Créditos da imagem: Reprodução UOL Esporte
Torcida no banco dos réus. Sem apelação
O SPFC fechará – ou quase fechará – a contratação de Alexandre Pato. Já é o suficiente para constatar, pelas reações de grande parte de torcida, que muitos são-paulinos MERECEM passar por esta sina. Não são vítimas. São cúmplices. A vítima exclusiva, como já dito, é o próprio São Paulo Futebol Clube. Um clube cada vez mais parecido com o personagem Dark Helmet nesta cena de Spaceballs.
É uma falácia populista e desavisada dizer “a torcida não tem culpa porque não contrata e não joga”. Só que passa anos inerte perante quem contrata e joga. Pior: perante quem dá golpe no estatuto pra garantir que o SPFC não entrará na década de 2010. Porque foi o que a permanência de Juvenal, seguida por membros de sua trupe (o traidor Aidar e o capacho Leco) assegurou. O tricolor preferiu viver no passado “soberano” e a torcida adorou. Inclusive, com direito a músicas extremamente idiotas como o “Sou, sou tricolor”. Só não é a maior vergonha alheia porque o “como eu te amo tricolor” é pior ainda – e tem gente que chora ao ouvir esse “piece of shit”. Enfim, torcedor é culpado porque basta algo supostamente favorável pra virar cínico. Como os corintianos dizendo “não me importa de onde vem a grana” como a MSI. Depois tiraram o corpo fora. Podem colocar de volta.
A diretoria do SPFC sabe que Pato não resolverá problemas e criará outros. Mas também sabe que a torcida não sabe. O são-paulino, como muito torcedor brasileiro, acha que entender de futebol é repetir a mesma coisa por anos. Aprende ZERO com a experiência. Acredita quando Caio Pompom Ribeiro diz que todos os medalhões podem jogar juntos. Por isso vai aplaudir e relevar. As mães de hienas é que ficarão felizes. Ganharão novas curtidas quando disserem “pô, o Leco e o Raí trouxeram Pato, então tem que apoiar!”. E o sou, sou tricolor vai atrás. “Larga de ser corneta!”. Não se falará mais em Fabio Mello. Quem? O ex-sócio de Raí que ganhou comissão por Diego Souza e levou outras tralhas ao Morumbi – incluindo o interino Mancini. Nada disso importará. O jornalista do Globo.com vai dizer que o telefonema de Raí convenceu Pato e, então, estamos conversados. Terror do Morumbi!
O passo seguinte é a brincadeira de prancheta, com cada um mostrando sua verve de treinador. Vai ter sugestão com Pato, Everton, Hernanes, Antony, Pablo e Nenê (Caio Pompom mode). “O Cuca que se vire pra encaixar todo mundo!”. Fosse seu cardiologista, vetaria definitivamente o contrato. Pode treinar qualquer time do mundo. Até a Lusa. Menos o São Paulo. O torcedor criativo não entende que só existem um lado direito e um lado esquerdo. Ou que alguém precisa marcar o lateral adversário – mesmo que seja tão bom quanto Bruno Peres. Sua mãe e seu porteiro (este, mais por medo de perder o emprego) disseram que entende muito de futebol. E ele acredita. Qual o problema? Pra quem acredita em Juvenal, Marco Aurélio e Alan Garner*, acreditar na própria genialidade é um pulo… de cinquenta centímetros e caindo de cara no chão. Poxa, que azar…
Nem todos os são-paulinos são assim. Eu sei. Mas o fato é que falhamos. Não conseguimos chegar à maioria. Desconhecemos a técnica de comunicação capaz de fazer entender o óbvio. Só aprendem com o fracasso em larga escala. Mas larga, mesmo. Ainda está alargando e um Pato já afunda os esforços. Há quem não seja cúmplice. Nem vítima. Apenas inocentes – e impotentes – espectadores…
*nome fictício (pra não receber ameaça de processo) do vencedor do Troféu Até Minha Avó Faria Melhor (empatado com VARnaldo Ribeiro), no FOMQ.
Acho meio perigosa essa abordagem da responsabilidade da torcida na condução dos rumos do clube. O que podemos fazer se falta bom senso, responsabilidade e até mesmo competência básica dos dirigentes? Torcedor compra ingresso, vai ao estádio, compra camisa do time e apoia (ou corneta). Se o destino do São Paulo é decidido por 240 conselheiros, o que milhões de torcedores que NÃO tem direito a voto podem fazer? Ir à sede do clube fazer protesto? Desculpa, não sou e nem quero ser de torcida organizada (que geralmente tem tempo de sobra pra fazer isso). Não sei como vai ser o futuro com gente como Leco e seus conselheiros. Mas eu não enxergo um horizonte bacana não.
Se você não achou que “era só uma fase”, ou que era “puta coisa chata esse negócio de ética”, ou repreendeu críticos dizendo que “torcedor de verdade é o que apoia”, não tem por que se considerar cúmplice. Simples.
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