Créditos da imagem: Daniel Vorley / AGIF / Gazeta Press
Uma boa educação é feita de princípios morais e éticos que devem ser observadas em todas as situações da vida. São pilares de comportamento, geralmente passados pelas famílias e pelas escolas, para que o cidadão tenha um norte diante das encruzilhadas que a vida nos reserva. Quem tem princípios sólidos tem muito menos chances de titubear nas situações difíceis. E a busca constante por ser honesto talvez seja desses princípios o mais importante.
Por isso, a atitude de Rodrigo Caio, ao assumir que foi ele, e não Jô, quem atingiu o goleiro são-paulino na primeira semifinal do Paulistão, não poderia, em uma sociedade saudável, sequer ser ponto de tanta saudação. Deveria ser considerada uma postura obrigatória de cidadãos corretos. Mas, no mundo em que vivemos, foi considerada um dos principais fatos da rodada.
Isso já deveria ser motivo de reflexão para todos. Por que ser honesto é uma atitude tão surpreendente? Vale salientar que o próprio Rodrigo Caio deixou claro que havia apenas feito o que deveria fazer, sem se preocupar com os confetes.
Mas o mais grave foram as manifestações, principalmente nas redes sociais, mas também na mídia, contra a atitude do zagueiro. Alguns o chamaram de trouxa, de traidor dos companheiros de time, de demagogo, e por vai. E sempre surgem aquelas perguntinhas, feitas com ares de que quem está fechando a questão com um argumento infalível: “e se o centroavante de seu time, em uma final na qual o adversário está ganhando por um gol, dissesse ao juiz que o pênalti que ele acabara de marcar era, na verdade, uma jogada normal?”. Se você responder que o atleta acertou, haverá sempre a resposta, com a risadinha de quem se acha muito sabido: “você fala isso agora…”.
As pessoas condenam os acusados nas avalanches de denúncias de corrupção que surgem no noticiário, mas acham justo que seus jogadores enganem os juízes. “La mano de Dios” de Maradona na Copa de 86 é considerado um lance de craque, enquanto poucos se lembrarão de um grande exemplo de honestidade no futebol.
Parte de nossa sociedade, o lado doente, acha que a surrada frase de que o importante é ganhar pode ser usada por jogadores de futebol, mas defende pena máxima a trombadinhas, mesmo que sejam crianças subnutridas do centro das grandes cidades. É o famoso, “o importante é levar vantagem em tudo, certo?”.
Dizem: “se o juiz não viu, o problema é dele”. Ou seja, acreditam que o cidadão só deve ser honesto ser for fiscalizado com rigor. Se isso não acontece, a culpa é de quem deveria fiscalizar, e não minha, ou do meu jogador. Em outras situações, alguns gaiatos poderiam criar a variação: “se a polícia não fiscalizou, a culpa não é minha”.
Pois bem, cabe a Rodrigo Caio dar explicações. Pois, afinal, “tá loco meu, ser honesto em uma semifinal de Paulistão!!??”.
Eu estou chocado que tem jornalista querendo dar uma de “abridor de olhos” e critica o Rodrigo Caio! E se for mesmo verdade que o Rogério Ceni deu bronca nele por isso, espero mais é que caia logo e deixe de ser treinador de um clube tão importante.
Queremos um país de Rodrigos Caio, mas temos Maicons, Kenos e tantos outros.
Triste verdade. Me sinto um hipócrita…..na verdade sou. Se meu time estivesse ganhando por uns 3 de diferença acharia a atitude linda, mas se apenas por um golzinho…….
Um grande exemplo de pessoa
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