Créditos da imagem: Arquivo Rede Globo
Léo Batista é símbolo do mais puro exemplo a ser seguido
Se quiser reverenciar Léo Batista, jornalista, não o chame de “lenda”. Busque outros adjetivos, prefira substantivos. Lenda tem a ver com algo fantástico, mas cabe também a ideia de fictício. E Léo Batista, nascido João Baptista Bellinaso Neto, filho de imigrantes italianos, é a mais pura realidade. Como profissional da comunicação, pai, amigo…
Léo Batista é poucos meses mais velho do que eu. Não chega a 13. E alguns da nossa idade, que viviam na pequena Cordeirópolis, interior paulista, provavelmente ainda se lembrarão do rufar perfeito de um tambor infantil de um garotinho ávido para ganhar o mundo -o sonho de aventuras estava no sangue, veio do berço- quando os trapezistas se apresentavam nos circos que se exibiam na cidade.
Foi assim que o “homem da covinha” e, mais tarde, da gravatinha borboleta, iniciou a aventura, que se tornou ventura, levado pelo primo Toninho, se não me engano, o mesmo que deu a ele a primeira oportunidade para mostrar sua voz marcante, no serviço de alto-falante da cidade, de onde pouco depois partiu, para só voltar por breves dias de visitas aos familiares. Birigui, Piracicaba, Rio de Janeiro, TV Rio, até chegar à Rede Globo, nos anos 1970, onde está até hoje, prestes a completar 86 anos (22/7/32), não como verdadeira lenda, mas como símbolo do mais puro exemplo a ser seguido.
Conhecia o botafoguense Léo Batista de longe, das apresentações de lutas de boxe na TV Rio, com sua clássica gravatinha, ao Globo Esporte na Rede Globo, com seu sorriso permanente. E só fui conhecê-lo pessoalmente em 1984, durante os Jogos Olímpicos de Los Angeles, EUA, quando “segurava o rojão de comandar a chefia de reportagem no local”. Léo era o apresentador dos noticiários de lá, o que significava segurança e tranquilidade para todos.
Uma tarde, após o tradicional grito de “silêncio”, Léo Batista olhou o texto que haviam colocado em suas mãos e que seria rodado para que lesse na tela e gritou, enfurecido: “Querem me derrubar, querem me ferrar”. A notícia havia sido impressa em letras de rodapé de contratos, algo quase impossível de se enxergar e Léo não usava, no ar, os tradicionais óculos. Seus amigos do Rio, que conheciam “seus ataques”, riam, enquanto eu, que era “estrangeiro” e tinha parte da responsabilidade, corri, pedindo calma a ele. Enquanto rodavam novas páginas, em letras grandonas, alguém entregou a ele o resultado da partida de vôlei: Brasil 3×1. E foi o bastante para que ele segurasse a peteca. Não sem, a cada intervalo, voltar à velha bronca: “querem me ferrar”.
No retorno ao Brasil, quando o “negão” começou a tirar nossas malas do ônibus e jogá-las na calçada do aeroporto de LA, Léo subiu com ele nas tamancas: “Do not do that. It´s my property”. De nada adiantou. Mas ele continuou…
Numa manhã de calor, na Copa da Espanha, Léo apareceu mais bravo do que nunca – mas, como sempre, de mentirinha. Não tinha dormido bem aquela noite. Era parceiro de apartamento do Fernando Vanucci e, quando foi apanhar a chave na portaria, encontrou um bilhetinho: “Leozinho, por favor, durma hoje no sofá e não acenda a luz”. Vanucci tinha arranjado uma namorada. E Léo foi, mais uma vez, seu bom companheiro – dormiu no sofá.
O jornalismo, que inclui a divisão de esportes da Rede Globo, já passou por muitas mudanças, algumas até radicais, mas nunca alguém nem mesmo deve ter pensado em interromper a carreira brilhante do Léo Batista, que pode ser considerado, com total justiça, “imexível”, “irremovível”, “móveis e utensílios da linha Luiz XV, produzidos com madeira de lei”.
UMA REFERÊNCIA DO JORNALISMO ESPORTIVO FALANDO DE OUTRA.
SENSACIONAL!
Faço das palavras do Luís Torres as minhas. Nada mais a acrescentar.
dois grandes mestres. é por causa de gente como vocês que eu amo a minha profissão e me orgulho da minha carreira de cronista esportivo.
Grande Léo Batista, Imortal
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