Créditos da imagem: Reprodução ESPN
Embora faça mais de duas semanas que Fernando Diniz tenha saído do Fluminense, ainda há muito o que se discutir sobre a parcela de culpa que o treinador tem pelos maus resultados do clube em proporção à responsabilidade dos cartolas, que montam e desmontam time sem parar.
No início do Brasileirão deste ano, o Fluminense enfrentou o Goiás no Maracanã com Rodolfo, Gilberto, Nino, Matheus Ferraz e Caio Henrique; Airton, Leo Artur e Allan; Luciano, Yony González e Everaldo. Quatro meses depois, contra o CSA, naquele que seria seu último jogo como treinador do clube carioca, Diniz escalou o que havia de melhor com Muriel, Igor Julião, Nino, Yuri Lima e Caio Henrique; Allan, Daniel e Ganso; Yony González, Wellington Nem e Marcos Paulo.
É fato que em ambos os jogos o Fluminense acabou derrotado em casa para o rival, mas a comparação de ambas as escalações dá o tom de como estava difícil para o treinador trabalhar com uma mesma equipe e garantir bons resultados. Tirando aqueles nomes para lá de contestáveis, como Rodolfo, Matheus Ferraz e Leo Artur, jogadores que decidiam partidas como Luciano e Everaldo saíram, isso sem falar na dupla ausência de Pedro, fora do primeiro e do último jogo por contusão (e agora de maneira definitiva, vez que negociado com a Fiorentina, da Itália).
Ou seja, Diniz tem seus problemas, especialmente pela dificuldade em montar um time de rápida recomposição e com boa transição entre a zaga e o ataque, mas as condições financeiras do clube carioca em nada cooperaram para que o treinador fizesse um bom Campeonato Brasileiro.
Sampaoli, mesmo treinando um time também com problemas financeiros, entrou em campo no início do Brasileirão (na vitória contra o Grêmio, em Porto Alegre), com Vanderlei, Aguilar, Gustavo Henrique, Lucas Veríssimo e Victor Ferraz; Diego Pituca, Jean Lucas e Jean Mota; Felipe Jonathan, Eduardo Sasha e Soteldo. Na última rodada, na vitória fora de casa contra a Chapecoense, apenas Vanderlei e Jean Lucas não estavam em campo, sendo que Derlis González, Carlos Sánchez e Alison também entraram em campo em ambas as partidas.
Com estilos parecidos, que sempre buscam o gol (embora com algumas diferenças na aplicação de ideias e também na parte tática), a situação de Sampaoli é claramente diferente da qual passou Diniz, já que, enquanto o primeiro teve a oportunidade de manter o time durante todo o primeiro turno, o segundo não conseguiu uma sequência e viu seus principais jogadores saírem para outros times aqui mesmo do Brasil.
Isso diz muito sobre as posições contrárias que estão Santos e Fluminense no campeonato atual e porque Diniz não conseguiu bons resultados nesta primeira metade da competição.
Mas é claro que é mais fácil demitir um treinador do que acusar uma diretoria de má gestão. É mais fácil também desmanchar um time do que tentar mantê-lo e correr o risco de terminar o ano com prejuízo bem acima do esperado.
Talvez Diniz deva tentar a sorte em algum time mais estruturado e seguro, sem a necessidade de realizar vários desmanches durante uma só temporada. Mas com a pressão sobre os últimos resultados, haverá alguém a fim de abrir portas para o treinador?
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