Créditos da imagem: Montagem / No Ângulo
Já dizia a mãe de Forrest Gump: idiota é quem faz idiotices. As diretorias do São Paulo Futebol Clube não pouparam esforços pra merecer o elegante adjetivo. Hora de dar a elas o que procuraram. Grosseria? Vejam a lista abaixo e sentenciem. Observem que a relação não tem as – inúmeras – bobagens ordinárias. Só a creme de la creme foi classificada. Se quiser continuar no time dos desavisados, saia da frente desta tela!
Obs: a ordem das onze escaladas é mais ou menos cronológica. Os leitores podem ranquear em desimportância como quiserem.
1 – O reforço Big Brother! – em 2009 o São Paulo anunciou a contratação do defensor chileno Nelson Saavedra. Quem? Foi o vencedor de um reality show de aspirantes a boleiros, que deu direito a algumas semanas treinando no Real Madrid. Já havia passado pelo Vitória, onde tampouco conseguiu entrar em campo. Como o SPFC é magnânimo, ainda teve o contrato renovado por seis meses. Uma espécie de Carlos Kaiser moderno. Como de costume, contaram com a imprensa chapa-branca pra não se tocar no assunto.
2 – O “cara de Libertadores”! – no Morumbi, pensavam que pra jogar a Libertadores precisa ter um “débil mental” no time. Como Lúcio enterrando a campanha de 2013. Mas a expressão máxima da genialidade de jericos foi André Luís em 2010. Certos de que trouxeram o ingrediente faltante, esqueceram um mínimo detalhe: ele não poderia jogar a primeira fase inteira. Tudo por causa do incidente em que mostrou um cartão amarelo pro árbitro, ainda pelo Botafogo. Quando finalmente teria condições pra fase seguinte, já estava dispensado por deficiência técnica. É ou não é uma idiotice diferenciada?
3 – Mais três! Mais três! – o segundo mandato de Juvenal Juvêncio já foi dose. Mesmo o tricampeonato de 2008 foi sobra dos acertos anteriores. A partir de 2009, acabou o estoque. O Morumbi na Copa levou uma rasteira. As contratações pioraram. O desempenho da equipe caiu e 2010 terminou sem vaga na Libertadores. E o que pensaram? “Ei, vamos mudar o estatuto pra que ele se eleja de novo!”. Foi assim que, de forma ilegal, JJ saiu com a maior de suas votações. Ajudou ter como adversário o criador do São Paulo Madrid – que não entra na lista por ser de 2003. Resultado: o estádio continuou fora da Copa, o time seguiu piorando e nem mesmo a motivação extra-oficial (nunca deixar que Leco fosse presidente) funcionou.
4 – O “auxiliar” rasputiniano! – pode um membro inferior da comissão técnica ser mais poderoso que o técnico? No SPFC, pôde. Como o monge que manipulava o czar russo, Milton “Rasputin” Cruz não raro viajava ao lado de Juvenal, enquanto o treinador ficava com a plebe. A influência do guru ficou mais despudorada a partir de 2011. Tanto que Abílio Diniz, então adesista, avisou Émerson Leão: se quisesse vida longa em seu retorno, não deveria contrariar o super-subalterno. Por isso Milton não gostava de ser treinador interino. Preferia dar as cartas nos bastidores. E estava certo, porque foi mandado embora justamente no ano em que mais treinou a equipe. Mas já tinha muito estrago feito. Entre eles, o endosso a dezenas de tralhas contratadas com base no “caderninho”.
5 – Lerdo e manso! – em 2013 o São Paulo estava de volta à Libertadores em grande estilo, pero no mucho. Uma derrota na Argentina deixou o time em situação crítica. Era o momento de o diretor de futebol dar satisfações a torcedores e jornalistas. Só tinha um problema: ele não estava lá. Adalberto Batista, o Beto Playboy, foi correr de Porsche na Europa. Ou melhor: querendo correr, porque foi o último no grid e abandonou a prova. Mais um dos que ganharam cargos na base de um único predicado: chamar Jota Efe, digo, Jota Jota de lindo, inteligente e vitaminado. Outra idiotice colossal.
6 – A parceria do século! – alguém se lembra da empresa Buscas Serviços Digitais? Foi com enorme pompa que Aidar anunciou uma parceria que renderia até oitenta milhões anuais. Empresa mui distinta. Salvo pelo desconhecimento geral e pela suspeita de discriminação religiosa com empregados. Sumiu do mapa sem deixar vestígios – muito menos dinheiro ao parceiro. Detalhe: na festa de anúncio, o dono chamou o tricolor de Sport Club São Paulo. As mães de hienas, pra surpresa de ninguém, não comentaram o fiasco da iniciativa mambembe.
7 – O tiozón de Cotia! – entre as diversas “soluções” das laterais, o São Paulo foi atrás de Clemente Rodriguez, encostado no Boca Juniors por mau comportamento. Pensaram, como sempre, que o ambiente do Morumbi reabilitaria outro jogador-problema. Só que nunca. Expulso na sua primeira partida, Rodriguez passou quase todo o tempo encostado no CT de Cotia. Fazia academia pela manhã e depois achava meios de viver com seus cento e cinquenta mil por mês. No total, o clube despendeu três milhões de reais. Nem a Globo gastou tanto com qualquer veterano de Malhação.
8 – Com vocês… Jack!!! – imaginem uma pessoa da Califórnia, de nome Jack Banafsheba, com empresa registrada em Hong Kong e passado zero em negócios esportivos, subitamente pensando: “acho que vou intermediar um contrato de fornecimento de uniformes pra um clube brasileiro e ganhar comissão com isso! Iupiiii!”. Pois foi no que a intrépida dupla Aidar e Schwartzmann quis que todo mundo acreditasse. Até pra transações escusas a idiotice deu as cartas. Mas a cereja podre foi o clube ter arquivado as investigações, no melhor estilo “somos todos grandes são-paulinos”. Mais uma vez, idiota foi quem esperou algo diferente.
9 – O Estatuto da mudança – ou não!!!! – quando Leco se tornou presidente tampão, o SPFC anunciou grandes alterações estatutárias. O São Paulo seria obrigado a profissionalizar o futebol e separá-lo da parte social. Faltou, adivinhem, um pequeno detalhe: estabelecer prazo e sanção para o caso de descumprimento. Sem isso, é como um Código de Trânsito sem multa. Liberou geral. Claro que os cardeais, incluindo advogados de renome, sabiam desse truque o tempo todo. Como no item acima, idiotice foi acreditar neles.
10 – O diretor remunerante! – enquanto os demais clubes discutiam se o gestor esportivo deveria ser pago, o tricolor mostrou ser um clube de vanguarda. Vinícius Pinotti emprestou dinheiro em termos camaradas para a contratação da bomba (alfajor?) Centurión. Em troca, ganhou a gerência de futebol. Como não dava pra comprar os resultados positivos, a ousadia não teve o retorno esperado. Quem sabe numa próxima oportunidade.
11 – O rodízio de ídolos! – quando a hipnose do apoio incondicional dava sinais de fraqueza, Leco achou mais uma saída. Pegou a galeria de ídolos e foi chamando alguns pra animar a galera. Em 2016, Pintado virou aspone de agasalho. Depois de o time quase cair, Rogério Ceni chegou como treinador-estagiário no ano seguinte. Pra 2018, foi a vez de o gerente Raí e o “puta gente boa” Ricardo Rocha completarem a trinca com Lugano, nomeado super-hiper-ultra-mega-power-intendente (na prática, aspone sem agasalho). Quem será o próximo da fogueira?
Acabou? Não, amigo internauta que não ajuda nas transmissões! Ainda tem, como brinde, uma menção desonrosa:
– É o estúpido, marketing!!! – querendo surfar nos raros momentos de euforia, os dirigentes resolveram dar asas ao lado marqueteiro. Como o anúncio da contratação do zagueiro Maicon com um vídeo do “God of the zaga”. Ou a desastrosa camisa “vermelho, cor da raça”, que mais parecia um pano ensanguentado. Mas, entre todas, a campeã data de 2009. Foi a camisa 13 com o nome Jason. Referendaram a alucinação coletiva de consagrar, como símbolo de reação e final feliz, um personagem que sempre morre no fim. Imagino que a outra alternativa fosse o Kenny de South Park. You b…!!!
Obs 2: pra quem tiver mais estômago, no FOMQ (omaisquerido.com.br) há um tópico em que os usuários ajudaram na seleção, com várias outras lembranças. Em tempo: o texto seria feito por Gustavo Fernandes, mas ele repassou a mim. Afinal, não fica bem pra um magistrado escrever tantas vezes “idiota” na mesma coluna…
Sempre enxerguei que o tricampeonato veio mais em função da sobra de retalhos da gestão anterior. Todos os clubes têm períodos de altos e baixos, porém, a arrogante, gananciosa e desastrada administração Juvenal Juvêncio fez, em uma década, o clube mais vitorioso e estruturado do futebol brasileiro, se transformar num clube aquém do merecimento de constar na relação dos 15 maiores do país.
Vai demorar muito para que, alguém, por mais capacitado que seja, consiga exorcizar o “Soberano do mal de Juvenal “.
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