avaliar o atleta, assim como o sucesso de Tite no Corinthians vem muito pelo fato de o treinador participar diretamente nas escolhas de seus contratados, fato que não chegou a funcionar tão bem na Seleção.
Quando tudo dá errado, a solução é a demissão do treinador e a busca por alguém que seja capaz de extrair o melhor do elenco. Em todas as empresas com gestão ativa e atenta é comum trazer pessoas de alto escalão e demiti-las rapidamente quando se percebe que não estão de acordo com a cultura corporativa. Isto tem custo, financeiro e de reputação para quem trouxe, mas resolve-se o problema.
No futebol a dificuldade é que o custo que fica é o financeiro, porque o dirigente simplesmente busca outro treinador e isso vai agradar o torcedor. Reputação? O que é isso?
Analisando as duas demissões citadas no início deste artigo vemos que ambas estavam corretas. Nenhum dos treinadores se encaixava ao elenco e cultura esportiva. O problema no Santos foi ter perdido a parada da Copa, que daria tempo a um novo treinador, que terá que abastecer com o avião em voo, já que era sabido que não havia liga. Ou como disse Levir, contrataram o treinador errado.
E quem paga a conta é sempre o clube.
[…] poucos dias, quem caiu foi Jair Ventura. Outro que também está classificado tanto na Copa do Brasil quanto na Libertadores, mas mal no […]
Perfeito. Seu estilo de jogo JAMAIS casou com o do Santos, sabidamente o futebol mais artístico do Brasil.
Prometia, mas foi retranqueiro demais. Poderia ter adiantado o Pituca como o Chulapa fez ontem, mas foi, a todo tempo, muito covarde. Não deixará saudade.
Sinceridade o que falta no futebol brasileiro é a escassez de talento . Podem me chamar de saudosista , mas nos tempos mágicos do nosso futebol , em cada time sendo ele do interior chamados pequenos , ou nos das capitais,considerados grandes, tínhamos talento qualidade irreverência. O tão falado 4 1 4 1 que para muitos é novidade , Zagalo usou em 70, o tic taca do Barcelona vi no time mágico do Flamengo de Zico Andrade Adílio Leandro Júnior e CIA. O mundo admirava o futebol brasileiro pelos suas extraordinárias jogadas e jogadores. Muita coisa.mudou no futebol , mas o talento ainda resiste a este esporte. Talento que já não temos mais em abundância e quando temos os perdemos para.um futebol profissionalizado , o europeu. Em cada esquina cada canto ainda temos esses meninos espetaculares, mas a ganância o apego ao dinheiro, canalizado por interesses e empresários, perdem nossas joias pois sem representantes influentes não tem oportunidades. E assim caminha nosso esporte , treinadores temos o que não temos é profissionalismo.
Eu gosto muito do trabalho do Jair Ventura, treinador jovem e que mostrou um trabalho muito bacana no Bota, porém, concordo com o autor do texto, não vi sentido dele no Santos, um time que sempre prezou pela qualidade técnica, passes e construção de jogadas e transição lenta. Jair tem um estilo que lembra Mourinho (catenaccio) de aproximar as linhas atrás, jogar compacto pra contra atacar com velocidade, talvez o Roger Machado encaixe melhor na filosofia santista.
Tanto artigo como opiniões estão dentro do contexto futebolístico brasileiro.
O que falta aos clubes brasileiros é disciplina técnica- tática, que muitos técnicos não conseguem impor por falta de colaboração dos respectivos jogadores.
Jair Ventura, novato, ainda vai sofrer para impor seu estilo de jogo.
Os “velhacos” não se importam, pois sempre haverá um clube em desespero.
Aí fica registrado a falta de gestão dos clubes na contratação e objetividade final.