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EXTRA: Robin Hood do apito ataca em bairro “da elite”
Difícil cogitar uma coluna com base na atuação de um trio de arbitragem. Ainda mais num jogo da primeira fase do Paulistão. Árbitros e auxiliares falhos são corriqueiros, não apenas no Brasil. A arbitragem espanhola nos brinda comumente com desastres. A francesa, com ou sem lambreta, também vem se destacando tetricamente. Mesmo a Premier League tem o imprevisível Jonathan Moss, com a cara de quem acabou de sair do pub. Mas o que Flávio Roberto Mineiro Ribeiro fez ontem, no Morumbi, foi para Danilo Mironga rever a idolatria por Ricardo Marques – que é Ribeiro e também mineiro. Não sem uma pequena grande ajuda do colega auxiliar, com o VAR imaginário.
Explico: com a implantação do árbitro de vídeo, o bandeira deve esperar a conclusão do lance para só então apontar o impedimento – salvo quando este é muito claro. Foi o que o assistente estava fazendo na primeira jogada em que Pato entrava livre para finalizar. Em cima da hora, lembrou um pequeno detalhe: não há VAR nesta fase do campeonato. Na segunda jogada, ainda confuso sobre ter feito a coisa certa, deixou Pato mandar a bola para as redes antes de estragar a festa. De quebra, errou nos dois momentos. No segundo lance foi ainda pior, porque a bola veio de um adversário. O árbitro Flávio Roberto ainda poderia ter corrigido o erro grotesco, já que acompanhava a jogada. Preferiu dar cartão amarelo ao enfurecido Fernando Diniz. Se é para fazer uma grande bobagem, o serviço tem que ser completo. Incompetente sem convicção é só meio incompetente.
Mas tirar dois gols claros não é inédito. Precisava de outro pra pedir música. Vítor Bueno foi derrubado sobre a linha da área. Flávio preparou, apontou e… mandou o são-paulino deixar de ser malandro. Um primeiro tempo que poderia ter terminado com 3 a 0 acabou empatado. Com direito a suspiro que, no começo, parecia alívio. Mas era orgulho, como mostraram os cumprimentos entusiasmados aos assistentes. Como se tivesse apitado uma final de Copa do Mundo sem erros. Acredita-se que, no vestiário, foi informado de que não tinha sido exatamente um Colina. Não sei se isso aconteceu mesmo. Não sei nem se eu teria informado, porque o choque poderia ser tão grande que as tentativas de compensar seriam catastróficas. Pode ser, portanto, que ainda achasse estar certo quando Pato o confrontou na volta do intervalo. “Vai reclamar com o Baú” – deve ter pensado.
O fato é que o segundo tempo foi menos ruim. Sem deixar de ser ruim. Em lance de escanteio, desvio irregular com o braço. Pênalti, ainda que mais discutível que o anterior. Nem Flávio Roberto, nem o assistente do outro lado se manifestaram. Três é grande vitória, quatro é goleada clássica. Só que não. O São Paulo, sem dois gols certos e duas penalidades máximas, viu o Novorizontino abrir o placar. Empatou em seguida, mas não conseguiu a vitória que reduziria os danos. Ao contrário do que comentaristas disseram, os erros de Flávio não mascararam uma ótima atuação do SPFC, que segue lento. As oportunidades ocorreram contra um time com apenas três titulares – o restou foi poupado para a Copa do Brasil. O próprio Pato segue se mexendo pouco e devagar. Porém, tudo isso teria sido mais que o bastante para os três pontos. O que só agrava o que fez o “Mr Copa”.
Neste contexto, mesmo antevendo as alegações de choradeira, Raí agiu corretamente ao levar o caso à FPF. Não foram falhas por inexperiência ou intimidação pela juventude. Os jogadores até foram brandos no inconformismo. O que se viu foi uma alienação total da “autoridade máxima”. A ponto de se questionar se ele e seus bandeiras têm condições técnicas de seguir nestes ofícios. Quanto mais cedo se afastar os incorrigíveis (como fez a Federação ainda nesta manhã), melhor. Antes que, com bons contatos aqui, ali e acolá (bem como eventuais sessões de malhação estilo Daronco), ingressem no quadro da FIFA e realmente cheguem a uma Copa do Mundo. Quem duvidaria desta possibilidade?
E põe BIZARRA nisso! Difícil não pensar em má-intenção!
E seeeeeeeeeeeeeegue o jogo!
QUÁ QUÁ QUÁ!