Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
It’s my LAW, stupid!!!!!!! – por que o vexame da colina era questão de tempo.
A versão mais completa da Lei de Murphy diz que “se algo pode dar errado, vai dar errado – e da pior maneira possível“. Mais uma vez, a assertiva foi confirmada. As “cobaias” foram os integrantes da desastrosa transmissão de Vasco x Cruzeiro, neste último domingo, pela Rede Globo. Estrelando o locutor Luiz Roberto, um dos mais fortes candidatos a suceder a Galvão Bueno quando este finalmente se aposentar. Se precisava de uma grande gafe para se credenciar ao cargo (como quando Galvão passou 45 minutos vendo um jogador do Barcelona que não estava em campo), não falta mais. De onde estiver sepultado, o grande legislador cotidiano explica como isso aconteceu:
1 – transmissão fora do estádio – para evitar despesas com transporte e segurança de sua equipe (constantemente xingada e até ameaçada por torcedores imbecis – de todos os níveis financeiros), o Grupo Globo tem como regra só enviar o repórter de campo ao local da partida. Isso tira do locutor o contato direto com os fatos que está narrando. Sendo que, na pandemia, a cabine no estádio daria melhor visão que a do repórter com espaço e visão limitados.
2 – superlotação – para acomodar o amontoado de empregos das emissoras do grupo (jornalistas, ex-boleiros e, agora, a cota de representatividade), todas as transmissões globais usam dois comentaristas – um deles de forma remota. Há também a central do apito – criada para ser mais discreta e hoje mais participativa que o próprio “fundador” Arnaldo César Coelho. É gente demais para o locutor reger e olhar o monitor ao mesmo tempo.
3 – “craque da partida” – criado para dar a sensação de utilidade ao “amigo internauta”, o prêmio virou objeto de avacalhações antológicas – não raro elegendo um jogador que nem entrou. Com isso, no lugar de simplesmente extingui-lo, a Rede Globo adicionou os votos dos comentaristas. Outra distração que pode fazer com que o locutor perca a atenção sobre o que está rolando nas quatro linhas.
4 – convivência com o VAR – o protocolo permite (não necessariamente determina) a sequência dos lances irregulares quando houver a iminência de um gol, com a bandeira ou o apito atuando logo em seguida. Antes, o locutor olhava para o bandeira e sabia se a jogada era regular ou não. Agora precisa olhar para o árbitro tão logo a bola entre, para conferir se aponta para o meio ou marca uma infração. Nem todos se acostumaram a este “novo normal”.
5 – os vendedores de emoções – convertidos em misturas de narrador, apresentador e animador de auditório, locutores se veem obrigados a bancar o Bruce Buffer na hora do gol. Até quem era mais discreto entrou na onda do berro quase histérico e apoteótico – especialmente quando o gol decide a partida. A concentração na performance histriônica é mais um obstáculo ao papel outrora primordial da locução esportiva – narrar o jogo.
Em algum momento, a conjunção destes cinco pontos poderia gerar a tragédia informativa perfeita. O momento chegou:
1 – o atleta do Vasco ganha a disputa de bola com a ajuda do braço;
2 – o árbitro vê, mas retarda a marcação porque o lance se torna chance clara de gol – dando a chance de eventual erro ser corrigido pelo VAR (que se limitou a checar sem pedir revisão, pois a falta foi evidente);
3 – o locutor Luiz Roberto inicia seu show de decibéis e não olha, no monitor, se o árbitro apontou para o centro ou marcou a infração;
4 – depois de perder esta oportunidade (na verdade, um dever), Luiz Roberto passa a olhar a tela do replay em vez da imagem do monitor que continuava mostrando o tempo real;
5 – ainda em sua catarse, o locutor não percebe que a imagem seguinte aos replays mostra o jogo reiniciando da intermediária (onde ocorreu a falta), e não do meio-campo (onde, obviamente, há o recomeço depois de um gol);
6 – mesmo com os jogadores do Cruzeiro comemorando seu gol, sem a esperada pressa para levar a bola ao meio-campo (afinal, estavam “perdendo”), Luiz Roberto e os comentaristas não apenas não sacam o que houve, como criticam os cruzeirenses – quanto menos astutos forem os seres humanos, mais o erro se delonga;
7 – o único que estava prestando atenção no ocorrido, o repórter de campo, teve que esperar toda a ordem hierárquica de participações no show da transmissão, incluindo a indispensável escolha do “craque da partida”. O temor de perder o emprego o fez se limitar às tentativas de “Luiz, Luiz”, descartando o recurso eficaz, porém temerário, de dizer “PQP, O GOL DO VASCO FOI ANULADO, SUAS ANTAS DO C…!”.
E foi assim que, somente mais de um minuto depois da “vitória” vascaína, Luiz Roberto e sua trupe descobriram que tinham terminado de transmitir o jogo errado. O telespectador vascaíno ficou com cara de tacho. O cruzeirense, que já estava em ira performática com os “vagabundos comemorando a derrota”, não sabia se xingava ou ria. Resta saber se, confrontada com a combinação que consagrou o major Edward A Murphy mais uma vez, a Globo vai rever seus protocolos ou esperar a próxima. Galvão, Cleber, Gustavo “Aqui Agora” Villani & CIA devem estar com muita inveja. XABIDIQUEM???????
Lembrou-me do micasso do Craque do Jogo pro Sidão que tomara 3 gols, em que a direção da Globo obrigou a repóter a entregar o prêmio.
Já o lance em si é fatal inclusive para aqueles que acompanham no MUDO.
Agora, ampliando a visão, é tanta coisa que tem nas transmissões que dissipam a atenção do jogo. A Globo, no caso, tem uns 500 cara para comentar a partida, tem o momento dos patrocinadores, tem replays, tem o Cartola FC, tem o Craque do Jogo, … que sinceramente, não dá para acompanhar tudo o que eles oferecem.
Nestas horas, questiono o Erich Beting por focar tanto nas interações com o público, seja da parte da transmissão, dos organizadores dos torneios, dos clubes, dos atletas, … É tanta coisa que não dá para prestar atenção, mesmo se o dia tivesse 100 horas.
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