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O “futebol covarde” praticado no Brasil não pode ser colocado apenas na conta dos dirigentes
Virou lugar-comum defender treinador retranqueiro e sem criatividade com o argumento de que ele apenas está protegendo o seu emprego.
Ok, o futebol tem mesmo uma cultura imediatista e normalmente não há qualquer tipo de respaldo.
No entanto, penso que não arriscar é o primeiro passo para não dar certo na profissão.
Veja, até consigo entender o temor e o conservadorismo de alguns técnicos pratas-da-casa, pois, para eles, de fato a corda tende a estourar muito rapidamente.
Carille, hoje consagrado, disse em entrevista recente que, por ocasião de sua estreia, fez um apelo aos seus jogadores para que dessem tudo pela vitória, pois, para a continuidade dele no comando do Corinthians, isso seria fundamental.
Até aí, tudo bem. Faz sentido.
Mas o que me deixa deveras irritado é ver treinador rodado, com um patrimônio financeiro já consistente, ficar com medo de ser demitido e colocar esse temor à frente de seus ideais.
Até porque, com a eterna dança das cadeiras que impera na categoria, uma vez lá dentro, há de se fazer muito trabalho ruim na sequência para ser “escanteado” pelo mercado.
Ora, sem querer entrar muito no mérito sobre o privilégio que é treinar um clube da Série A, mas estamos falando de profissionais que ganham mais de cem mil reais por mês (!), sendo que a maioria ganha mais do que isso.
De profissionais tão bem-remunerados era de se esperar mais coragem e altivez, além de mais comprometimento com o produto final que estão entregando aos seus empregadores (clubes) e consumidores (torcedores).
Nesse sentido, nutro mais respeito e admiração por um tipo bem-intencionado como Fernando Diniz, com todas as suas táticas mirabolantes (que na prática, convenhamos, não têm funcionado tão bem assim), do que por essa maioria medíocre e bunda-mole que a gente tem visto por aqui.
E segue o jogo.
Parabéns. Grandes verdades
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