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Treinadores foram os protagonistas de uma final modorrenta
Cuca assumiu o Santos num cenário de terra arrasada. Desde então, foi treinador, psicólogo, administrador e, como chegou a afirmar Marinho, até “presidente” de fato do clube antes do providencial impeachment de José Carlos Peres.
Sem ele, dá para cravar que o Santos não teria chegado à final da Libertadores.
No entanto, “na hora de levar um dez”, o treinador santista atuou de maneira bastante infeliz na decisão do principal campeonato do continente e praticamente tirou a chance de o seu time ganhar do arquirrival Palmeiras ao equivocadamente preferir escalar a cadência do volante Sandry em vez da versatilidade e intensidade do atacante Lucas Braga.
Veja, Lucas Braga não é Pelé. Sequer é um dos protagonistas do Santos. No entanto, desde que virou titular, muito em razão de sua privilegiada leitura tática e vigor físico, o jogador revelado por Cuca equilibrou todos os setores da equipe e elevou o rendimento de seus companheiros. De maneira que eventuais alegações sobre o calor que fazia no momento da partida e/ou o forte meio de campo do Palmeiras são fatores que explicam, mas não justificam o erro. Com dita alteração, o jogo baseado na pressão da saída de bola e na velocidade nas transições (o que estava compensando a ausência de um meia armador, posição carente no time desde a contusão de Carlos Sánchez), que foi o que levou o Santos à condição de finalista, foi trocado por um estilo especulativo, com o qual os jogadores não estavam habituados.
O Santos foi um verdadeiro peixe fora d´água e perdeu sem ser o Santos. Esteve covarde, opaco, perdido. E ainda viu seu técnico atuar de maneira patética no lance em que impediu Marcos Rocha de pegar a bola e praticar um simples arremesso lateral. Tão patético quanto aqueles que estranhamente o defendem. Ora, Cuca tinha mesmo que ser expulso, é inconcebível um treinador interferir daquela maneira numa partida.
Por fim, ainda sobre Cuca, nunca saberemos se o lance do gol do título do Palmeiras teria acontecido não fosse a sua presepada. Mas é assim que ficará para a história, o que considero bom para fins pedagógicos.
Sobre Abel Ferreira, além dos evidentes méritos pela conquista (mesmo considerando a sorte palmeirense nos cruzamentos, algo semelhante àquele ocorrido com o Santos de Ganso e Neymar em 2011), já que os números do seu time foram os melhores da competição e, falando especificamente da final, a defesa alviverde se portou muito bem, a ponto de anular os destaques santistas Soteldo e Marinho, o treinador português é de uma sobriedade ímpar, uma lucidez e um senso de empatia que transcende o campo.
Ao que tudo indica, trata-se de um grande profissional que estamos tendo a oportunidade de acompanhar de perto em gramados brasileiros, com muito a nos ensinar.
E segue o jogo.
Não me parece sóbrio ter críticas tão duras por atuações num jogo de futebol disputado sob sensação térmica de 38ºC
Já houve finais mais “aburridas” q esta. Até a final da Copa do Mundo de 94 foi sofrível. Já teve as finais das Libertadores de 2004 (Once Caldas), 2008 (LDU) e 2014 (San Lorenzo). Estas duas últimas tinham o presente de grego – na verdade, menos pior – presente de argentino dos são paulinos, o El Patón Bauza, …, na Champions League tivera de suas finais decepcionantes. Contudo, não é motivo pra fazer lobby por final de dois jogos. Ou tu podes fazer lobby pra final de meió de 11 só pra creditar o primata (traduzindo: pagar o mico).