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Opinião:
Gustavo Fernandes
Antes unanimidade compulsória, Tite vive o reverso da fortuna. Tudo é questionado. Por que não convocou? Por que convocou? Por que convocou e não escalou? Por que convocou e escalou? O alívio da Copa América foi comprometido por amistosos meia-boca em campos pastosos. De quebra, o treinador teve sensibilidade nula ao convocar atletas de clubes brasileiros, mesmo com o campeonato nacional em andamento. As convocações ainda trazem um aumento gradativo de incoerências. Para ficar numa delas, o lado direito da defesa brasileira segue somando mais de 70 anos – beirará os 80 em 2022. Ninguém gosta de tomar decisões desagradáveis, mas fazem parte do cargo. Se não quiser tomá-las, que passe o bastão.
Entre as dúvidas crescentes, merece atenção seu suposto domínio dos padrões táticos estrangeiros. Inclusive porque a temporada doméstica está pautada por dois técnicos que, de fato, trabalharam na Europa. Ficou mais fácil comparar. Isto é importante porque prevalecer em solo americano não parece um problema. Jogar contra europeus é que são elas. São conhecidas as dificuldades para marcar amistosos contra equipes do Velho Mundo, mas outras seleções sul-americanas conseguiram aproveitar as brechas. Tite não se impõe na escolha de gramados, locais das partidas e adversários. Se é que realmente quer sair da zona de conforto – que nem vem sendo tão confortável assim.
Fernando Prado
Ser treinador da Seleção Brasileira é, por si só, uma grande fria, e ficou, para Tite, ainda mais difícil depois de uma Copa do Mundo frustrante do Brasil e do eterno problema da falta de adequação do nosso calendário futebolístico. Além disso, o sucesso dos “Jorges” (Jesus e Sampaoli) no Campeonato Brasileiro aumentou a pressão sobre os nossos treinadores. Mais: se teve méritos em bancar o “brasileiro” Everton Cebolinha na última Copa América, Tite peca ao insistir com jogadores de grife que não dão resposta à altura vestindo a camiseta amarela e pode acabar morrendo abraçado com eles. Por fim, de se registrar que os discursos de Tite beiram o insuportável de tão modorrentos, o que também tem causado danos à sua imagem.
De qualquer forma, reitero que comandar o Brasil, hoje, é um verdadeiro abacaxi. Ser subordinado da CBF é, obrigatoriamente, ser exposto e pagar pelos erros da entidade. É estar no meio do fogo cruzado e ter como única solução a conquista. Detalhe: jogando bonito. Ah, de preferência dando esporro público no Neymar, é claro, para delírio dos hipócritas de plantão.
José Maria de Aquino
Não é apenas para o técnico Tite que o torcedor brasileiro está virando o nariz. É pela má qualidade do futebol que vem sendo apresentado. Faz tempo, mas de forma mais acentuada agora. Canso de ler e ouvir torcedor elogiando mais e dizendo-se mais contente com a seleção de 82, dirigida por Telê, que não ganhou a Copa, do que a vencedora em 94, sob o comando de Parreira. Com Tite sem ganhar em 2018 e sem jogar bem, a aversão aumenta a cada dia. Por culpa do mau futebol e por culpa dele também.
Podia -e devia- se atrever a remodelar o time e ser mais criativo, mas, por algum motivo, é apegado ao grupo que não deu certo. Bajula demais Neymar e exagera no “titês”, jeito falsamente elaborado de falar. Enrola, mas não engana.
Jorge Freitas
Em apenas três anos, Tite foi lobo de si mesmo na Seleção Brasileira. Sua unanimidade desmoronou por sua própria culpa, motivada pelas escolhas questionáveis e pela Copa do Mundo muito abaixo do que se esperava por seu histórico recente e pelo que fez nas Eliminatórias.
Adenor foi gastando sua “gordura” aos poucos. Levou para o Mundial uma seleção repleta de jogadores de sua confiança, nem todos em boa fase, e manteve-se fiel à sua escalação inicial, mesmo com o baixo rendimento na fase de grupos da competição. Posteriormente, com a eliminação, não apresentou qualquer autocrítica que nos fizesse crer numa melhora relevante e continuou com seus discursos polidos, que, com o tempo, relevaram-se de pura feitiçaria. Por fim, sua dificuldade em encontrar um esquema tático que crie chances de gol e fure retrancas, mesmo com bons jogadores, tem reforçado o questionamento se ele é o nome certo para conduzir o projeto da seleção novamente a um título mundial.
Gabriel Rostey
Sem querer bancar o sociólogo de botequim, acho que, em boa parte, é “efeito rebote” da unanimidade que ele havia se tornado. Sim, somos assim como sociedade: idealizamos, transformamos em “salvador da pátria”, e na primeira frustração “pegamos bode” e passamos a não suportar mais. Como bem destacado pelo colega Fernando Prado, a relação -para mim correta- com Neymar também gera críticas de uma imprensa ávida por castigos ao nosso único jogador de exceção (ainda que esses mesmos jornalistas fossem destruir Tite na primeira derrota na qual Neymar estivesse ausente por opção do treinador).
Fora isso, acho que são os desgastes naturais de alguém que permaneceu no cargo depois de perder a Copa. Entendo que Tite simplesmente não pode entregar muito mais do que tem feito, e a exigência da torcida felizmente aumentou com a chegada dos “técnicos de nível europeu” a Flamengo e Santos. Ser comandante da Seleção só pode ser recompensador se for para tirá-la de uma crise; caso contrário, é sempre um jogo marcado para perder.
FORA TITE
Muita calma nessa hora! Lá, como cá, há bons e maus profissionais. Ou de repente o “candidato mais popular à presidência da República da história” Tite passou a não servir mais? O único senão relevante em sua carreira desde que se firmou como treinador de elite foi a derrota para a boa Bélgica na Copa do Mundo. Bastante circunstancial, aliás. Em geral, tem ido bem, em que pese o desgaste de sua imagem (é o preço de vinculá-la à CBF). O que Tite precisa mesmo é acabar com a panelinha que formou. Chega de Daniel Alves (o veterano lateral que quer virar meia na marra), Thiago Silva (o eterno capitão chorão), Felipe Coutinho (o Lucas Lima europeu) e Gabriel Jesus (o Herrera “quase-gol” das Copas). Mas sério, além de Cebolinha, Gabigol, Bruno Henrique, e Matheus Fernandes, seria bom ver o Gerson na seleção, o maestro flamenguista de Jorge Jesus.
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